Capítulo 31

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Márcio


Eu não podia deixar Pérola se arriscar para descobrir a verdade sobre a morte dos pais. Entendi seu lado. Sabia que para ela era importante, mas não conseguia deixar de sentir medo. Ela ficou falando repetidas vezes tudo que tinha acontecido no dia do acidente que vitimou seus pais, procurando algo estranho e isso estava deixando ela estressada.

Márcio: Amor, você já contou várias vezes com riqueza de detalhes. - falei quando ela me perguntou se algo tinha surgido de novo no seu relato. - Fica calma.

Pérola: Não tem como ficar calma. Eu preciso saber, Márcio. - ela estava angustiada - É sobre os meus pais. Sobre o que foi dito deles quando morreram. É a minha vida e tudo que mudou depois daquele dia. Eu não posso e nem vou deixar para lá. Tenho que saber de onde é essa maldita chave - arremessou o objeto na parede caindo no choro em seguida.

Márcio: Vem cá, vem? - me aproximei a abraçando. - Eu tive uma ideia aqui que pode te levar a verdade, mas preciso da sua autorização para falar da chave para o meu pai.

Pérola: O que você pretende fazer ? - ainda chorava e isso me quebrou

Márcio: Ele conhece pessoas e pode nos ajudar nisso. - revelei - Não é seguro sairmos por aí procurando pistas. Já tá tarde, mas amanhã eu prometo que falo com ele e vejo se pode nos ajudar. Agora você tem que me prometer que não vai fazer nada sem antes falar comigo.

Pérola: Prometo. - me abraçou - Mas me ajuda?É muito importante saber a verdade. E se meus pais foram assassinados eu tenho que saber por quem e por quê.

O que ela estava me pedindo era muito válido. Eu também reagiria como ela se tivesse a suspeita que parecia ser bem provável naquele momento. Não tem como ficar calado diante de uma dúvida daquela e eu faria tudo para que ela soubesse a verdade, mas esse tudo não incluía colocá-la em perigo

Parecendo saber que eu precisava falar com ele, meu pai ainda estava acordado quando cheguei. Esperei que Gabriela fosse dormir e pedi sua ajuda, contando tudo que tinha acontecido na casa de Pérola.

Márcio: Então é isso, pai - falei depois do relato - A Pérola acha que essa chave é o que vai realmente explicar o que aconteceu.

Rafael: É muito suspeito mesmo. - ele parecia pensativo - Mas também pode não ser nada. Esse povo rico tem a mania de guardar tudo em cofres. Vai ver que é isso.

Márcio: A Pérola falou que o cofre da família ficava no quarto dos pais. Isso só torna mais suspeito o aparecimento dessa chave. Além disso tem aqueles números. A questão é que a Pérola não vai sossegar enquanto não descobrir de onde é essa chave e isso tá me deixando louco, pai. Só de pensar que essa descoberta pode representar um perigo pra ela eu já me desespero. - levantei andando de um lado para o outro.

Rafael: Calma! Eu já sei por onde começar. - falou pegando o celular. - O Fontes é um velho amigo que se aposentou da polícia e agora trabalha com investigação particular. Como um ex policial esse trabalho dele conta com a ajuda de fontes na ativa ainda.

Márcio: Será que ele pode nos ajudar? 

Rafael: Vamos saber disso agora.

Ouvi meu pai por quase meia hora relatando tudo ao amigo. Não tinha mais uma unha inteira de tanta agonia. Eu só pensava na Pérola e no quanto aquilo estava ficando perigoso. de repente lembrei das palavras da Fabiana e meus pelos todos se eriçaram. Ela deixou muito claro que a Pérola valia mais viva do que morta. E ainda tinha o lance do pai dela está envolvido em lavagem de dinheiro. 

Rafael: Pronto! - falou chamando minha atenção. - Amanhã eu preciso que você me traga essa caixa e o seu conteúdo. O Fontes já sabe por onde começar.

Teus Olhos ( PEROMAR )Onde histórias criam vida. Descubra agora