Carla
- Tudo bem?
Alex da duas batidas na porta e sorri entrando no quarto, também sorrio para ele e respiro fundo me sentando na cama.
Ele senta ao meu lado, me envolvendo em um abraço apertado, o abraço do meu irmão.- Como esse coração está?
- Aflito... Com medo... - respiro fundo me afastando dele e passando meu olhar pelo quarto inteiro. - Estou em um misto de sentimentos, Alex!
- Medo? Do nosso pai?
Olho para meu irmão e balanço a cabeça assentindo.
- Ele não vai fazer nada com você, maninha! Primeiro que eu estou aqui e segundo que agora você é uma mulher adulta e dona da sua vida!
- Eu sei... Mas estar nessa casa, depois de tanto tempo longe, me trás recordações tão intensas e dolorosas.
Olho para a cama, lembrando de quando Alberto pegou Ana de meus braços e me jogou na cama.
Dos tapas...- Te prometo que amanhã. Bem cedinho, a gente vai embora e nossa vida voltará ao normal...
- Eu só quero voltar...
Alex sela seus lábios em minha testa e me abraça novamente, deito minha cabeça no peito do meu irmão e espero meu medo se esvair, mas não acontece, continuo com medo.
Estar aqui novamente é o mesmo que andar na contra mão de uma avenida movimentada...
Escutamos duas batidas na porta e logo a porta abre revelando minha mãe, ela abre um sorriso largo e junta as mãos como se estivesse orando.- Pensei que eu nunca mais veria os meus tesouros assim...
Alex e eu nos entreolhamos e juntos sorrimos, a gente se afasta.
- Eu poderia conversar com você, Carla?
Olho para Alex, depois olho para minha mãe e balanço a cabeça assentindo. Alex beija monha testa e após beijar a bochecha de minha mãe, ele sai do quarto, fechando a porta, deixando a gente a sós.
Dona Thais aperta os lábios em uma linha rígida e após respirar fundo, ela senta ao meu lado.- Queria pedir o seu perdão... Perdão por tudo o que eu fiz com você, meu amor! Eu sei que fui uma mãe péssima... quando eu deveria te apoiar e cuidar de você, querida, eu...
- Eu te perdoou - falo a interrompendo e a olhando no fundo dos olhos. - É claro que aquele dia sempre vai ficar na minha mente, eu nunca vou esquecer... - pego as mãos dela. - Mas eu amo você. Tanto... tanto que eu te perdoou por tudo o que você fez, eu quero passar uma borracha, mãe!
- Oh meu amor!!
Ela diz entre lágrimas, tento conter as minhas, mas logo elas abandonam meus olhos molhando minhas bochechas.
- Eu sei que eu fui muito submissa ao seu pai... fiz coisas que eu não queria fazer, mas fiz... sei o quanto eu te magoei. Mas eu te amo tanto, tanto que dói, Carla!
Ela faz uma careta como se estivesse sentindo dor.
Sorrio beijando suas mãos e ela da uma gargalhada alta, fazendo eu rir e a olhar nos olhos.
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Entre Mentiras - Completo - Em Revisão
RomansAtenção: Plagio é crime. Todos os direitos dessa obra são reservados à autora. Quando Carla Figueira descobriu que estava grávida, tudo o que passava em sua cabeça era saber qual seria a reação de seu pai, Alberto Figueira, um homem que vive com os...