Passado alguns dias...
Márcio
Hoje finalmente Pérola sairia do hospital. Ela ainda não sabia, resolvemos fazer surpresa. Até porque queríamos evitar que ficasse ansiosa com isso. Além de tudo ainda tinha algo que estava nos tirando o sossego: nada tinha sido esclarecido sobre o seu atropelamento. Temíamos pela segurança dela e não queríamos que ela desconfiasse disso.
Eu, Rosália, Jade, Michael, Alex e Maria Alice ficamos acordados de não deixar que Pérola ficasse sozinha. Um sempre estaria com ela e se algo de estranho fosse notado, avisaríamos a polícia imediatamente.
Segundo Alex, Fabiana agia naturalmente no colégio, o que para mim era mais um indício que ela estava metida nisso. Por nenhum momento ela se preocupou em esconder a satisfação de saber que Pérola tinha sido quase morta. Não que eu esperasse algum gesto de humanidade daquela garota, mas ela nem tentava disfarçar seu ódio por Pérola.
Com a desculpa de pegar uns livros para não me atrasar tanto nas matérias, eu fui para o apartamento de Pérola ajudar com a recepção surpresa que a galera estava preparando. Nada grandioso como Hugo queria, até porque não queríamos que ela em seu primeiro dia longe daquele hospital se cansasse, mas tudo feito com muito amor. Que era o que ela passava para todos ao seu redor.
Márcio: Já vou indo. - falei pegando meu celular que estava em cima da mesa. - Daqui a pouco ela desconfia da minha demora.
Alex: Deixa a menina respirar! - provocou - Não deu um minuto de folga para ela. Cuidado para ela não enjoar da sua cara.
Márcio: A Maria Alice não enjoou da sua que é esse desastre, imagina se a minha linda vai enjoar desse rostinho perfeito aqui. - rebati fazendo todos rirem.
Alex: Essa risada foi em concordância com isso, Maria Alice? - olhou para a namorada
Maria Alice: Claro que não, meu fofucho.
Michael: Para tudo! Fofucho? É isso mesmo que ouvi? - falou fazendo Alex se envergonhar
Alex: Tá vendo, Maria Alice. Assim você me quebra.
Jade: Vamos deixar de papo, FO FU CHO. - esse apelido iria ferrar Alex até o fim da vida e eu estava amando. - Tem muito balão ainda para encher.
Em poucas horas estaria trazendo Pérola para casa e finalmente ela voltaria a sua vida normal. Não via a hora de ver a reação dela ao saber que já estava de alta. Voei para o hospital e tentei parecer normal para que ela não desconfiasse.
Pérola: Demorou, amor. - falou fazendo biquinho. - Já estava achando que tinha sido abandonada.
Rosália: Ei! E eu? - se fez de magoada - Não conto não?
Pérola: Claro que sim, madrinha. - falou a chamando - É que já estou acostumada a ter esse garoto aí por perto sempre. Quando ele não está aqui fica um vazio... O que seria desse hospital sem esse garoto lindo aqui?
Márcio: Logo a gente vai saber a resposta para a sua pergunta. - falei e ela entendeu na hora abrindo o sorriso lindo que só ela tem.
Pérola: Jura? Meu Deus! - um misto de tantas emoções era notado em seu rosto.
Márcio: Você vai voltar para casa hoje, amor. - me aproximei beijando sua cabeça. - Mas não pode esquecer desse gesso aí, infelizmente ele vai ter que ir junto.
Pérola: Não me importo. - me abraçou - Só de saber que hoje vou dormir na minha cama...
Nessa hora eu me dei conta que não dormiria mais ao seu lado. Não sentiria seu calor se misturar ao meu. Não teria mais os seus cabelos para acariciar até dormir e isso me entristeceu. Eu sei que estava sendo egoísta, mas seria difícil me acostumar a dormir sem ela em meus braços. então eu entendi que naquele hospital, sob todas as circunstâncias, eu vivi os dias mais felizes da minha vida.