Acordei no dia seguinte, sem pesadelos, mas sozinha em minha cama, a noite tinha sido perfeita. Achei-me uma tola por estar sorrindo sozinha pensando em como tinha sido minha primeira vez com Lord Voldemort.
– Deixa de ser tola, Elizabeth, você não era assim antes. – penso em voz alta e me sento na cama passando a mão pelo meu cabelo puxando-o para trás, tentando recuperar meu lado racional.
Penso agora em algo mais sério, Dumbledore, ele sabe a verdade, o que fará se perceber que eu passei para o outro lado? Mordi o lábio, pensativa, mas as lembranças da noite anterior voltaram me fazendo sorrir, “ao menos valeu a pena”, pensei.
– Você me ama. – eu ouço sua voz aveludada vindo da porta e mesmo sem querer sinto minhas bochechas esquentarem quando nossos olhos se cruzam.
– Não. – nego sem hesitar, sou orgulhosa, mas não é apenas isto, sei que é errado e que eu não deveria sentir nada por ele, então tento me convencer de que não sinto.
– Não foi uma pergunta. – ele diz se aproximando e se sentando em minha cama. – Mas nunca será correspondida, é bom saber disto.
Eu reviro os olhos.
– Posso saber por que não?
– Amor é um sentimento para os fracos. – dou de ombros, fingindo que não me importo.
– Como uma herdeira de Slytherin, como Mérope Gaunt pode se apaixonar por um trouxa? – perguntei e ele me olhou desconfiado. – Li seu diário, na noite em que me encontrou no seu quarto.
Ele me lança um olhar de reprovação por alguns instantes e depois encolhe os ombros deixando para lá. Eu sei que conquistei sua confiança, não preciso mais manter-me concentrada o tempo todo para fechar minha mente e isto era bom.
– Era bonito, idêntico a mim.
– Tão modesto.
– Ele não a amava, então ela lhe deu uma poção do amor, ou pelo menos foi isto que eu deduzi, isto não importa, ele a abandonou e pagou por isto.
– E o que é uma horcrux?
– Quer dizer então que no futuro ainda não descobriram meu segredo, e como poderiam...
– Eu não, mas talvez Harry Potter sim.
– Quem é Harry Potter?
– Um grande inimigo no futuro, está bem perto de destruí-lo, eu diria.
– Horcrux é um objeto onde se coloca parte de sua alma. Pretendo fazer a minha segunda este ano, pretendo fazer seis, contando com a parte de minha alma que habita meu corpo serão 7, o número bruxo mais poderoso. Quais são elas? Não, eu não confio tanto em você assim, este tal Harry Potter nunca vai conseguir me destruir. - ele diz seguro até demais.
– Seis? Pretende dividir sua alma seis vezes? - pergunto indignada, a maldade de Voldemort era ainda maior do que eu pensava, mas você não pode mais voltar atrás Elizabeth, pensei. – Apenas uma sugestão, não é preciso tantas, você vai acabar virando um monstro de alma dilacerada, não quer isto. E elas não são assim tão eficientes, se fossem Harry Potter não teria destruído uma horcrux com 12 anos.
Posso ver que ele está aborrecido e ainda não se decidiu se acredita ou não em mim, mas vê a verdade em meus olhos. Por fim, sua raiva não dura por muito tempo quando me aproximo o suficiente para lhe roubar um beijo rápido e olhá-lo com um sorriso travesso, percebendo uma parte de mim feliz, sorridente e de bom humor, um lado meu que eu não conhecia até o momento e que parecia aflorar ao seu lado.
– Não podia ter escolhido uma Lady das Trevas melhor para estar ao meu lado. Vou pensar sobre isto. É melhor dar um jeito em Dumbledore, sei que contou a verdade a ele também.
– Já sei o que fazer. – digo decidida enquanto ele se levanta e sai do quarto me deixando sozinha.
Eu faço minha higiene matinal e coloco o uniforme da sonserina, antes de ir até a sala do professor de Transfigurações. Ele me recebeu com sorrisos e desejando-me um feliz ano novo. Conversamos sobre como eu tinha passado a virada de ano, muito bem, eu pensei em como Riddle e eu nos divertimos na virada de ano e conversamos sobre o fato de Grindelwald estar se aproximando de Londres.
– Mas não acredito que a senhorita tenha vindo aqui apenas para me desejar um bom ano, Srta. Tyler. – diz o professor me olhando por cima dos óculos de meia lua.
– Não senhor, eu... Eu tomei uma decisão, não vou cumprir esta missão, vou abandoná-la.
– Vai voltar para o ano que veio, suponho.
– Não senhor, eu não posso, não há um vira-tempo que me leve para o futuro, fui abandonada por meu pai nessa missão sem sentido, não quero alterar o tempo, mas gostaria de ficar aqui no passado, sou mais feliz aqui e, no meu tempo, há guerra... Nunca estive em uma guerra e não quero estar em uma.
– Sendo assim, apenas peço que a senhorita faça tudo o que puder para não deixar que ninguém descubra a verdade e tente não alterar o futuro. – ele sugere embora esteja desconfiado e preocupado. – Pode ser perigoso.
– Sim senhor e obrigada por toda a ajuda. – digo sinceramente.
Voltei a me encontrar com Tom naquele mesmo dia mais tarde, ele estava na biblioteca, na sessão reservada lendo um livro chamado “O segredo das artes mais tenebrosas”, debrucei-me sobre a mesa.
– E então? - perguntou sem desviar os olhos do livro.
– Não é bom ficarmos assim tão próximos. - comento e ele olha para mim arqueando uma sobrancelha. - Dumbledore pode desconfiar.
– Não sei se estou disposto a ficar longe de você por causa daquele velho idiota. - ele sussurra mordendo o lábio inferior e olhando-me de cima a baixo, eu sorrio maliciosa e ele olha por cima de meu ombro, para a bibliotecária que quase dormia de tédio no balcão.
– É o melhor, embora também não me agrade. - digo me sentando ao seu lado.
As férias passaram rapidamente e com isto, nossos amigos voltaram ao castelo. Eu podia sentir os olhares desconfiados de Malfoy, Lestrange, Avery, Black e Rosier em cima de Tom e eu, viam que tinha alguma coisa de diferente.
Durante a noite, quando todas as meninas já tinham dormido, Druella me olhou séria e com os braços cruzados.
– Ainda não me disse o que aconteceu entre você e o Tom, Liz. – ela exigiu saber. – Pode ir falando.
– Ah... Bom, - eu me sentei na cama. – Você não me falou como seus pais reagiram quando souberam de você e Black.
– Ficaram orgulhosos, mas não mude de assunto.
– Acho que... Acho que eu estou apaixonada por ele. – confesso pela primeira vez em voz alta, Druella ri alto.
– Como se ninguém soubesse?
– Está tão na cara assim? Eu não sou esse tipo de garota, mas ele... Ele não é um garoto qualquer. – e então sussurrei. – Dormimos juntos.
Sua boca se abriu formando um perfeito O.
– Elizabeth Tyler sua devassa. - ela gritou.
– Calem a boca, nos deixem dormir. – resmungaram as outras garotas do dormitório e eu a soquei no braço, enquanto a mesma ria cobrindo a própria boca para não fazer barulho.
Conversamos muito e rimos antes de dormir e mais uma vez eu não me arrependi da escolha que tinha feito.
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A Preferida de Lord Voldemort
RomanceEla volta no tempo para impedir que ele se torne Lord Voldemort, mas acaba se tornando a comensal da morte preferida de Tom Riddle Elizabeth Snape terá que decidir entre o que é certo e o que o coração manda... No momento em que eu realmente enten...