capítulo 8.

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Pela janela do ônibus eu olhava Atlanta ficando para trás, estava deixando a cidade, minha família, amigos, namorado e tudo que conhecia desde que nasci. Escolhi Michael no lugar de todos, Sulen não teve essa coragem. Será que fiz a escolha certa? Essa pergunta latejava na minha mente. Menti para meus pais falando que iria fazer um estágio em Califórnia, me sentia mal por isso. E se eles descobrissem a verdade? Iriam me odiar para sempre. Jack disse que essa viagem não iria atrapalhar nosso namoro, afinal aquela viagem era para o meu crescimento profissional. Menti para todo mundo. Comecei a me sentir arrependida e com medo de tudo dar errado.

Encostei a cabeça na janela do ônibus e senti as lágrimas descerem sobre meu rosto, agora sentia-me perdida.

Respirei fundo e na minha mente veio a imagem de Michael sorrindo, a imagem de nós dois no palco, o som da sua voz e o seu cheiro doce. Fechei meus olhos para poder visualizar a imagem melhor, um sorriso se formou em meus lábios. Por ele, valeria a pena, para ficar perto dele. Acabei adormecendo com essas imagens na minha mente.

- Moça? Moça? – Ouvia alguém de longe me chamar. Acordei e abri meus olhos lentamente, um homem de olhos verdes e cabelos castanhos estava na minha frente.

- Oi? – Disse olhando para ele com os olhos entreabertos.

- Já chegamos. – Ele disse com um grande sorriso nos lábios. Arregalei meus olhos e levantei tão rápido que bati minha cabeça no bagageiro interno do ônibus.

- Aí! – Gritei levando a mão no local que eu havia batido. O homem deu gargalhada

- Você está bem? Machucou?

- Não! Não machucou, fez cócegas. – Disse ironicamente. Sai de perto da poltrona, virei para o bagageiro e levantei meus pés para alcançar a bolsa que havia colocado lá. Ela estava bem distante.

- Deixa-me ajudar. – O homem era alto, pegou a bolsa com facilidade.

- Obrigada. – Peguei minha bolsa, coloquei nas costas e sai andando pelo corredor do ônibus.

- Meu nome é Wesley Adams. Poderia me falar o seu? – Ele perguntou enquanto andava logo atrás de mim.

- Não digo meu nome para estranhos. – Falei descendo os degraus da escada do ônibus, peguei minha mala no bagageiro exterior e Wesley pegou a dele.

- Eu não sou estranho. Vim sentado com você durante toda a viagem, te acordei e ainda peguei sua bolsa.

- Isso não faz de você um conhecido. – Caminhei pela plataforma do ônibus e fui entrando na rodoviária.

- Você está com fome? Eu te pago um café.

- Wesley! É isso? – Virei para ele o fazendo parar. Ele balançou a cabeça positivamente. – Eu não te conheço e você também não me conhece, porque essa simpatia toda? Quer alguém para dar alguns beijos? Eu não sou a pessoa certa. – Falei rispidamente. Ele franziu o cenho.

- Eu vi você chorando e achei que estava precisando de algum amigo. Achei errado, desculpa. – Wesley virou de costas e começou a caminhar. Como eu sou estúpida. Ninguém mandou escutar minha mãe.

''não converse com homens estranhos.''

- Eii! – Corri atrás de Wesley e puxei o braço dele fazendo o mesmo virar para mim. – Me desculpa, meu nome é Maitê Clarke. – Estiquei a mão para ele, Wesley deu um sorriso e apertou a mesma.

- Nome lindo.

- Obrigada. – Minha franja estava em cima de um dos meus olhos me incomodando, balancei minha cabeça fazendo a mesma sair de cima do meu olho. Wesley era um homem bonito e por mais que ele fosse um estranho, eu poderia fazer amizade com ele. Nem todas as pessoas do mundo eram estupradores e ladrão, dei um voto de confiança.

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