Capítulo XII - Toda a verdade

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Elizabeth

Apesar de passar as férias na casa dos Riddle, eu ainda estava brava com Tom. Durante o café da manhã, sentávamos em lados opostos e Hylla ficava no meio intermediando.

— Bom dia, Hylla — digo quando entro na cozinha para o café da manhã. Tom está lendo o Profeta Diário.

— Se não vai falar comigo, por que quis vir para cá? — ele perguntou por detrás do jornal.

— Gosto da companhia da Hylla e eu estou falando com você, só estou mantendo nossa relação como deveria ser, de uma aluna e um professor, afinal você continua escondendo coisas de mim.

— O senhor certinho, orgulho da família tendo um caso com uma aluna? Eu vivi para ver isso — implicou Hylla.

Tom grunhiu e abaixou o jornal lançando um olhar de repreensão para Hylla. Na manchete principal eu pude ler a matéria: FUGA EM NURMENGARD: GELLERT GRINDELWALD ESTÁ SOLTO.

— Posso? — ele assentiu e eu peguei o jornal que dizia que Grindelwald tivera ajuda para escapar de Azkaban.

— Sim, acho que Olivia pode ter ajudado.

— Aquela biscate — diz Hylla.

— Sobre isso. Sua ex-mulher quer minha cabeça, você poderia me dar um treinamento de defesa nessas férias?

— Claro. Quando terminar, apronte-se e começamos.

Depois do café da manhã, coloquei um casaco e uma bota devido o frio. Pensei que iriamos treinar ali na mansão, mas Tom não queria que destruíssemos o quadro de Salazar Slytherin e toda a sua sala requintada, então andamos por horas até chegarmos em uma casinha no meio da floresta.

— Essa casa era do meu avô por parte de mãe e de meu tio. Ninguém mora aqui há um bom tempo.

– Percebe-se. – digo enquanto adentramos a casa escura e empoeirada, cheia de bolor e teia de aranha nas paredes, havia nela uma janela quebrada, uma poltrona velha e resgada, uma pia e armários velhos vazios. — Por que acha que Olivia ajudou Grindelwald a fugir de Nurmengard?

— Olivia tem propensão para as Artes das Trevas. Eu também tenho, mas sei onde ela pode me levar, então não pratico realmente. Olivia é mimada, quando não tem o que quer, faz qualquer coisa para ter, seria capaz de chegar ao cúmulo de ajudar a libertar um bruxo das trevas do nível de Grindelwald.

Começamos a duelar, alternando entre feitiços estuporantes, para desarmar e proteção. Ele me desarmou algumas vezes. Entre um feitiço e outro nós conversávamos.

— E essa Elizabeth Tyler? Quem é ela? Ela também não vai aparecer querendo me matar né? Vou ter que derrotar todas as suas ex do mal?

— Não — Ele riu baixo no mesmo momento em que me desarmou, eu xinguei baixinho, não sei se por ele ter me desarmado ou se por ele ter aquela risada tão bonita, provavelmente os dois. — Ela é uma garota que namorei antes de Olívia, mas ela foi embora e me esqueceu. Foi então que fiquei com Olivia, para esquecê-la.

– Sério? Só por que levou um fora tinha que casar com uma dondoca maluca? – reclamo e ele lança um feitiço que queima minha mão e me faz largar a varinha para se vingar. Pego a varinha e continuo falando, tentando conter o tom enciumado na voz. – Me fala um pouco mais sobre ela. Essa Elizabeth Tyler. Você sempre gostou dela?

— No começo, não, eu só a usava, mas ela me conquistou, mesmo assim eu continuava machucando, ferindo-a sentimental e fisicamente com torturas. Eu nem sempre fui uma boa pessoa se quer saber. Tivemos uma segunda chance, mas Tyler com sua curiosidade e todo o passado conturbado que tínhamos fez ela ir embora. Ela era a garota mais forte e inteligente que já conheci, mas tinha muitos segredos.

– Onde ela está agora?

– Não importa, ela preferiu se esquecer de tudo, não precisamos continuar falando sobre isso, é passado. – ele disse, mas eu ainda não estava convencida.

Voltamos a duelar, porém eu não conseguia me concentrar, meus feitiços não estavam precisos e ele me desarmava facilmente.

– Eu preciso de um tempo. – digo me virando de costas para ele, com as mãos na cintura e olhando para o teto.

– Não está se concentrando! Você é melhor do que isso.

– Eu estou me esforçando está bem!

– Não está sendo o suficiente. – Olho indignada para ele. – O que está acontecendo Elizabeth?

– Eu estou tentando. Mas... Chega, isso é inútil, eu não sou páreo para Olívia e também não sou Elizabeth Tyler, aliás, você devia ir atrás dela, encontra-la e fazê-la se lembrar, você a ama e está só me usando, como usou Olívia, isso não é justo. — reclamo e ele tenta conter uma risada o que me deixa ainda mais indignada.

– Ah! Eu fui atrás dela. – ele disse dando uma pausa no duelo e caminhando até mim.

– E? O que aconteceu? – perguntei e estremeci involuntariamente quando ele tocou meu pescoço.

– Ela está duelando comigo agora. – ele sussurrou e roçou seus lábios nos meus, seus lábios quentes em contraste com sua mão gélida em meu pescoço. O que ele diz não faz o menor sentido, mas tampouco ligo para isto, cada poro de minha pele ansiava por mais contato dele, mas ele se afastou. — É claro que não está conseguindo se concentrar, não para de falar.

Nós continuamos duelando tão intensamente que não consigo fazer mais nenhuma pergunta mesmo que elas borbulhem em minha cabeça. Em algum momento, tomada pela exaustão sou atingida por um feitiço estuporante e tudo apaga. Quando acordo novamente, estou deitada em uma cama confortável, Tom está sentado em uma poltrona ao meu lado.

— Como você está? Acho que peguei muito pesado com você. — Ele se inclina para frente com ar preocupado e segura minha mão.

— Estou bem — digo olhando para nossas mãos unidas. — Vai me explicar agora o que está acontecendo?

Tom me conta tudo, sobre minhas viagens ao passado, sobre como ele se tornou um Imortal e tudo parece loucura, mas ele até mostrou uma foto nossa no clube do Slughorn em 1945, a carta que escrevi para mim.

– 1945? O que?! Quantos anos você tem 70 e todos?

– Mais ou menos isso. – ele diz como se não fosse nada.

– Ok, isso é no mínimo estranho, você é um velhinho.

– Pareço um? – ele pergunta e arqueia uma sobrancelha imperiosamente com seu ar arrogante. Não digo nada para não alimentar seu ego que já é enorme.

— Preciso processar tudo o que você me disse, é muita coisa e eu não me lembro de nada, quer dizer, eu fui uma heroína, vivi mais tempo do que uma pessoa normal viveria e viajei no tempo, você foi um bruxo das trevas, eu conheci seus pais e eu não lembro de nada disso. Eu queria poder me lembrar.

— Eu sei, mas isso é passado. Descanse, porque vamos continuar seu treinamento amanhã.

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Hey!! Gostaram dos capítulos? Desculpem qualquer errinho. Até o próximo. Bjs <3

A Preferida de Lord VoldemortOnde histórias criam vida. Descubra agora