Olá Bebê. Estou muito feliz por você está gostando da história (assim espero), mas antes de prosseguir, gostaria de avisar que você já encontra "O Exorcismo de Marlon Gayler" na Amazon Brasil. Se tiver condições de pagar um preço simbólico pela versão digital da obra (lá ela está dividida em parte 1 e 2), estaria me dando um grande incentivo, agora, caso não possa, não se preocupe, continue a ler gratuitamente aqui no Wattpad. Acompanhar seu envolvimento com minha narrativa é uma grande recompensa (E receber estrelinhas e comentários também). Beijinhos.
____________________________________________
Ah. Pobre e perturbado Dan Mason. Misterioso, confuso, atormentado. Ele caminhava pela sombria calçada pressionando os punhos, mordendo os lábios, com os olhos enevoados de fúria e frustração. Sentia o vento soprar contra a face, estapeando-lhe o rosto, e ouvia o ranger das placas enferrujadas, gargalhando de seu fracasso.
A neblina dançava pela avenida que margeava a vila, ocultando as árvores da floresta, borrando a paisagem gélida. Folhas úmidas eram arrastadas pela sarjeta e algumas corujas observavam a silhueta subindo pela escuridão, silvando de sobre os postes, agora fazendo silêncio quando Dan enfim parara, se jogando no meio-fio, colocando a cabeça entre os joelhos, permanecendo imóvel.
Marlon vinha logo atrás. Embora assustado com a reação violenta de a pouco, sentia-se solidarizado com sua frustração. Ele parou quando avistou Dan sentar-se, ficou imóvel na lateral da rua, a olhar os arredores, sentindo a madrugada castigar as bochechas. Então, quando já não resistia ao relento, caminhou cautelosamente até o colega, e sem nada dizer, sentou-se em sua companhia.
Alguns instantes passaram, até ele o ouvir murmurar:
— Eu... Eu fiquei responsável por ele — Dan ofegou dolorosamente, sem mudar de posição, e Marlon reparou que sua voz estava embargada, pesada, com tonicidade de culpa — Éramos apenas nós dois, só eu e ele, então... então só queria que ficássemos juntos, longe daquele lugar. — mantinha a cabeça ainda oculta, a respiração ofegante — Então... o convenci a fugir semanas depois que completei maior idade, pensei que aguentaria, pensei que seria forte o bastante como eu. — respirou fundo — Nunca imaginei que Jeremy passaria tão mal no caminho, que isto iria piorar seu estado.
Marlon não sabia como reagir. O coração palpitava acelerado, o corpo começava a se aquecer na proximidade dele, e sentia-se constrangido por observá-lo chorar. Sempre achara Dan Mason o cara mais durão de Saint-Michel. Sarcástico, debochado, rebelde. Mas, vê-lo assim, encolhido na calçada sem esperanças, fazia o aperto na boca do estômago subir até a garganta. Nada podia dizer, a não ser ouvi-lo desabafar.
— Naquela noite, quando todos estavam dormindo, fui até o quarto dele e o convenci a seguir-me. Fizemos a trilha pela floresta e cavalgamos até o vilarejo, mas eu não havia calculado direito, e mesmo antes de chegarmos, a neve já cobria todas as extensões. Jeremy estava muito assustado, nunca o vi daquele jeito. Sua febre aumentara desproporcionalmente, e o frio dificultava a respiração. Ele tinha começado a alucinar dizendo que estávamos sendo seguidos, e talvez por minha culpa, apenas por minha culpa suas perturbações se intensificaram — o garoto ofegou — E então não houve o que fazer. Precisei desistir pelo bem dele. Precisei desistir no momento em que Jeremy já não aguentava mais caminhar, e tombou na neve, implorando para que eu o ajudasse, tendo uma crise de pânico que eu nunca vira antes, dizendo que iria morrer, que estava sendo sufocado. E então, quando achei que tudo estava perdido, quando achei que ele iria me deixar, alguém surgiu na noite e nos ajudou.
Houve um momento de silêncio, então Marlon questionou:
— Alguém surgiu na noite? — umedeceu os lábios — E quem era?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Exorcismo de Marlon Gayler [Romance Gay]
Romance"Internado contra a vontade em um colégio religioso liderado por freis, Marlon Gayler precisará unir-se a Dan Mason se quiser fugir. Dan é um rapaz igualmente problemático, arrogante e envolto por mistérios. É no curso do plano de fuga que um sentim...