❉ Poesia Pagã ❉

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Filha dos sonhos vá agora,
Corra e abra a porta
Do velho carvalho sem demora.
O poente se aproxima
Escute os seus segredos.
Onde a vida começa e não termina.
Dance até cair a última folha
Pegue o galho dourado,
Antes que a noite o recolha.
Corra, pois o tempo voa,
Atravesse de novo o portal
E siga até a margem da lagoa.

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Toc Toc Toc


"Mas as dez da noite?" Juliana pensou ao se revirar na cama para olhar o relógio na parede. Ficou em uma luta interna entre se levantar e ir atender ou ignorar fingindo que já estava dormindo. Bateu mais três vezes. Mal humorada se levantou tropeçando no próprio pé. Que surpresa!

—Entra. —, disse meio sonolenta.

Sol entrou como se fosse dona do quarto, como sempre como o nariz em pé, e disse: — Precisamos conversar.

— Sobre? —, Juliana perguntou esfregando os olhos cobertos de sono.

—Tudo. —,Sol fala sentando-se na cama.

Juliana também se acomoda cobrindo as pernas e colocando sua almofada no colo dizendo: —Estranho você querer falar comigo.

— Prova da gravidade do assunto. —, respondeu pegando a almofada para ela.

— Você não deveria estar repousando?

— Repousando? Estou repousando a 12 dias, Juliana. 12 dias. Nem se eu estivesse em um uma colônia de férias ou em um SPA eu estaria tão ociosa. Agora me diga com sinceridade você está gostando disso aqui?

— De você ter me acordado e agora estar sentada sobre a minha cama numa cena icônica pras nossas vidas?

— Disso que estamos vivendo. —, respondeu sem a menor paciência. —Você sabe porque estamos aqui. Você se lembra muito bem como que chegamos a esta decisão. Aqueles caras de capuz tentaram nos matar, ameaçaram sua família e quando eu dei o fora, aquela mulher que me criou estava desaparecida desde o dia em que incendiei a minha casa. E agora? E se eles fizeram alguma coisa com ela? A Adessa nos convenceu de que estar onde estávamos não era seguro. Então, oh! Nós viemos para cá, Adessa também nos convenceu de que aqui estaríamos seguras e aprenderíamos mais sobre nós mesmas. Mas até agora eu continuo sem saber quem sou, por que tenho estes poderes e de onde vim. Adessa também disse que Endora, por sua vez, nos protege. Mas eu não consigo encontrar lógica nenhuma nisso. Veja bem, se estamos seguras, porque há necessidades de proteção por parte dela? Não viemos pra cá pra fugir? —, enquanto ela falava se gesticulava de uma maneira ansiosa e caricata. Juliana apenas escutava tudo balançando a cabeça e percebendo que tudo que Sol falava fazia total sentido. — Já faz um tempo, me ocorreu que esta Endora não me parece ser uma pessoa confiável. Muito me admira que você sempre tão caruda nunca tenha percebido isso.

— Na verdade eu percebi si...

—  Mas claro, você está mais preocupada com tentar descobrir esse lugar... —, interrompeu sem mesmo escutar o que Juliana tinha pra falar. — E sobre a aquela garota... A Ryoko. Ela fica presa em um quarto e tem alguma coisa... está me atormentando também... Nos meus sonhos... Todos estes dias que estive dormindo, estive sonhando com diversas coisas... Batsheeva. Este nome... esta coisa está aqui! Quem é Batsheeva? Por que eu estou sentindo essa presença? O que essa coisa quer com Ryoko? Se ela está aqui é porque quer algo. E se quer porque Endora não faz nada pra ajudá-la? E isto não seria um problema meu, mas esta coisa me tocou. Eu ouvi a sua voz sussurrando no meu ouvido o seu nome. Por que diabos essa coisa quer quer eu saiba o seu nome? Não vê que está tudo errado?

Witchcraft: A Saga De AshântiOnde histórias criam vida. Descubra agora