Entre Mentiras - Completo - Em Revisão

Capítulo 31

Carla

- Encefalopatia hepática!

O médico pronunciava esse nome e eu sabia que não havia nada de bom nisso, meu coração me dizia isso, e eu tinha certeza.
Senti a mão de Renato pegar a minha e segurar com forma.

- E o que é isso?

Richard pergunta.

- Essa doença é causada por distúrbios que afetam o fígado, entre eles estão os que reduzem a função hepática e doenças nas quais a circulação sanguínea não penetra no fígado. Uma importante função do fígado é transformar substâncias tóxicas produzidas pelo corpo, em substâncias inofensivas, mas quando o fígado está prejudicado, essas substâncias podem se acumular na corrente sanguínea do paciente. O que é o caso da Ana Clara, o fígado dela esta prejudicado, fazendo com que várias outras substâncias se acumulem no corpo, já que o fígado dela não funciona bem... - ele respira fundo. - A presença dessas substâncias no sangue pode causar sérios danos ao sistema nervoso do paciente. A Encefalopatia Hepática é muito comum em pessoas diagnosticadas com doença hepática crônica, mas também pode ocorrer repentinamente em pessoas que nunca apresentaram problemas no fígado antes.

- E o que acontece com ela?

- Encefalopatia hepática pode levar o paciente ao coma...

Então a minha ficha cai e eu começo a entender tudo, entendo o porque dela estar dormindo e não acordar em momento algum.

- Ana esta em coma? - minha voz embarga e logo minhas lágrimas começam a descer por minhas bochechas.

- Infelizmente...

Minha respiração perde o controle, meu peito sobe e desce de uma forma acelerada, olho para Renato sentindo um desespero me invadir, ele me olha, chorando.

- E qual são as chances dela ficar bem? Acordar?

- Bem poucas...

- Não... Não... Não...

- Calma, amor!

Renato diz, minha mãe pega minha mão e diz:

- Calma, querida...

- Minha filha... - murmuro.

- Doutor, ela mexe as mãozinhas, os dedos... ela pode acordar não pode?

- Um dos sintomas incluem a agitação das mãos, dedos, braços... tudo que Ana vem tendo.

- Meu Deus!

- Eu sinto muito... Mas agora, - ele engole em seco. - agora é questão de tempo. Não temos mais o que fazer por ela.

- Amor...

- Me solta... me solta...

- Querida, filha, fica calma...

- Calma? Calma, mãe?

Nego com a cabeça.

- Não! NÃO!!! EU NÃO VOU ME ACALMAR... A MINHA FILHA! A MINHA ANA TA MORRENDO, MÃE!

Saio correndo chorando e sentindo um desespero avassalador me invadir.
Ana esta morrendo...
Agora não é só uma desconfiança, agora é uma realidade, a minha filha esta morrendo.
Minha respiração esta ofegante, minhas lágrimas abandonando meus olhos e sinto que eu vou enlouquecer.
Então chego na capela do hospital, não tem ninguém, não há ninguém.