três anúncios para o clímax e uma pequena história aleatória

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— Com licença, poderia por obséquio falar com a senhorita? —, Juliana disse abrindo a porta da sala de Nequaat.

— Ju? Claro entre. —, Nequaat disse colocando a xícara de café sobre a mesa. Juliana entrou e um pouco desajeitada sentou-se na cadeira. — Pois não?

— Eu tenho tido sonhos estranhos com estrelas e eu tenho e impressão de que eles querem me contar alguma coisa. — Juliana disse um pouco receosa.

— Pois eu quero que saiba que não precisa de permissão pra entrar na minha sala e que sempre que os deuses do céu te derem uma visão, se você quiser, você pode vir falar comigo. —, a pele de ébano disse servindo café para Juliana. — Beba um pouco de café. —, deu a xícara a ela. — É bom e está quentinho.  Acabei de fazer.

— Obrigada. — pegou a xícara levando na boca, mas queimou a língua.

— Cuidado está bem quente. —, gargalhou da careta que a menina fez ao ter sua língua queimada.

— Bom, tem um tempo que eu me sinto completamente ligada às estrelas, eu sempre as amei e sempre gostei de estudar sobre isso. Às vezes de noite eu ficava olhando pra elas e me sentia hipnotizada por elas. Desde que eu cheguei aqui eu venho tendo uma série de sonhos com estrelas e quando eu os tenho eu sinto que tudo para, como um lapso temporal sabe? Outro dia eu estava na aula com Isobella e me senti mal, fui para o jardim relaxar e num piscar de olhos eu havia me teletransportado pra praia do mar de Circe... E aconteceu outras vezes também, duas vezes mais. É como se eu fosse capaz de abrir buracos no tempo e espaço e...

— Naturalmente. —, Eclipsia entrou pela sala. — Está despertando seus poderes por isso não consegue controlá-los. —, afirmou. — Você não somente consegue abrir fendas temporais e espaciais como também conseguirá abrir campos entre as diversas realidades paralelas e planos espirituais. É a sua mulher selvagem demonstrando tudo o que ela é capaz de fazer.

Juliana ficou boquiaberta ao ver Eclipsia, a mulher com quem tantas vezes sonhou bem ali na sua frente. — Você... Eu me lembro de você. —, apontou o dedo pra ela em euforia. — Eu já te conheço dos meus sonhos. Eu vejo você correndo em fuga por uma floresta escura, vejo você buscando abrigo na catedral da Aradella, eu vejo você e Endora brigando e você quebra o cristal dela numa espécie de castelo. Eu não sabia se isso podia ser real ou apenas meras ilusões. Eu estou surtando. —, a menina pulava e saperecava enquanto falava.

— Tudo o que você viu era verdade. —, Eclipsia disse também boquiaberta. — Certamente os deuses do céu e provedores dos corpos celestes estavam te mostrando o que estava prestes a acontecer. Deveria ter se atentado mais a isso.

— Mas por que eu? Por que eu tenho estas capacidades especiais que outras pessoas não tem? —, Juliana parecia cada vez mais confusa.

— Por que você é uma bruxa que foi abençoada pelos deuses com um dos oito selos de poder.

— Oito selos de poder? —, agora sim que ela estava confusa de verdade.

— Sim. —, plena Eclipsia respondeu. — As grandes grandezas da física, os quatro elementos, o Sol e a Lua, as doze constelações do zodíaco e os planetas da nossa órbita cederam seus poderes em prol da permanência e vida deste organismo que chamamos de Via Láctea, porque se assim não fosse o devorador de mundos toda nossa galáxia devoraria. Você é a filha das estrelas e de tudo que é estelar.

Witchcraft: A Saga De AshântiOnde histórias criam vida. Descubra agora