MY GIRLS

Dois embriões?

POV LAUREN

DUAS SEMANAS DEPOIS

-Lauren, dá pra parar quieta aqui ao meu lado, para de andar pelo consultório. – Camila reclamava enquanto estávamos na sala da doutora Smithers. Ela havia ido buscar uns papeis, não me perguntem quais, porque desde que o dia começou eu não consigo raciocinar direito, as coisas entram em um ouvido e saem pelo outro. Camila está com seis semanas e meia, ela vem reclamado de dor nos seios, e eles deram uma crescidinha, pouco, mas é perceptível.

-Pronto meninas, podemos começar. –doutora Smithers entrou na sala com um grande sorriso no rosto. Eu olhava cada detalhe do que ela fazia, desde calçar as luvas até ajeitar o óculos em seus olhos. Pediu pra que Camila se deitasse na maca e eu, estava parada no mesmo lugar onde estava desde que a doutora entrou na sala. Por que? Porque meus pés grudaram no chão e minhas pernas não sabem mais andar, por isso.

A doutora espalhou o gel pela barriguinha da minha latina, que nem tinha sinais de gravidez ainda, ela pousou um pequeno objeto sobre a barriga e assim o gel ia se espalhando mais ainda. Uma imagem escura, borrada e com leve mudanças para cores mais claras começou a aparecer na tela relativamente grande. O silêncio na sala era irrelevante, eu só queria entender o que se passava naquela tela. Ela parou em determinado local e ajeitou o óculos novamente analisando atentamente. – Olha só, que surpresa temos aqui. – a mulher de meia idade disse e eu olhava para ela atentamente, esperando que dissesse qualquer coisa, e a mulher continuava com os olhos na tela. – Temos dois embriões, e duas placentas. – a mulher disse, e eu estava perdida.

-Isso é algo ruim? – perguntei ao notar que Camila chorava. A doutora olhou pra mim e abriu um grande sorriso. Eu não estava entendendo palavras difíceis hoje, tudo tinha que ser mastigado pra ver se meu cérebro processava as informações.

-Não. Isso quer dizer que você será mamãe de gêmeos. – a mulher disse e o mundo deu um giro de trezentos e sessenta graus, gêmeos, gêmeos, gêmeos, gêmeos, gêmeos, gêmeos, gêmeos, nós teremos gêmeos, isso é uma loucura.

-Gê... gême... gêmeos? – perguntei gaguejando.

-Sim, são gêmeos bivitelinos. – ela disse e eu fiz cara de dúvida. Tudo que eu sabia era de um bebê só, tenho que começar a estudar sobre gêmeos agora, caramba, gêmeos. – Eles tem duas placentas, e isso quer dizer que foram dois óvulos que foram fecundados por dois espermatozoides, normalmente eles são diferentes um do outro... – ela continuou a falar mais meu cérebro voltou a gritar que eu seria mãe de gêmeos e eu não conseguia ouvir mais nada. Pensar em dois bebês em casa, dois choros lindos, dois berços, dois guardas roupas, o dobro de brinquedos e de roupas, o dobro de cuidado e carinho, o dobro de sorrisos, o dobro de dentes, o dobro de beijos, o dobro de trabalho, e principalmente, o dobro de amor. Eu senti que meu rosto estava molhado e voltei a realidade, focando meus olhos em Camila, meu maxilar doía com o tamanho do sorriso que eu tinha e as lágrimas desciam livremente por meus olhos, umedecendo meu rosto, Camila me olhava com expectativa e eu percebi que não tinha falo nada com ela ainda.

-Gêmeos, amor. – eu sussurrei baixinho. – Nós teremos gêmeos. – aparentemente essa era minha nova palavra preferida. Fui até Camila em passos largos e a abracei, com todo o carinho e proteção que eu tinha. – Eu te amo, obrigada por me dar dois filhos. – eu disse baixo em seu ouvido.

-Eu também te amo, Lo, muito. – ela disse e eu beijei seus lábios, nossas lágrimas se misturavam, e elas tinham sabor de felicidade.

