A ÚNICA COISA POSSÍVEL de se ouvir era o som do motor do carro e como seu ronco preenchia o silêncio melancólico que se instalava ao nosso redor.
Obviamente eu não culpava Jason, afinal, estávamos em uma situação em que ele estava desabrigado e ferido, e eu era a irmã que surgira do meio do nada, pronta para ajudar, depois de três anos sem estabelecer nenhum contato. Nem eu conseguiria perdoar tão rápido se fosse a situação contrária.
Observei pelo canto do olho Jason se remexer desconfortável quando estacionamos na garagem, e pude ver que ele continuava a apertar a bolsa de documentos, deixando os nós dos dedos praticamente brancos.
Quando desliguei o carro, respirei fundo e me virei para olhar para ele, vi que meu irmão encarava o painel como se não esperasse para sair dali tão cedo.
Suspirei e abri a porta do carro, indo até o porta-malas. A única mala que eu havia deixado Jason levar era a cheia de papéis, portanto, a tarefa de levar a outra – mais pesada e gigante, de roupas que eu tinha comprado e pego emprestadas – ficara incumbida a mim. Não que eu reclamasse! Fazer algo que ajudasse meu irmão - mesmo que fosse somente para levar uma mala de roupas - me deixava exultante por dentro. Quase como se compensasse por todos os anos que eu passei fora.
Peguei a mala e Jason percebendo minha dificuldade tentou esticar a mão para pegá-la, que eu rapidamente enxotei de perto da alça.
— Não toque. Você está machucado. – disse com os dentes trincados pela força que estava fazendo.
Ele sorriu de leve, e passou a mão por seu cabelo.
— Sempre teimosa, não?
Manejei sorrir em resposta e disse:
— Como uma porta.
Jason riu alto e parou abruptamente, tocando o peito com cautela.
— Ainda está doendo? – perguntei.
Ele deu de ombros e começou a andar até a entrada de casa.
Suspirei aliviada pelo clima não estar tão pesado, e consegui manejar arrastar a mala até a casa.
Jason abriu a porta para mim, e me ajudou a empurrar sua bagagem pela sala. Limpei um suor invisível da testa e ouvi uma voz estrondosa vindo do quarto de Edward, fazendo minhas sobrancelhas se uniram em confusão.
— Fique aqui. – sussurrei o guiando para o sofá, fazendo-o sentar. Joguei a mala em um canto qualquer e subi as escadas de dois em dois degraus.
Aproximei-me da porta do quarto de Edward e tudo o que podia escutar eram palavrões, suspiros e mais palavrões, como se ele tivesse frustrado com algo. Bati levemente na porta, e entrei sem nem ao menos pedir por sua permissão. Ele me encarou com uma das mãos puxando os cabelos, exasperadamente, e seu semblante suavizou-se.
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A Caçadora
RomanceHelena Jameson é de fato uma adolescente fora dos padrões. Não tem amigos, não se enturma, e nunca deixa que as pessoas se aproximem demais por causa de seu segredo sombrio. Ela é, na verdade, uma caçadora de criaturas místicas. E estar apaixonada p...