O Monstro por Dentro - & (Kaus)

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A MULHER CAMINHAVA em minha direção com passos lentos e sensuais, como se estivesse me instigando a fazer alguma coisa

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A MULHER CAMINHAVA em minha direção com passos lentos e sensuais, como se estivesse me instigando a fazer alguma coisa. Ela se vestia como uma prostituta, e pelo cheiro de seu sangue, além de bêbada estava drogada.

Sorri de canto, e arrumei o casaco escuro ao redor do corpo.

Ela percebeu minhas intenções quando viu o sorriso sacana – ou pelo menos pensou que soubesse quais eram – e rebolando ainda mais.

Não, eu não sentia desejo por seu corpo.

Só sede.

A mulher se aproximou o bastante para eu poder ver suas feições melhor, e como ainda estava de dia não foi muito difícil ver todos os hematomas que ela apresentava no corpo. Desde chupões arroxeados na altura dos seios, como outras marcas esverdeadas nos braços – estas parecendo ser provenientes das agulhadas que insistia em injetar droga no corpo.

— Olá, benzinho. — ela sussurrou, tentando fazer a voz soar menor rouca e mais sexy.

O cheiro que emanava de suas roupas e pele era de puro álcool.

— Olá.

A mulher me analisou por vários segundos, e segurou o queixo, como se estivesse comprando uma carne em um açougue, e balançou a cabeça, parecendo aprovar o que via.

Ela era nova, devia ter seus 25 anos, ou até menos. Seu corpo era curvilíneo demais e ela parecia tremer em cima dos saltos altos. Sua roupa era tão curta, que não pude deixar de reparar que ela estava toda arrepiada de frio.

— Está procurando alguma diversão? — perguntou.

Sorri mais um pouco, deixando meus olhos percorrerem um tempo seu corpo para ela pensar que eu estava ao menos interessado no que ela vestia por baixo do pouco pano, e não no que corria em suas veias. Obviamente além da droga.

Como não me alimentava de sangue fazia quase um mês, qualquer coisa servia, se não teria que arrombar um banco de sangue de qualquer hospital fuleiro, de novo. Até mesmo o sangue de uma puta qualquer drogada servia para me manter saciado durante alguns dias.

Mas assim que ela chegou perto de mim e me pegou pela mão tive vontade de voltar atrás. Seu cheiro era tão nauseante e nojento, que por alguns segundos pensei realmente na hipótese de assaltar um banco de sangue, prevendo até mesmo as chamadas no noticiário: "Maníaco por sangue ataca novamente".

— Vamos conversar em um lugar mais tranquilo, queridinho. — ela disse me guiando para um beco escuro.

Senti minha garganta queimar de sede.

Eu deveria ter me alimentado melhor na última parada.

A mulher me conduziu até a outra extremidade do beco, perto de um monte de lixeiras altas o suficiente para cobrir nossos corpos e encostou-se à parede parecendo um bicho se esfregando na mesma. E eu adorei ela estar fazendo de tudo para me agradar, mesmo que não tivesse interessado em mantê-la viva para usufruir de seu corpo nojento.

A CaçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora