Carla
- Eu preciso conversar com você.
- Ah! Serio?
Alberto cruza os braços e me encara com seu olhar duro e severo. Engulo em seco, sentindo todo o medo que tenho dele vir de uma forma avassaladora.
- Vá para suas tarefas, Dora!
Quando ela faz menção de sair, pego seu antebraço e digo.
- Dora fica!
- Carla, é me...
- Não. Você fica... - olho para ela e logo em seguida para meu pai.
- Tudo bem... - Dora sussurra.
- O que você quer?
Ele pergunta com a voz mais grossa, ainda com os braços cruzados e me encarando como se eu fosse a pior parte da vida dele.
Respiro fundo.Meu Deus...
Vamos, seja forte Carla!
Pela sua filha, sua filha... ANA!- Bom, eu acho que você sabe que a Ana Clara sofreu um acidente e esta no hospital. Internada.
- Thais disse!
Seu olhar se mantém duro.
- Então acho que ela também disse que Ana Clara esta entre a vida e a morte - sinto lágrimas brotarem em meus olhos. - Ela, ela teve uma complicação após a cirurgia, tornando o caso dela grave - engulo em seco e algumas das lágrimas já abandonam meus olhos. - E agora ela esta precisando de um transplante de figado...
- E o que eu tenho a ver com isso, Carla?
- Ninguém é compatível com ela, pai... - minha voz embarga. - Alex, Lílian, Renato, mamãe... ninguém. Eu, Richard e até mesmo o Sr e a Sra. Bittencourt. Ninguém é compatível com ela... - Não consigo controlar as minhas lágrimas e a minha voz embargada pelo meu choro. - A cada segundo ela fica pior. Estamos, estamos correndo contra o tempo para salvar ela... Pai, a Ana esta morrendo...
- E você veio até aqui, me chamando de pai, achando que eu vou até São Paulo e doar o fígado para aquela menina?
Apenas o encaro, chorando.
- Então fique sabendo que você fez uma viajem perdida... Porque eu não vou dar nada para AQUELA BASTARDA!!
O grito dele faz com que Dora e eu nos assustamos, sinto uma raiva me invadir e limpo minhas lágrimas sentindo meu coração despedaçar, mas me mantenho forte.
Pela Ana...- NÃO FALA ASSIM DA MINHA FILHA. ANA NÃO TEM CULPA DE NADA QUE ACONTECEU. ELA É UMA CRIANÇA E VOCÊ QUERENDO OU NÃO, ELA É A SUA NETA!
- Minha nega? Hahaha como você é engraçadinha, Carla. Aquela menina não é nada minha. Ela tem sangue dos Bittencourt e eu nunca, nunca vou aceitar ela.
- Pelo amor de Deus!
Mais lágrimas abandonam meus olhos, sinto um desespero gigantesco me invadir.
- Alberto, onde esta todo aquele amor que você sentia por ela? Todo aquele amor que você dizia ter quando achava que ela era a sua filha? Aquele seu carinho? Afeto? Aquele cuido? Meu Deus do céu, como esse amor virou pó, Alberto?
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Entre Mentiras - Completo - Em Revisão
RomanceAtenção: Plagio é crime. Todos os direitos dessa obra são reservados à autora. Quando Carla Figueira descobriu que estava grávida, tudo o que passava em sua cabeça era saber qual seria a reação de seu pai, Alberto Figueira, um homem que vive com os...