Pérola
Tudo pareceu sumir ao meu redor e isso me assustou fazendo com que eu perdesse até o ar. Gabriela pediu que ele entrasse e procurasse um lugar para chamar de seu como ela sempre gostava de brincar dizendo que até na sala de aula temos que encontrar um lugar que nos faça nos sentirmos para para criar.
Ele não falou nada e só foi indo para o lado oposto ao que eu estava. não sei o motivo, mas aquilo me fez sentir certa decepção. Ainda mais quando vi Fabiana toda solícita, o que era bastante estranho se tratando dela. Aquela lá não se aproximava de ninguém que não estivesse a altura dos padrões Fabiana ridícula e preconceituosa de ser.
Gabriela - Agora chegou a hora das breves apresentações. Sei que muitos daqui já se conhecem, mas para os que acabam de se juntar a nós seria interessante esse primeiro contato. Não se preocupem que não terão que contar segredos. - riu e recebeu alguns sons de decepção - como sei que haverá uma disputa para quem será o primeiro eu proponho que o Hugo comece.
Hugo - Até a professora é minha fã. - Hugo sendo Hugo e não choca ninguém. - Bem... como disse a nossa linda professa Gabriela, eu me chamo Hugo e adianto que quem quiser se dar bem com as gatinhas é só colar com o papai aqui que é sucesso garantido. - falou arrancando vaias e risos de todos.
Gabriela - Propaganda enganosa é crime Hugo. - todos riam e eu só conseguia prestar atenção naquele garoto. - Agora escolha outra pessoa para a apresentação, por favor . - qual a chance de ser escolhida pelo Hugo? tantos nomes para aquela peste pronunciar e o meu saiu doce e suave da boca dele. Definitivamente sorte não me pertencia!
Pérola - Como já disse essa encantadora criatura - sorri sem graça - Meu nome é Pérola e diferente do Hugo não trago comigo todo esse mel, mas quero que se sintam muito bem vindos. - Foi nesse momento que senti olhos sobre mim e de alguma maneira eu soube que eram os dele. - Agora eu vou deixar com vocês o Alex.
Alex - Te amo, Pepi! - Alex falou fazendo Fabiana bufar. Acho que ela nutre um paixão encubada pelo Alex. - Sou o Alex, mas podem me chamar de Alex mesmo. Como já conheço a maioria de vocês, vou pedir que meu irmãozinho Márcio se apresente. - Choque tomou a sala. Alex só tinha duas irmãs que eu saiba. De onde ele tirou um irmão. Ficamos sabendo do casamento da Gabriela com o Rafael da ONG, mas que fermento foi esse que deram para uma criança ser gerada e crescer tanto em um mês?
Ainda estava queimando os neurônios quando uma voz invadiu minha mente e eu vi ele ficar de pé. Tremi da cabeça aos pés. Como assim ele era irmão do Alex? Onde Alex o escondeu todo esse tempo? Minha cara de espanto devia estar muito evidente, porque Alex ria olhando para mim como se assistisse o melhor dos stand up. Palhaço!
Márcio - Me chamo Márcio, como o Alex falou e estou aqui de passagem. - Como assim? De passagem? Não me contive e falei o mais baixo possível somente para que Alex escutasse que ele teria que ter uma boa explicação para aquilo.
Márcio
Depois que fui convidado a entrar na sala as coisas só pioraram. Primeiro uma criatura sem noção começou a tentar puxar assunto e quando achei que tinha sido salvo, sou lembrado que por mais que tenha havido o avanço da tecnologia, as apresentações no primeiro dia de aula ainda existem. E graças ao meu mais novo irmãozinho todas as atenções se voltaram para mim. Vi olhares curiosos e espantados destinados a nós dois. Ótimo! Se tivesse vindo vestido de melancia chamaria menos atenção.
Depois de terminadas as apresentações a curiosidade só aumentou. A tal sem noção que estava ao meu lado grudou igual lagartixa em parede gelada e passou o restante da aula puxando assunto e querendo saber tudo sobre mim. Não me levem a mal, eu realmente não gosto de ser indelicado, mas parece que certos tipos de pessoas procuram levar um coice de mula brava. Custava ela entender que minha resposta monossilábicas eram um aviso explícito de NÃO QUERO PAPO? A garota parecia nem se importar com a minha cara amarrada.
Assim que pude sair para o intervalo eu quase corri em direção as escadas. Precisava respirar e de preferência sozinho, sem que ficassem tentando puxar papo. Mas era lógico que Alex não estava nem um pouco afim de contribuir para a paz do meu sossego,
Alex - Márcio! - fingi que nem escutei, mas de repente se fez um coro com meu nome. - Márcio!
Márcio - O que foi agora, Alex! - eu já estava puto com a gracinha dele - Você esqueceu sua lancheira em casa, palhaço?
Alex - Calma cara! Eu só queria te chamar para comer algo com a gente. - mal sabia ele que eu estava era querendo comer o fígado dele de raiva. - A Rosália tem umas coisinhas maravilhosas na cantinha, né Pérola. - Chamou a atenção dela que estava passando ao nosso lado. Logo da pessoa que eu sabia que não seria uma boa ideia conhecer.
Pérola - Desculpa, Alex - ela falou meio sem jeito - Eu não estava prestando atenção na conversa, por isso não posso opinar.
Logo escuto uma voz estridente aos berros chamando por ela e a curiosidade me fez virar para saber de quem se tratava. Como se tivesse o poder de ler pensamentos o Alex tratou logo de sanar minha curiosidade.
Alex - Essa coisinha nada dramática é a Jade. Vem logo e conhece toda a nossa galera de uma vez. - na hora soube como é ser rebocado por um guincho. Alex não me deu tempo nem de formular uma resposta e lá estava eu indo com todos eles para a cantina.