[45] Privilégio

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The Weeknd - Privilege

Aproveite sua vida privilegiada
Porque eu não vou te abraçar a noite toda
Nós dissemos nosso último adeus
Então, vamos tentar terminar com um sorriso...🎶🎶

           🌟🌟🌟

[Soph]

- Você conhece essa moça Soph?- A tia Elena me perguntou assim que cheguei no portão.

- Sim, é a tia Bell.- Era a tia Bell, mas ela estava um pouco diferente.

- Ela disse que veio te buscar.- Eu dei a mão a ela e estranhei não receber beijos e abraços como sempre.

Fomos andando até o carro do tio Ty, mas quando ela abriu a porta, não era o tio Ty e na hora percebi que também não era a tia Bell, quando eu ia gritar, a moça tampou minha boca e o moço com o olhar assustador, esperou algo em meu braço e comecei a sentir sono e não vi mais nada.

...

Acordei em um lugar pequeno e escuro. Só estava eu e a Mili. Minha boneca estava com muito medo, assim como eu.

- Paiii? mãeee? Tio Nandoo?- Comecei a chorar e a porta foi aberta pelo mesmo homem que estava dirigindo o carro, mas ele estava com um celular na mão e me encoli no canto da parede, agarrada com a Mili.

- Não chora pequena, daqui a pouco o chefe consegue o que quer e o tio aqui te deixa em casa. O que acha?

- Eu quero minha mãe.- Ele me olhou estranho.

- Tenho que ir, mas não chora, mocinhas lindas não choram.- Ele saiu e continuei chorando.

[Maju]

Trevor me fez descansar, porque ele precisava sair, mas não consegui ficar muito tempo dormindo, sabendo que minha filha corre perigo.
Um barulho de mensagem, me tira de meus pensamentos.

..

"Que tal uma troca justa? Você pela baixinha?"
- Desconhecido.

"Não faça mal a ela, eu troco de lugar, mas deixa ela em paz"
- Maju.

"Está mesmo disposta a trocar de lugar com a pirralha?"
- Desconhecido.

"Estou sim, mas como saberei que você não vai machuca-la e deixar ela em paz?"
- Maju.

"Nossa, assim você me magoa. Você pode me chamar de tudo qualquer nome que conhecer, eu serei todos eles, mas se tem uma coisa que eu não sou, essa coisa é sem palavra."
- Desconhecido.

"Como faremos a troca?"
- Maju.

"Simples. Você vai interfonar para o porteiro e vai avisar que está esperando o carro da lavanderia, em 15 minutos, você vai sair pela porta dos fundos e entrar no carro que vai te pegar na frente da casa vizinha. Quando você chegar aqui, eu mando deixar a pirralha na frente da delegacia, mesmo não gostando dela, cumprirei minha palavra e não tocarei um dedo nela. Deixa seu celular em casa."
- Desconhecido.

"Okay"
-Maju.

.....

O Trevor vai ficar nervoso, mas não posso deixar acontecer nenhum mal a minha princesinha. Coloquei um conjunto de moletom, deixei meu celular na cama, peguei meu vidro de vitaminas e desci as escadas, ouvi a voz do Tyler e da Bell na cozinha, então fui devagar pela ponta do pé e sai, fechando a porta sem fazer barulho, assim que sai, uma van da lavanderia se aproximou e percebi que não tinha mais volta. Sentei do lado do cara, que nunca vi na vida, ele sorriu estranho e colocou um pano preto na minha cabeça.

- Você é muito corajosa.- O homem que não conheço, falou e soltou uma risada meio estranha.

Eu estava com um pano na cabeça e não tinha como saber para onde ele estava me levando, mas eu sabia que era longe, pois faz mais ou menos meia hora que estamos andando e percebi que tem uns cinco minutos que não paramos em nenhum sinal de trânsito.

- Vamos, desce.- Ele abriu parou o carro e abriu a porta pra mim.- Sem olhar, apenas me acompanhe.

Saímos do carro, mas ele me colocou em outro carro, ligando em seguida. Demorou mais uns quinze minutos e ele parou o carro em algum lugar.

- Chegamos. Vou te dar uma dica. O chefe anda meio estressado, então não vá irritá-lo.- Ele suspira.- Não sei se ele faria algum mal a você, porque ele é obcecado em você, mas eu não tenho culpa e nem as meninas tem culpa de nada, sempre sobra pra gente.

- Quem é ele?- Perguntei nervosa.

- Logo logo você saberá quem é ele.

- O que ele quer?

- Não é óbvio? Ele quer você. Agora vamos.

Ele segurou meu braço e fomos andando reto, ele abriu uma porta e subimos uma escada, andamos mais um pouco, escutei barulho de chave, depois uma porta abrindo. Ele me colocou lá dentro e disse que eu poderia tirar o pano da cara. Em seguida ele fechou a porta.

Tirei o pano e olhei em volta, era um quarto normal, limpo e não parecia um cativeiro. Tinha uma cama de casal, um criado mudo com uma garrafa de água e copo de plástico, tinha um guarda roupa e uma porta que eu acho ser o banheiro, tinha uma janela e corri pra vê o que tinha do outro lado, mas me desanimei ao ver um beco estranho e assustador.
Eu estava cansada e não tinha nada pra fazer, a não ser deitar e descansar um pouco as minhas costas.
Deitei e fiquei olhando para o teto e meu olho foi pesando e depois não vi mais nada.

Soph estava chorando, mas eu não sabia onde ela estava, abri a porta e sai atrás de seu choro, cada vez ficava mais perto, mas eu estava desesperada.

- Mamãe, socorro. Me tira daqui.

Ela gritava e eu chorava por não acha-la. Entrei em uma porta no final do corredor e la estava ela, deitada no chão, toda ensopada de sangue, agarrada em sua boneca, que estava como ela, cheia de sangue. Corri até seu corpo e ela estava sem forças até para respirar, mas ouvi sua voz dizendo "Eu te amo" e em seguida, ela fechando os olhos e eu sabia que era para sempre, meu peito ardeu e eu gritei.

- FILHAAAA.

Acordei assustada e me sentei na cama ainda de olhos fechados, mas a sensação de está sendo vigiada, bate em mim e sinto que tem alguém no quarto junto comigo, um arrepio em minha pele e algo me dizendo para abrir os olhos, então eu o faço. Olho ao redor e fico surpresa por aqueles pares de olhos que eu reconheço muito bem me fitando, só que eles estavam sombrios e me causava arrepios.

- Você?- Perguntei chocada.

- Gostou da surpresa?- Ele sorriu de lado e se aproximou de mim.- Você é minha, Maria Júlia.

Destinada a mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora