Meu felizes para sempre dura pouco

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Era quase como se eu tivesse uma vida normal. Como se ele não fosse Lord Voldemort e eu não fosse uma "garota do futuro". Era a melhor época de minha vida, Tom e eu dividíamos um quarto no Caldeirão Furado, fomos a vários casamentos de nossos amigos, como o de Druella e Cygnus, Ângela e Abraxas, Orion e Walburga. Eu vi Bellatrix Black nascer, uma recém-nascida frágil e inofensiva, sem nenhum vestígio da assassina que irá se tornar.

Tom e eu dividimos muitas coisas, muitos momentos bons juntos, eu estudava para curandeira e ele trabalhava na Borgin & Burkes e quase não tínhamos tempo, mas as noites eram nossas, tomávamos sorvete e contávamos sobre o nosso dia ou bebíamos vinho e whisky de fogo, o que sempre me fazia rir de qualquer coisa e o deixava mais malicioso, atrevido e atraente do que já era sóbrio.

Eu gostaria de dizer que Tom e eu nos formamos em Hogwarts e tivemos o nosso "e viveram felizes para sempre", que ele desistiu de seus planos assombrosos por amor. Ah! E como eu gostaria, mas não foi bem assim. Isto só durou um ano, um pouco mais ou um pouco menos.

O meu castelo dos sonhos começou a ruir em uma noite em que ele me levou até um cemitério em uma vila chamada Little Hangleton, até a lápide de seu pai trouxa. Eu me sentei em uma lápide próxima.

— O que estamos fazendo aqui? —  perguntei e ele não me respondeu. —Tom...

Tom tomava uma poção escura nojenta, cortou a própria mão e marcou seu sangue em algo que parecia uma tiara bonita de prata com uma pedra azul bonita. Depois começou a proferir um encantamento, baixo e sussurrado, palavras estranhas que me causavam arrepios. Ele suava e parecia sentir tanta dor que gritou algumas vezes. Era angustiante até de presenciar. Uma fumaça negra saía de seu peito e envolvia a tiara. Em algum momento, eu parei de olhar até que tudo ficasse no mais denso silêncio.

Corri até ele no momento em que ele ia cair e consegui segurá-lo e fazê-lo se sentar em uma lápide.

— Então é assim que se faz uma horcrux... —  sussurro e me endireito. Aquele brilho vermelho que cintila por breves instantes em seus olhos me lembrando de quem ele é e me fazendo ter um pressentimento ruim. Tiro dois frascos dos bolsos das capas.

— O que tem aí? —  ele pergunta.

—  Poção fortificante com chá nesta e whisky nessa aqui. O que você prefere? — Ele aponta para a poção. Entrego para ele e tomo o conteúdo do outro frasco em um gole, sentindo o líquido me aquecer por dentro. Eu me sento ao seu lado. — Melhor?

— Eu me esqueço o quanto você é boa em poções — ele diz parecendo bem melhor, embora ainda esteja mais pálido que o normal. Eu encosto a cabeça em seu ombro e ele aponta para um casarão abandonado no alto de uma montanha. — Meu pai morava ali.

— Mesmo? — Ele assente e começa a contar como foi a noite em que matou todos eles. Quase dou risada ao pensar em como aquele era um encontro estranho.

Poucos dias mais tarde, Tom pediu que eu o encontrasse no Cabeça de Javali depois de meu expediente. Aparatei para Hogsmeade e nevava um pouco, mas os flocos apenas se misturavam com minha roupa branca do hospital, eu ainda não era uma curandeira, apenas a balconista, por isso não usava avental verde. As vestes claras contrastavam com os fios negros que herdei de meu pai.

Encontrei Tom sentado na parte mais escondida do estabelecimento, usava as vestes negras de sempre e usava o capuz para esconder o rosto, estranhei, mas sentei-me na cadeira vaga à sua frente.

— Posso perguntar, por que o Cabeça de Javali? Por que não o Três Vassouras ou o café da madame Puddifoot? Você nunca me levou lá — digo com um sorriso doce e ar descontraído.

A Preferida de Lord VoldemortOnde histórias criam vida. Descubra agora