INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
Algo que devem saber sobre a Don't Jump, ou vão perder-se a meio:
Sendo que o Andy é inglês, ele fala inglês com as pessoas. Obviamente não vou escrever em inglês, vou escrever em português. O problema é quando há mistura de línguas, por exemplo: o Luís pode estar a falar inglês com o Andy e do nada vira-se para a Violeta e fala em português com ela. Como distinguir?
Todas as frases ou meras palavras que são supostamente ditas em português vão estar sublinhadas. As frases ou meras palavras que são supostamente ditas em inglês vão estar escritas normalmente. Se não perceberam ainda, leiam o primeiro capítulo que vão perceber :)
Acho que é tudo. Alguma dúvida, não hesitem em comentar ou mandar mensagem :) Vamos lá começar.
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"She said she wants to end it all
When she's all alone in her room
She cries, the way she feels inside
Is too much for her."
- Better Off Dead por Sleeping With Sirens
Eu nunca me apaixonei. Nem uma simples vez.
Nunca tive um fraquinho por alguém sequer. Cheguei até a achar que tinha outros gostos que não raparigas, já que nenhuma me cativou ao ponto de me deixar perdido de amores por ela, mas nem isso. Foi então que cheguei ao Porto e me apaixonei...
Pela cidade.
Devia existir algum tipo de orientação sexual onde a pessoa não se apaixona nem por rapazes, nem por raparigas, mas sim por cidades. Está ali um edifício, pumba, apaixonei-me, porque é assim que eu me sinto: profundamente, loucamente, perdidamente apaixonado pela cidade do Porto. Visitei Paris e Madrid, Roma e Frankfurt, adormeci num avião em Nova Iorque e acordei ao aterrar na Califórnia e nunca nenhuma destas cidades me cativou ao ponto de me deixar perdido de amores como o Porto.
Porquê? Não sei. Acho que essa é a definição de estarmos apaixonados: não encontramos o motivo pelo qual o estamos; apenas estamos.
Acho eu...
O processo mais doloroso que tive de enfrentar desde que cá cheguei foi a viagem do aeroporto até ao apartamento e a viagem do apartamento até à Universidade, e porquê? Porque pela janela do carro eu via fragmentos de um poema enorme que era a cidade e não me foi permitido explorá-la. Pelo menos, não para já. Estou mortinho por sair da universidade, chegar ao apartamento, pegar numas sapatilhas e ler este poema de um verso ao outro.
Mas não me posso esquecer que vim para aqui aprender português.
(Até mandarim me parece mais fácil agora).
Fiquei a manhã e a tarde inteira na universidade a falar com o mais variado tipo de pessoas sobre como iria ser a minha estada no Porto, como seriam as minhas aulas, com quem deverei falar quando precisar de algo, mostraram-me a universidade e o campus, deram-me um mapa da cidade - que eu vou rasgar mal saia daqui, porque os mapas estragam a diversão que é a exploração - e, de resto, desejaram-me uns bons dois meses e esperam que eu goste de cá estar.
De facto, estou nesta cidade nem há 12 horas, ainda não vi praticamente nada e já estou a considerar a ideia de me mudar para aqui. Tudo bem que vivo em Londres e que uma e cada dez pessoas - segundo um estudo realizado agora mesmo por mim - sonham em viver lá, mas Londres é só a cidade mais deprimente de sempre. O Porto não. O Porto está vivo.
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Don't Jump
RomansaAndy sempre gostou de viajar, não deixando nenhuma oportunidade de o fazer escapar. Quando o programa de ERASMUS abre na sua universidade, escolhe como destino Portugal e é lá que passará meio semestre. Podia ser mais uma viagem normal, mas um passe...