98. Don't Jump I

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Quase 6 mil palavras, mas, people, preparem-se. Não digo nada.

*

" On top of the roof

The air is so cold and so calm

I say your name in silence

You don't wanna hear it right now

The eyes of the city

Are counting the tears falling down

Each one a promise

Of everything you never found."

- Don't Jump por Tokio Hotel

(se virem erros, avisem-me, por favor, porque não fui a tempo de corrigir, thanks)

Os preparativos para o casamento estavam prontos antes do previsto; supostamente, acabariam os últimos detalhes da decoração na véspera da cerimónia, mas conseguiram fazê-lo dois dias antes. Estávamos proibidos de passar pelo Grande Grande Grande Grande Salão, onde seria o copo de água, e também não podíamos pôr os pés no Jardim Este, já que o casamento era lá. O meu pai, que tinha chegado esta manhã, levou uma reprimenda da Gretchen por quase ter saído pela porta principal da sala de jantar, que dá diretamente para o maior Salão da casa.


Hoje era mais um dia atribulado; levaria a Violeta ao teatro, tomaríamos um verdadeiro chá das cinco às cinco horas em ponto, iríamos à Madame Tussauds e depois voltávamos para casa. Quanto ao Luís, falamos com ele ontem à noite e obtivemos todos os pormenores da viagem: terei de o ir buscar ao aeroporto, para ser mais rápido e mais barato para ele, às nove, que era quando ele chegava ao Gatwick. Passaremos o dia todo com ele e o domingo será totalmente ocupado pelo casamento da minha tia Lucy, que também chegaria, não a Londres, mas ao palácio amanhã. Na verdade, amanhã era o dia de chegada de imensa gente àquele palácio, não creio que haverá um quarto livre.


A Violeta ficou fascinada com os dois bules de água a ferver que nos deixaram, para o nosso chá das cinco, pois metade do bule era uma chávena. Apesar de odiar tudo o que é doce devido às minhas papilas gustativas intolerantes, sou um grande fã de scones e nunca consigo comer só um, por isso pedi logo cinco ou seis para que nos pudéssemos ir empanturrando enquanto beberricávamos o nosso chá preto. Havia uma paragem de autocarros mesmo ao lado da esplanada onde estávamos, proporcionando uma autêntica tarde londrina, com um chá às cinco, scones e autocarros de dois andares vermelhos a passar de cinco em cinco minutos. Depois, fomos ver o Mamma Mia, a peça de teatro, e finalmente percebi todas as falas. A Violeta era uma Donna mais engraçada, mas a atriz desta peça era mais convincente, talvez por ter uma idade próxima à da personagem que caracteriza.


Já passava das oito quando saímos do espetáculo; chegamos mesmo a tempo de apanhar o metro de Picadilly e, em menos de um quarto de hora, chegamos ao Palácio. Entramos pela porta Este e descemos as escadas exteriores que davam diretamente para o piso subterrâneo do palácio. Imensos empregados estavam sentados à mesa na sala de lazer dos funcionários, a beber um café ou a ver televisão, enquanto tagarelavam sem parar sobre tudo e mais alguma coisa. Fui trocar de roupa porque o Palácio estava ligeiramente mais frio, mas esse ligeiramente já pedia por um casaquinho ou uma camisola de mangas. A Violeta continuou igual ao que estava.


Não estávamos no quarto nem há dois minutos e já alguém me batia à porta e dizia que o jantar estava prestes a ser servido. Os meus pais nunca jantam assim tão tarde, é óbvio que o estão a fazer hoje por minha causa. Não vamos atrasá-los ainda mais.Entrei na sala de jantar, ia a minha mãe a meio de uma conversa que mais parecia um monólogo sobre qualquer coisa. Sentei-me no meu lugar, com a Violeta ao meu lado, e esperei que o que é costume acontecer acontecesse.

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