-Podemos ouvir os coraçõezinhos, se vocês quiserem. – ouvi a médica dizer e me levantei assentindo rapidamente com a cabeça.

-Lauren, senta. Você já ficou parada ai olhando para o nada quase cinco minutos, não quero que desmaie. – Camila disse e a doutora riu baixinho. Peguei a cadeira mais do que de pressa e sentei ao lado dela, como uma criança que sabe que se fazer a tarefa mais rápido, terá logo sua recompensa. A mulher voltou a mexer no aparelho e logo barulhos como chiados foram ouvidos na sala, ela continuou a mexer, era como um rádio e ela estivesse achando a estação certa, quando ela achou batimentos cardíacos muito rápidos invadiram a sala.

-Conseguem perceber que são dois coraçõezinhos? – a médica perguntou e eu apenas assenti esperando que ela fizesse silêncio logo e eu pudesse me concentrar no primeiro sinal de vida de meus dois filhos. A mulher começou a conversar com Camila e eu estava desligada demais ainda ouvindo as fortes batidas, logo ela desligou o aparelho e eu quase pedi pra levá-lo pra casa, se ela dissesse que sim, eu tenho certeza que faria Camila ficar deitada o dia todo com aquilo na barriga enquanto eu assistia a vida dos meus filhos na TV. Saímos da sala depois de alguns minutos e várias recomendações, com uma pequena pasta debaixo do braço e com as primeiras fotos dos meus pequenos, eu tinha minha mão entrelaçada na de Camila.

-Amor, que loucura, a gente tava brincando esses dias com isso de ser gêmeos, e somos pegas de surpresa assim. – Camila disse enquanto já saímos do estacionamento com o carro.

-Eu sei. Não é incrível? Caramba, Camz, tem gente que espera anos para ter o segundo filho e nós vamos ter logos dois de uma vez. Não vejo a hora de um terceiro ou quarto. – eu disse olhando o horizonte.

-Ta doida, estamos no primeiro mês da primeira gravidez e você já pensa em futuros filhos. Você pode esperar pelo menos uns cinco anos? – ela perguntou fazendo um carinho na minha perna.

-Ta bom. – falei com a mão sobre a sua, a trouxe em direção aos meus lábios e deixei um pequeno beijo. – Camz? – chamei enquanto estávamos esperando o sinal abrir, ela fez um som nasal para que eu continuasse. – Gêmeos. – eu disse com o sorriso mais bobo do mundo em meus lábios. Camila beijou meus lábios e demos inicio a um beijo rápido, rápido porque ouvimos buzinas atrás de nós e eu percebi que o sinal já estava aberto, segui deixando minha morena no hospital onde ela trabalha.

(...)

-IAN, LUCY, VENHAM CÁ, E TRAGAM SEUS CELULARES. – gritei assim que entrei no escritório, os dois logo apareceram. – Ian, liga pra Hale e coloca no viva voz. Lucy, faça o mesmo com a Vero. – eles me olhavam sem entender, mas fizeram o que eu pedi. Peguei o meu celular e liguei para o papai, e com o telefone fixo que tinha na mesa de Kate eu liguei pra minha mãe, todo os celulares estavam em cima da mesa esperando minha notícia. – Todo mundo pronto? – perguntei e ouvi vários resmungos de que estavam prontos. – Eu vou ser mãe de GÊMEOS. – ouvi um grito longo e sabia que era da Hale, várias felicitações, Vero disse que tínhamos que sair pra beber e comemorar, recebi abraços apertados de todos que ali estavam e minha mãe parecia chorar. – Mãe, tudo bem?

-Ai, estou tão orgulhosa de você, meu bebê. – ela disse ainda chorando e meu sorriso aumentou, só de saber que ela aceitava, me enxia meu coração.

-Lauren, passa lá em casa mais tarde. – meu pai pediu e eu confirmei, me despedi de todos e fui para minha sala "trabalhar", mas na verdade passei mais de metade do dia arquitetando onde eu poderia colocar fotos dos meus filhos, filhos, isso não pode ficar melhor.