DEPOIS DE TODA A agitação das pessoas que iriam participar da missão – maior pela parte feminina – por saberem que estaríamos agindo dentro de uma festa, tivemos que ir para a sala de armas, deixar nossas armas fixas para a manutenção, e pegar outras, que serviriam somente para uma ajuda, já que não chegaríamos a usá-las, realmente.
Se não fosse necessário, óbvio.
— Helena, cadê a bolsa de armas? — meu supervisor perguntou com um olhar surpreso.
Bati a mão na cabeça.
— Esqueci no carro, já volto! — e com isso saí correndo mais uma vez em direção ao estacionamento.
Quando avistei meu carro, não pude deixar de me amaldiçoar por ainda andar com tal caixa de metal caindo aos pedaços.
Pelo menos ele anda, Helena, deixe de ser ranzinza, pensei comigo mesma.
O abri e tirei a mala lá de dentro com certo esforço, quando parei abruptamente. Uma caixa retangular e grande chamara minha atenção no banco da frente.
— Mas que mer... — sufoquei o palavrão no topo da garganta, sentindo os lábios secos.
Havia um cartão apoiado cuidadosamente em cima da caixa. O cartão tinha um cheiro de perfume masculino, e uma caligrafia garranchada, mas que não deixava de ser bonita e elegante.
"Vista esse vestido à noite. Quero ver o quão bonita você ficará nele."
Meu sorriso cresceu e somente um nome passou por minha mente. Fitch.
Será que ele já tinha isso planejado?
Abri a caixa cuidadosamente, e meus olhos se arregalaram. Peguei o vestido nas mãos como se ele fosse uma preciosidade e o desdobrei à minha frente. Eu não tinha palavras para expressar o quão feliz eu estava naquele momento.
O vestido ombré preto e rosa era curto, tendo todo o busto em preto, e um decote favorável na região dos seios. O vestido tinha detalhes brilhantes, que brilhavam quando a luz os tocava. A saia parecia ser de um tecido como tule, e era cheio de camadas, além dele ser sem alças.
Apertei-o no peito, e o dobrei, colocando-o de volta na caixa. O que me faltava agora era só a máscara.
Depois de guardar o vestido cuidadosamente, peguei a bolsa novamente e saí correndo antes que meu supervisor me matasse. Quando cheguei à sala, todos me encararam com confusão.
— Que cara é essa, Jameson? Anda apaixonada? — uma pessoa fez questão de gritar de algum lugar da sala.
Dei um sorriso amarelo, colocando a bolsa de armas no chão, bem no meio da sala, abrindo-a com cuidado.
— Ok, quem é o primeiro? — perguntei.
Já que ninguém se prontificou, peguei a minha preferida, uma .44, enfiando-a no suporte onde ficava a minha antiga, indo para o fundo da sala.
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A Caçadora
RomanceHelena Jameson é de fato uma adolescente fora dos padrões. Não tem amigos, não se enturma, e nunca deixa que as pessoas se aproximem demais por causa de seu segredo sombrio. Ela é, na verdade, uma caçadora de criaturas místicas. E estar apaixonada p...