Destinada a mim (Concluído)

[26] Corações Selvagens, não podem ser quebrados

Pink - Wild Hearts Can't Be Broken

Eu vou ter que morrer por isso, eu temo
Há raiva e terror e há doença aqui
Eu luto porque preciso
Eu luto por nós para saber a verdade...🎶🎶💔

...

           🌟🌟🌟

[Leia com a música]

[Trevor]

Estou muito cansado, mas a coisa que mais quero agora é namorar um pouco minha noiva. Meu corpo está querendo o seu, como um viciado quando fica muito tempo sem droga. Maju é meu vício e eu não quero me curar dele.
Quando entrei, a casa estava silenciosa, então não gritei como de costume, a Soph poderia estar dormindo, mas assim que cheguei na sala e vi meu irmão sentado no sofá com os braços apoiados na perna e as mãos tampado o rosto, sabia que o que quer que seja que ele tem para me falar, eu não vou gostar.

- Tyler?!- Ele se levantou e me olhou com pena, com tristeza.

- Irmão.- Me abraçou.- Eu tentei te ligar, mas só caia na caixa postal. Vamos sentar.

- Meu celular descarregou. Você está me assustando, cadê as garotas?

- Vem, senta aqui.

- Aconteceu alguma coisa com minha filha?- Perguntei já exasperado.

- Não, ela está bem e na casa da mamãe.

- Então foi com a Maju?- Já estava ficando nervoso e ele não fala nada.- Porra Tyler, fala logo. Aconteceu algo com minha noiva?- Ele passou a mão nos cabelos, procurando forças para falar.

- Ela foi embora.- Embora pra onde?

- Como assim?

- Ela voltou para o Brasil.- Tudo começou a ficar em câmera lenta, a sala começou a girar e eu caí sentado no sofá.

- Isso é brincadeira né?!- Eu queria que ele dissesse que sim, mas ele negou e meu coração perdeu uma batida.

Eu não estava com forças, mas levantei e gritei seu nome, como se ela fosse aparecer no topo da escada, mas ela não apareceu. Então eu subi correndo para nosso quarto, na espera de te ver dormindo, mas ela também não estava.
Abri o closet a procura de suas roupas, mas estava faltando algumas peças.
Voltei para o quarto e Tyler estava com uma folha na mão.

- O que é isso?- Perguntei.

- Acho que é uma carta da Maju. Acabei de achar em cima do travesseiro.- Peguei da mão dele e vi a letra da Maju, com alguns pingos, que imagino que tenha escrito chorando.

...

"Amor, primeiramente eu quero te dizer, que você e a Soph foram as melhores coisas que aconteceram em minha vida. Por um tempo eu tive minha própria familia e foi a melhor parte de mim.
Eu nunca achei que amaria alguém, como te amo e agora entendo como minha mãe ficou quando meu pai morreu, eu entendo a dor que ela sentiu, mesmo assim, a dor dela era diferente da minha, ela perdeu seu grande amor, por isso eu estou voltando para o Brasil, porque eu não suportaria sentir a mesma dor que ela. Eu não sou forte como todos pensam e perder meu pai foi a pior dor que já senti, não quero senti-la novamente.
Mas saiba que vocês sempre estarão em meu coração e em minhas lembranças. Eu amo vocês mais que tudo, por isso eu estou indo embora e deixando meu coração e minha vida para trás, em suas mãos.
Obrigada por me fazer a mulher mais feliz e amada do mundo".

- Da sua morena.

Quando acabei de ler, percebi que eu estava soluçando. Tyler me abraçou tão forte, que parecia que ia quebrar minha espinha, mas eu só precisava daquele abraço, então chorei mais ainda em seu ombro.

- Ela vai voltar, irmão.- Ele falou assim que me acalmei, mas nem ele acreditava em suas próprias palavras.

- Mas eu não sei nem porque ela se foi. Ela não podia.

- As vezes ela tinha os motivos dela. Liguei para mamãe e ela me falou que a Soph passou o dia triste, chorou algumas vezes, mas não quis dizer o porque e que agora ela está com febre. Eu acho que é emocional, ela sabe que a Maju foi embora.

- Tenho que ir ver minha filha. A mamãe sabe da Maju?

- A mamãe não sabe de nada. Acho melhor você tomar um banho e descansar, você não está com cabeça para ficar com a Soph agora, você está sofrendo.

- Você tem razão, vou buscar ela de manhã. Agora vou tentar entender o por que da Maju ter feito isso.- Ele me deu um abraço bem apertado e antes de sair falou.

- Fica bem.- Eu apenas concordei, mas sabia que a última coisa que eu ia ficar, era bem.

           🌟🌟🌟

Eu fiquei praticamente a noite toda sem dormir, cochilei por apenas uma ou duas horas.
Como dormir quando você tá acostumado a dormir agarrado a sua mulher? Se quando eu viajo e tenho que dormir fora, já é difícil, imagina agora que sei que ela foi embora?! Quando acordei, fiquei torcendo para que fosse apenas um pesadelo, mas eu senti o lado de sua cama frio e eu não consegui me segurar e cai no choro. Estou chorando de soluçar e a última vez que isso aconteceu além de ontem a noite, foi quando meu pai morreu, faz dois anos que eu não choro assim.
Peguei o celular e fiquei tentando ligar para Maju, as cinco primeiras vezes chamou e caiu na caixa postal, deixei mensagens em todas, mas depois o celular começou a dar desligado, acho que ela desligou o celular.

- Por que você está fazendo isso comigo Maju?- Chorei mais uma vez abraçado ao seu travesseiro, que tem seu doce cheiro de flores.

Lembrei que minha filha deve está sofrendo também, olhei para o relógio e vi que marcava sete horas, limpei as lágrimas que teimava em cair, levantei e tomei um banho.
Não consegui comer nada, lembrei que ela quem fazia o café da manhã, apenas peguei meu carro e fui direto para casa da mamãe.
Entrei, não vi ninguém, então subi para meu quarto, que agora é da Soph, ela estava deitada no colo da mamãe, que estava fazendo carinho em sua cabeça.

- Filha?!- Ela levantou a cabeça, olhou no fundo dos meus olhos e chorou.

- O que houve Sophie?- Mamãe perguntou sem entender nada e eu chorei junto, porque sentia a mesma dor.- O que ta acontecen...- Mamãe parou de falar quando notou que eu também estava chorando.- Filho, por que tá chorando? Me fala o que aconteceu.

- Depois eu falo mãe, agora deixa eu falar a sós com a minha filha, por favor!

- Tá bom. Ela ainda tá um pouco quente e vomitou agora de manhã.- Ela me deu a Soph no colo e saiu do quarto.

- Filha?!- Fiz ela me olhar, assim que sentei na cama.- Você sabe da mamãe?

- Tá fazendo o dever dela.- Ela falou baixinho.

- O quê? Que dever?- Ela deu de ombro.- Ela te falou alguma coisa?- Ela negou, mas eu sabia que não era verdade, mas não podia forçar ela a falar. Apenas abracei-a bem apertado, sem machuca-la.- Vai ficar tudo bem. Ela vai voltar.- Falei mais para mim do que para ela, eu queria acreditar em minhas palavras.