🍂 Interludio I 🍂

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Estou sóbria, não mais ébria, não mais alcoolizada pelas tuas mentiras.
O doce vinho da tua perdição não me afugentas. Tu prostituta que te assentas em teu trono pairando sobre muitas águas, prioridade de todos os reis, será destituída de teu cargo e tua coroa caíra. A púrpura fina de tua veste e o escarlate do sangue a escorrer pelos teus lábios a profanar blasfêmias e falsas profecias seduzem toda a qualquer pessoa do mundo. Adornada, ataviada, entupida de ouro, topázio e pérolas raras, na tua mão direita o teu cálice de ouro bordado de rubis está transbordando as abomináveis imundícias da tua fornicação. Meretriz, tu estás embriagada do sangue dos justos que dedicou toda tua profana vida a sugar, tuas palavras podem seduzir a mais perspicaz naja e teu veneno é pior do que do que o da víbora que crava seus dentes gananciosos no pé do desavisado que descalço caminha pelo deserto em busca do oásis. Tu és um museu de obras esquecidas e ignoradas pela história e tu és tua própria cicerone. Tua máscara foi deixada no leque aluvial da tua pretensão e agora veleja sem rumo pelo Egeu. Tuas mãos abriram todas as claves da Goetia e teu sorriso tentador conjurou todos os demônios pra que eles te servissem, de Asmodeus à Valak. Agora tu rasteja pela areia quente do Deserto do Saara, tu almeja, anseia, súplica, deseja devorar a pobre Gazela-dorcas e enlouquece, baba verde enfurecida, rosna rolando se não consegue a alcançar. De ti os escaravelhos assustados escondem a face. Cerastes com seu chifre queres perseguir os santos, mas ligeira é a raposa que foges de tua sujeira, da tua pocilga e da tua mentira. Enquanto te deitas com todos os demônios vis e prática orgia com todos os espíritos desencarnados as estrelas cadentes da verdade caem ruminantes pelo lago da razão. Breve virá o dia do teu juízo final besta apocalíptica.

- Interlúdio por Assylvix, a filha dos deuses.

Witchcraft: A Saga De AshântiOnde histórias criam vida. Descubra agora