Pérola
Não fiquei surpresa quando cheguei ao colégio e Márcio me esperava parecendo impaciente. Ontem ele me ligou algumas vezes, mas achei melhor que a conversa fosse pessoal, por esse motivo não atendi. Sei que me precipitei no julgamento da situação. Não quero ser uma namorada possessiva e controladora. Márcio tem direito a ter amizades e tenho que saber lidar com isso
Pérola: Bom dia! - falei meio sem jeito. É engraçado como às vezes ficamos estranha na frente de quem mais nos conhece. A vergonha pela minha reação exagerada de ontem era o motivo de eu estar sem saber como agir.
Márcio: Bom dia! - ele me deu um selinho e me olhava como se quisesse ter certeza que tudo ficaria bem. - Liguei e você não atendeu. Está chateada ainda?
Pérola: Não. - fui sincera - Na verdade queria te pedir desculpa pelo modo como agi ontem. Não tenho que me meter nas suas amizades. Isso não vai mais se repetir.
Márcio: Amor, não quero que fique insegura quanto a Laís. Ela realmente é somente uma amiga. Uma amiga que eu estou querendo ajudar.
Pérola: E conseguiu? - perguntei interessada de verdade.
Márcio: Ela não se abriu muito, mas pelo menos eu senti que ficou balançada em relação ao curso.
Pérola: Eu quero te apoiar. - falei com toda verdade do mundo - Se você achar que tem algo que eu possa fazer, me avisa? Sei lá, eu estive pensando que pode ser dinheiro. Sei que esses cursos são caros e quem sabe não dê para darmos um jeito? Eu estou com muitos planos em relação a como posso fazer a diferença. Ajudar a sua amiga pode ser um caminho.
Márcio: Estive pensando em convida-la para aparecer uma noite dessas no Le Kebek. Conhecer o pessoal, sei lá. Uma ótima oportunidade de vocês se conhecerem e talvez você possa conseguir fazer com que ela se abra.
Pérola: Faz isso. - concordei mesmo o ciúmes voltando a me incomodar. - Agora vamos para a sala antes que venham chamar a nossa atenção.
Mesmo tentando aceitar que meu namorado estava todo envolvido com os problemas de outra garota, algo me incomodava nessa história. Márcio parecia falar dela de uma maneira diferente e isso estava mexendo comigo.
No intervalo aproveitei para contar a Michael sobre a conversa que tive com Márcio. Ele sempre me trazia a realidade e espantava os fantasmas da insegurança que me cercavam. Relatei o que estava passando em minha mente e Michael disse que eu deixasse minhas cismas de lado e de mente aberta conhecesse Laís. Depois daí criasse minha opinião sobre a garota. Realmente era uma boa.
Quando já estava perto da aula acabar Rosália apareceu na minha sala para falar comigo. Na noite anterior ela me falou de um local que estava para alugar e que possivelmente seria uma opção para abrirmos o buffet que estávamos querendo.
Pérola: Mas quando você vai lá ver esse local? - perguntei entusiasmada.
Rosália: A corretora com quem falei disse que poderíamos ir lá hoje mesmo. Se estiver tudo bem pra você podemos ir no final da tarde.
Pérola: Claro! - afirmei já me sentindo uma empresária do ramo da alimentação. - Vou só ver se o Márcio vai querer ir com a gente. Ele também está animado.
Rosália: Então combina com ele e em casa nos falamos. Agora deixa eu ir antes que Leonor reclame. - nos despedimos e voltei para a aula.
Falei com Márcio e de cara ele disse que também iria. Assim como Alex e Maria Alice que já faziam mil planos para a inauguração do local. Nem podia acreditar que as coisas finalmente estavam dando certo para nós. Minha madrinha iria poder chegar ao final do mês sem ter que se preocupar com o dinheiro que mal dava para cobrir os nossos gastos.
