Desfaço meu malão no dormitório feminino da sonserina em Hogwarts quando voltamos das férias de Natal. As melhores férias que eu já tinha tido, mas que me fizeram sentir muita falta da minha família, dos cuidados de minha mãe e de Harry, da inteligência de meu pai, até das implicância de James e Sirius.
Começo a me sentir mal pelo que fiz. Fui egoísta, indo embora por um capricho, uma vontade de aventura e uma sensação de ser excluída, provavelmente os deixei preocupados, como minha mãe deve ter lidado ao saber que eu simplesmente sumi? Fui irresponsável. Pessoas já enlouqueceram porque mexeram com o tempo. Lágrimas brotam de meus olhos, silenciosamente para não acordar as outras garotas do dormitório que já estão dormindo, deixaram para esvaziar seus malões amanhã.
Novamente encaro aquela carta, a carta que me levou até 1943, com o vira-tempo e as memórias dentro. Preciso desvendar essa carta, agora mais do que nunca.
Com a carta nas mãos, eu corro para fora do dormitório feminino, trombando em alguém na sala comum. Só o perfume de Tom já consegue me acalmar um pouco.
– O que você está fazendo fora da cama depois da hora, Tyler? – Ouço a voz enjoada de Olivia, mas estou abalada demais para me irritar ou brigar com ela.
– Deixa que eu cuido disso, Olivia. Você está bem? – ele pergunta afagando meu cabelo. Balanço a cabeça negativamente.
– Preciso da sua ajuda.
Depois de Tom insistir muito para que Olivia nos deixasse sozinhos. Tom e eu saímos da sala comum para os corredores do castelo e eu explico o que eu queria fazer.
– Quer que eu te ajude a invadir a sala do professor Dumbledore para usar a penseira? – sussurra Tom. – Elizabeth, isso é loucura!
– Eu preciso fazer isso, Tom. Preciso descobrir de quem são essas memórias. – Entrego o frasco a Tom que o examina.
– Como conseguiu isso?
– É... Eu... É da minha família – minto, a culpa por mentir para ele me atinge no mesmo momento. Arranco o frasco de sua mão. – Coisa minha.
– Se é coisa sua, boa sorte em invadir a sala do professor Dumbledore. – Ele para de andar e me encara com o rosto inexpressivo.
– Tom, por favor. Eu te explico depois. Nem eu entendo muito bem. – Tom grunhe e segura minha mão, me guiando rumo à sala do professor de Transfigurações.
Só paramos em frente a sala do professor. Tom abre a porta com um feitiço mudo. Ele estava arriscando perder seu cargo de monitor, seu prestígio e seu excelente histórico que lhe garante uma vaga no corpo docente no futuro por mim e meu segredo mal explicado. Procuramos juntos em vários armários até encontrarmos a penseira em um armário que antes estava trancado.
– Obrigada – sussurro para Tom. Um agradecimento sincero e também um pedido que ele saia. Impaciente, ele espera na porta.
Eu despejo o líquido do frasco dentro da penseira, respiro fundo e mergulho o rosto nas memórias da desconhecida que me mandou aquela carta.
Primeiro sou levada à tarde tranquila em uma casa escura, mais especificamente uma biblioteca conhecida, a biblioteca da casa de meu pai. Uma garota lê um jornal sentada em uma poltrona. "Aquele que não deve ser nomeado retorna" se lê na manchete principal. Quando ela abaixa o jornal, meus olhos quase saem das órbitas ao encarar a mim mesma.
A lembrança muda e agora meu pai me entrega um vira-tempo para mim, um vira-tempo adulterado para voltar anos no tempo. Ele me manda para uma missão, deter Lord Voldemort.
Lord Voldemort. Lord Voldemort. Esse nome não me parece estranho, me lembro de Tom falando sobre gostar desse nome.
As cenas que assisto são uma espécie de universo alternativo, onde Lord Voldemort é um bruxo das trevas e eu fui mandada para o passado para destruí-lo. Assisto a trajetoria dessa Elizabeth que é sombria e melancólica. Nesse mundo onde uma profecia fez de Harry o único que poderia derrotar Lord Voldemort e que por isso ele matou a minha mãe.
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A Preferida de Lord Voldemort
RomanceEla volta no tempo para impedir que ele se torne Lord Voldemort, mas acaba se tornando a comensal da morte preferida de Tom Riddle Elizabeth Snape terá que decidir entre o que é certo e o que o coração manda... No momento em que eu realmente enten...