Entre Mentiras - Completo - Em Revisão

Capítulo 25

1 Semanas depois

Carla

Ana esta precisando de um transplante de figado urgente, e eu me sinto uma mãe péssima, uma mãe que não soube cuidar da filha a ponto dela ter sido atropelada e estar nesse estado que ela se encontra agora.
Por sermos os pais, Richard e eu fizemos os exames para saber se somos compatíveis com ela, mas para minha infelicidade e desespero, nem Richard e nem eu somos compatíveis com Ana.
Fiquei indignada, somos pais, deveriamos ser compatíveis com ela, mas o doutor disse que é raro os pais não serem compatíveis com o filho, e nós fomos os escolhidos, ou melhor, os infelizes.
Alex também fez, mas meu irmão também não é compatível com a Ana e Lílian não pode fazer por causa da gravidez, ela ficou triste por isso, mas eu disse a ela que Ana ficaria bem, e que para ela, o importante tem que ser o bebê.
Renato realizou os exames e também não é compatível com a Ana, dona Alice e o Sr. Rubens também fizeram, e não são compatíveis.
Dalva e o motorista do carro queatropelou Ana também fizeram, mas não são compatíveis.
A cada segundo que passa, Ana vai ficando cada vez pior, a cada pessoa que faz os exames e não é compatível, meu coração se enche de medo e desespero.

O estado da Ana ficou tão grave a ponto deles terem que colocar oxigênio no nariz dela e monitorar seu coração, ela esta fraquinha, sentindo dores e de 8 em 8 horas a enfermeira vem dar o remédio para dor dela.

Sentei na poltrona e encarei minha menina, dormindo, respiro fundo e limpo algumas lágrimas que desceram por minhas bochechas.
Escutei duas batidas na porta e logo Alex surgiu, sorrimos um para o outro e ele senta no braço da poltrona, me abraçando.

- Mamãe está vindo...

Balanço a cabeça assentindo, e não consigo mais segurar as minhas lágrimas.

- Ela vai fazer os exames e você vai ver, ela será compatível e essa princesa vai sair dessa...

Eu quero muito a minha mãe aqui, eu preciso dela, não só para fazer esses exames e saber se é compatível com a Ana, mas também quero ela pra me dar um colo de mãe e me acalmar desse medo que me controla desde que o doutor deu o diagnóstico a Ana.

- Mama...

- Ela acordou.

Levanto da poltrona imediatamente e pego a mãozinha dela, com cuidado por causa do acesso em sua mão, ela faz uma carinha de choro.

- Não... não chora filha... esta tudo bem, tudo bem, princesa! Olha quem esta aqui... - olho para Alex e ele fica ao meu lado - o titio Alex, ele veio te ver e te dar um beijo beem grande!

- Titio...

- Oi, princesa! João esta esperando você ficar bem boazinha pra irmos brincar naquele parque que você tanto gosta. Mas antes você precisa ficar bem. Então trate de ficar bem e sair dessa cama logo!

Ela abre um sorrisinho fraco.

- Ieu quelo sai daqui...

- E você vai... A mamãe tem uma  coisa pra te contar. Sobre a vovó Thais!

Os olhinhos de Ana brilham, fazendo Alex e eu sorrirmos.

- A vovó esta vindo te ver... Lembra que você queria conhecer ela, então, agora ela vem te ver!

- Ieu vô cunhece a vó Talis?

- Vai... Vai sim. Agora não vai ser só por fotos. Agora você vai poder abraçar, beijar... porque ela estará aqui - sorrio. - a mamãe também vai fazer isso.

- E o titio também!

♡

De uns tempos pra cá eu me mantive afastada daquele que chamam de Deus, minha mãe sempre ensinou a mim e a Alex as coisas da igreja, nos ensinou a orar, a falar com Deus.
O tempo foi passando, e eu me esqueci Dele, e segui minha vida, mas agora, aqui nessa capela, olhando para a cruz e pensando na Ana, a única coisa que eu sei fazer é pedir que Ele cure a minha filha e me entregue ela do jeitinho que ela era antes do acidente.
Porque Ele não tem direito de tirar ela de mim, porque eu sou a mãe dela e ela é a minha menina.
Porque Ele não tem direito de tirar ela do Richard e do Renato, porque eles são os pais dela, e ela é a filha deles.
Ele não tem direito de tirar a minha Aninha dos meus braços, do meu amor, do meu acalanto... Porque se a Ana morrer, eu vou junto, pois a minha vida não terá mais nenhum sentido!

- Eu sabia que te encontraria aqui - quando escuto a voz da minha mãe, levanto do banco que eu estava e corro a abraçando e chorando tudo o que eu estava segurando. - Oh, meu amor!

- Minha filha... - falo entre soluços e lágrimas cheias de desespero.

- Vai ficar tudo bem... Shiii - ela acaricia meu cabelo e beija minha bochecha, voltando a me abraçar. - A mamãe está aqui agora... Shiii... vai ficar tudo bem, meu amor!

- Ela não pode morrer...

Falo quando mamãe e eu sentamos no sofá da sala de espera, Richard esta com Ana no quarto, Renato e Alex estão lá fora, estamos apenas nós duas.

- Ela não vai morrer. Ela é forte. Ela é guerreira. Assim como você, meu amor - ela diz colocando um tufo do meu cabelo atrás da minha orelha. - Lembra quando ela nasceu? As duas foram fortes. Foram guerreiras. Aquele parto foi uma luta dela e sua, por pouco vocês não morriam, mas as duas estão vivias, lindas... Ali eu soube que qualquer coisinha que viesse para derrubar vocês, as duas lutariam com unhas e dentes para ficarem salvas. E eu sei que isso está acontecendo, Carla. Ana esta lutando para ficar viva e bem, e  você, estava naquela capela, e de uma forma ou de outra, também esta lutando, pela sua menina!

Mamãe acaricia minha bochecha e abre um sorriso singelo.

- Tudo ficará bem...

- Dona Thaís Figueira?!

A enfermeira chama minha mãe para realizar os exames, juntas levantamos, abraço minha mãe o mais forte que posso e agradeço por ela estar ali, me dando apoio.
Ela beija minha testa e acompanha a enfermeira, quando as duas somem da minha visão, me sento no sofá novamente e afundo meu rosto em minhas mãos, sentindo minhas forças se esvair.

- Meu amor...?

Quando escuto a voz de Renato, sinto meu corpo reagir de uma forma diferenciada, quando meus olhos fitam os dele, eu começo a chorar e imeditamente ele me abraça e deito em seu peito deixando minhas lágrimas caírem sem nenhuma cerimônia.
Nesses dias aqui, Renato e eu estamos um pouco afastados, e a gente não se abraça assim há dias... E isso era tudo o que eu precisa, do abraço dele, apenas do dele, do cara que eu amo, de verdade.

-  Não me deixa sair daqui... por favor, não me deixa sair daqui, do seu abraço. Aqui eu sinto que o mundo não vai cair em cima da minha cabeça - falo entre lágrimas. - eu amo você, Renato!

- Eu também te amo, muito, meu amor! Eu sempre estarei com você, Carla... sempre! - ele beija minha cabeça, com a voz embargada. - A nossa filha vai sair dessa, eu te prometo!

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Tem um olho na minha lágrima...
😭

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Até amanhã!!!