Capítulo 11

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Pérola


Nos dias seguintes ficamos todos envolvidos no evento que o pai de Márcio estava organizando para arrecadar doações para a ONG. Alguns de nós ficariam responsáveis pelas oficinas que seriam oferecidas à comunidade como forma de engajar as pessoas em projetos sociais.

Márcio estava muito empolgado e na nossa última reunião, com Rafael, pude constatar que ele havia puxado muitas coisas do pai e não se dava conta. Para muitos ali era somente um pai interagindo com o filho, mas para mim que sabia o quanto tinha sido difícil para o Márcio chegar até aqui, era emocionante ver os dois juntos e se dando tão bem.


(...)


Márcio: O que é que minha linda está fazendo aqui escondida nesse cantinho ?- chegou por trás de mim enquanto minhas lembranças me levavam para bem distante

Pérola: Lembrando. - falei me virando e o abraçando. Era muito estranho não ter mais família.

Márcio: Então lembra sempre que eu estarei com você. - acariciou meus cabelos - Demorei dezessete anos pra te encontrar e agora nunca mais vou ficar longe de você.

Pérola: Não prometa o que não sabe se irá cumprir, Márcio Porto - brinquei

Márcio: Não é uma promessa, Pérola - ele continuava sério enquanto eu sorria - É a verdade.

Pérola: Você fala com tanta certeza...

Márcio: Eu pensava que era quebrado. Era estranho me sentir muitas vezes vazio. Eu só não sabia que o que me faltava estava em você.

Pérola: Eu me sinto tão segura, tão protegida nos seus braços. - voltei a me aninhar naquele abraço gostoso, todo de Márcio Porto.

Márcio: Eu queria te fazer um convite . Aliás, um pedido. - falou beijando meus cabelos

Pérola: O que seria esse pedido? - quis saber

Márcio: Daqui a dois dias é feriado e eu queria que você fosse comigo visitar minha mãe. - meu coração parou uma batida nesse momento.

Pérola; Tem certeza disso? - o encarei.

Márcio: Sim. Quero que você me conheça por inteiro e para isso falta eu te levar a um lugar.

Pérola: A casa da sua mãe? - com o Rafael era mais fácil, pois o conhecia antes de conhecer o Márcio,mas a mãe dele?

Márcio: Não. Um lugar só meu. Lá você vai entender.

Pérola: Mas e o evento da ONG? - seria importante que Márcio estivesse aqui junto do pai nesse momento e por um instante pensei que essa viagem fosse uma maneira de Márcio fugir disso.

Márcio: Chegaremos um dia antes. Já combinei com meu pai e se deixarmos nossa parte toda organizada não terá problema.

Pérola: Não sei... Sua mãe pode ficar incomodada de você levar a namorada. - realmente parecia estranho

Márcio: Tenho certeza que não será incômodo nenhum.

Pérola: Eu sei que não serei a primeira garota que você leva pra casa, mas é que eu não saberei como agir e também tem a Rosália, não sei se ela irá concordar. - uma leve brisa ciumenta me atingiu ao pensar em quantas garotas já estiveram com ele.

Márcio: Nunca houve garota nenhuma. - pegou meu rosto entre as mãos e me encarou - Não nenhuma que eu quisesse levar para casa. Que eu quisesse desesperadamente estar perto. Não houve ninguém.

Teus Olhos ( PEROMAR )Onde histórias criam vida. Descubra agora