Capítulo 18

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Carla

- Tudo bem?

Alex da duas batidas na porta e sorri entrando no quarto, também sorrio para ele e respiro fundo me sentando na cama.
Ele senta ao meu lado, me envolvendo em um abraço apertado, o abraço do meu irmão.

- Como esse coração está?

- Aflito... Com medo... - respiro fundo me afastando dele e  passando meu olhar pelo quarto inteiro. - Estou em um misto de sentimentos, Alex!

- Medo? Do nosso pai?

Olho para meu irmão e balanço a cabeça assentindo.

- Ele não vai fazer nada com você, maninha! Primeiro que eu estou aqui e segundo que agora você é uma mulher adulta e dona da sua vida!

- Eu sei... Mas estar nessa casa, depois de tanto tempo longe, me trás recordações tão intensas e dolorosas.

Olho para a cama, lembrando de quando Alberto pegou Ana de meus braços e me jogou na cama.
Dos tapas...

- Te prometo que amanhã. Bem cedinho, a gente vai embora e nossa vida voltará ao normal...

- Eu só quero voltar...

Alex sela seus lábios em minha testa e me abraça novamente, deito minha cabeça no peito do meu irmão e espero meu medo se esvair, mas não acontece, continuo com medo.
Estar aqui novamente é o mesmo que andar na contra mão de uma avenida movimentada...
Escutamos duas batidas na porta e logo a porta abre revelando minha mãe, ela abre um sorriso largo e junta as mãos como se estivesse orando.

- Pensei que eu nunca mais veria os meus tesouros assim...

Alex e eu nos entreolhamos e juntos sorrimos, a gente se afasta.

- Eu poderia conversar com você, Carla?

Olho para Alex, depois olho para minha mãe e balanço a cabeça assentindo. Alex beija monha testa e após beijar a bochecha de minha mãe, ele sai do quarto, fechando a porta, deixando a gente a sós.
Dona Thais aperta os lábios em uma linha rígida e após respirar fundo, ela senta ao meu lado.

- Queria pedir o seu perdão... Perdão por tudo o que eu fiz com você, meu amor! Eu sei que fui uma mãe péssima... quando eu deveria te apoiar e cuidar de você, querida, eu...

- Eu te perdoou - falo a interrompendo e a olhando no fundo dos olhos. - É claro que aquele dia sempre vai ficar na minha mente, eu nunca vou esquecer... - pego as mãos dela. - Mas eu amo você. Tanto... tanto que eu te perdoou por tudo o que você fez, eu quero passar uma borracha, mãe!

- Oh meu amor!!

Ela diz entre lágrimas, tento conter as minhas, mas logo elas abandonam meus olhos molhando minhas bochechas.

- Eu sei que eu fui muito submissa ao seu pai... fiz coisas que eu não queria fazer, mas fiz... sei o quanto eu te magoei. Mas eu te  amo tanto, tanto que dói, Carla!

Ela faz uma careta como se estivesse sentindo dor.
Sorrio beijando suas mãos e ela da uma gargalhada alta, fazendo eu rir e a olhar nos olhos.

Entre Mentiras - Completo - Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora