Capítulo 36

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Márcio


Por pouco não contei tudo a Rosália. Me segurei para não deixar tudo sair ali naquela sala, mas eu não podia. A parte mais difícil foi ver o quanto tinha quebrado Pérola, agora era seguir e descobrir quem era uma ameaça para ela.

Não tive cabeça e nem coragem para ir ao colégio. Ver Pérola e mentir outra vez ia além de mim. Fiquei um tempo na praia até que resolvi voltar para casa. Meu estômago reclamava por comida, embora eu não sentisse fome.

Cheguei e todos já estavam jantando. Passei direto para o quarto torcendo para esquecerem da minha existência. Me joguei na cama e quando senti a vibração do meu celular na mesinha, por um momento eu pensei se tratar dela, mas a ira me possuiu quando vi que era uma mensagem de Fabiana. Eu não ia conseguir ter tanto sangue frio para aguentar aquela garota. Me dava nojo a lembrança do seu rosto.


Ainda não te parabenizei pelo meu showzinho particular.

 Que tal hoje no Le Kebec? 

Me liga!


Márcio: Nem fodendo! - atirei o aparelho na cama. De repente a fúria aumentou e quando dei por mim já estava possuído jogando tudo a minha frente. Eu queria destruir tudo porque eu estava destruído também.

Márcio: Não acho um bom momento para aparecer, irmãozinho.- falei sentindo a presença de alguém no quarto. Só podia ser Alex. -  Não quero ver e nem falar com ninguém. Vaza! -  e como o sol nascendo para anunciar um novo dia eu ouvi sua voz.

Pérola: Comigo você vai ter que falar. - virei a vendo parada na minha frente. Ela estava tão linda ali decidida a me enfrentar...

Márcio: Não temos mais nada pra falar, Pérola. - tentei fugir de seu olhar - Por favor me deixa em paz!

Pérola: Vou deixar. - gelei - Assim que os teus olhos me disserem a verdade. Olha pra mim! - ela falou mais alto. -  Olha e diz que não me ama mais. Fala Márcio!

Márcio: Não preciso te provar nada. Eu já te disse que não quero mais. Quer que eu desenhe?

Pérola: Quero que me olhe. - insistiu - Fala olhando nos meus olhos e eu te juro que mesmo morrendo por dentro eu vou sair da sua vida. Se a verdade dos teus olhos me disserem que esse é o fim eu vou aceitar.

Márcio: Não se humilha assim, garota. - tentei provocá-la porque sabia que não conseguiria fazer o que ela estava me pedindo - Aceita um fora e segue sua vida.

Pérola: Eu vou te pedir pela última vez. - sua voz vacilou por um segundo - Olha pra mim? - a conversa que tive com Rosália passou pela minha cabeça. Não ia conseguir seguir assim. Não tendo que mentir olhando em seus olhos. Aqueles mesmos olhos que me despiram do medo no momento que me olharam. Diante de mim estava o meu amor suplicando pela minha honestidade e eu apenas não podia mais. - Eu vim aqui porque eu sinto o seu amor Márcio. Sem pudor eu tô te pedindo que seja verdadeiro comigo, mas quando eu sair por essa porta, eu deixo nesse quarto todo o amor que sinto por você.

Eu não era tão forte para abrir mão do seu amor. Nem que isso fosse por sua segurança. Eu precisava dela pra viver. Assim com o ar é necessário para a vida, Pérola é a minha . E nesse momento eu fui vencido. Ali deixei cair minhas armas.Essa guerra já tinha sido ganha por ela no momento que a vi. Sem palavras. Sem desculpas. Sem mentiras corri até ela e a beijei.

O beijo era cheio de saudade. Era como se meu corpo sentisse a falta dela há milênios.Quando senti sua língua me invadir, eu vivi outra vez. Minhas mãos precisavam sentir o seu corpo. Era vital. 

Márcio: Eu preciso de você... - implorei - Preciso te sentir... - beijava seu pescoço e quando ela gemeu eu perdi de vez as amarras que ainda teimavam em me deter. Praticamente arranquei seu vestido. Era desesperador a necessidade em mim de senti-la. - Eu te amo.

Pérola: Eu sei ... - falou entre os gemidos

Pérola arranhava minhas costas e intensifiquei o beijo. Não me importei com mais nada. Ali éramos só nós dois. Naquele quarto não havia espaço para mais nada que não fosse o nosso amor. A nossa entrega.

A encarei arfando e nossos olhares se conectaram. Ali eu tive o meu perdão. O seu olhar me disse que ficaria tudo bem. Comecei a beijar seu rosto. Depositei beijos molhados em seu pescoço. O cheiro de sua pele me fez pulsar.  O cheiro que só ela tinha. Desejo. Tesão. Tudo se misturava. Pérola colocou a mão no cós da minha bermuda e arfei jogando a cabeça para trás. Tudo em mim gritava por ela.  Tive o corpo despido, porque a alma já havia sido há muito tempo. Desci sua calcinha adorando cada parte do seu corpo.  Beijei seus lábios com luxúria e com sem corpo encostado naquela porta eu a penetrei. 

Pérola: Márcio... - meu nome saiu por entre seus lábios fazendo eco em minha boca. Era insano. Éramos nós nos amando cheios de desejo. A cada som que vinha dela eu me sentia mais vivo, mais dela. Foi inevitável não aumentar o ritmo. Embora tentasse me controlar era tomado pelo prazer que sentia. Senti Pérola se desmanchar em prazer e o meu lhe fez companhia. Não tinha jeito. Eu era completa dela. Entregue de corpo, alma e sentimentos.  E eu chorei. Um choro de alívio. Um choro de reencontro. Um choro de quem acaba de nascer.

Márcio: Me perdoa...

Pérola: Eu te amo...

Teus Olhos ( PEROMAR )Onde histórias criam vida. Descubra agora