Capítulo 38.

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Retornei para Neverland por volta da hora do almoço. Michael estava na cozinha em frente o fogão mexendo algo na panela, a cena era muito fofa. Aproximei-me devagar para não ser notada e o abracei por trás.

- Oi. – Levantei os pés para alcançar sua nuca e depositando um beijo no local.

- Olá, estou fazendo o almoço para nós. – Michael virou-se de frente para mim entrelaçando os braços entorno da minha cintura.

- Olha, que romântico. – Dei um leve sorriso.

- Não se acostuma, é só no noivado. No casamento isso muda. – Disse ele de uma forma divertida.

- As coisas são assim? Acho que estou arrependida por ter dito ''sim''. – Disse entre risadas, ele rio junto e selou nossos lábios.

- Quer ajuda? – Perguntei olhando de relance o conteúdo dentro da panela.

- Pode fazer o suco?

- Claro. – Selei nossos lábios novamente e comecei a caminhar na direção da fruteira para pegar as laranjas.

Michael havia preparado frango assado, uma salada colorida e arroz. A comida estava excelente. Almoçamos conversando sobre a noite de véspera de Natal e como ele havia amada comemora-lo. Reparei que o colar que eu havia lhe presenteado estava em seu pescoço e amei ve-lo usando-o. Conversamos também sobre minha família e o casamento, que aconteceria daqui 4 meses, disse ele. Decidimos fazer uma comemoração privada, assim a mídia não se meteria.

(...)

Os dias foram passando rápido em Neverland. As visitas das crianças no Rancho voltaram a acontecer depois do tempo chuvoso. Michael agora estava muito ocupado, sempre tinham eventos no qual precisava comparecer. Ele sempre pedia para que eu o acompanhasse, mas não queria ser cogitada como nova namorada de Michael Jackson. Ainda tinha minha faculdade para terminar, e paparazzis em minha cola não seria agradável. Preferi manter-me afastada dos holofotes.

Michael ficava alguns dias fora, mas quando voltava, meu coração fazia festa. Queria matar a saudade dele de todas as formas. Beijos, carícias e o sexo. Michael tinha seu jeitinho meigo e tímido de ser, mas entre quatro paredes, era só fogo, ele era o fogo e eu o álcool, podem imaginar como era.
Alana parecia não importa-se mais com a minha relação com o Michael, um certo dia, ela até puxou assunto comigo.
Agnes infelizmente mudou-se para New York com Samuel, a despedida dela fora triste para mim. Ela foi minha companheira de tempos e eu sentiria muito sua falta, mas sabia que era o melhor para ela.
Eu finalmente terminei com Jack, foi duro, mas era necessário, precisava liberta-lo para encontrar um amor assim como encontrei o meu.

. . .

As coisas estavam tranquilas, estávamos felizes e realizados, mas isso não durou muito. Uma certa noite, voltei para a mansão depois de mais um dia cansativo da faculdade. Precisava urgentemente de um banho e dos braços do Michael para me aquecer, para sentir-me em casa, segura, mas não sabia que era ele quem precisava estar entre os meus. Entrei em nosso quarto e vi Michael andando de um lado para o outro, totalmente aflito.

- Michael, o que aconteceu? – Perguntei fechando a porta atrás de mim. Não tive resposta alguma, ele continuou caminhando, parecia nem ter notada a minha presença. Aproximei-me dele tocando suavemente seu ombro. – Mike, o que você tem? – Perguntei novamente, Michael olhou-me, seus olhos estavam marejados e sobre sua face tinham lágrimas. – Precisa me dizer o que está acontecendo.

- Estão me denunciando, Maitê. – Dava para sentir o peso em suas palavras.

- Denunciando? Mas que denuncia? – Franzi as sobrancelhas. Michael abraçou-me e começou a chorar em meu ombro. Fiquei totalmente desesperada, nunca tinha o visto daquela forma. – Michael... – O apertei forte contra meu corpo tentando conforta-lo de alguma forma.

Alguns instantes depois, ele parecia estar melhor. Estávamos sentados sobre a cama e ele ainda encontrava-se envolvido em meus braços.

- Mike, me diz o que aconteceu. – Sussurrei em sua orelha enquanto acariciava seu cabelo.

- Estão dizendo que eu... que eu... – As palavras pareciam fugir de sua boca.

- Que você...

- Que eu fiz algo muito... muito indecente com uma criança. – As palavras pareciam machuca-lo profundamente, o desprezo em seu tom de voz era óbvio. Me machucou vê-lo daquele jeito. Como poderiam dizer isso ao seu respeito? Presenciei muitas vezes Michael com as crianças e aquela acusação com certeza era totalmente falsa.

- Mas Michael, você não fez nada disso que estão falando. – Minha voz saiu carregada de raiva.

- Eu sei. – Michael saiu entre meus braços e encarou-me. Seu olhar estava misturado de fúria e tristeza. – Mas acha que a mídia se importa? Maitê, porque estão fazendo isso comigo? Nunca fiz mal a ninguém, cortaria meus braços antes de fazer mal a uma criança. – Disse ele chorando, nunca tinha visto Michael chorar e ver estava partindo meu coração em pedaços. Minha vontade sempre fora coloca-lo em uma bolha e protege-lo de todo mal, mas ouvindo e vendo isso, só mostrava que era algo impossível.

- Vamos provar sua inocência. – O abracei novamente. – Você vai ver. – Completei.

Deitamos na cama e ele deitou a cabeça em meu peito. Eu escutava seus soluços e o via estremecer em cima de mim de tanto chorar, mas permaneci calada, apenas fiquei ali acariciando-o até ele conseguir dormir. Depois que ele dormiu, chorei. Não chorei antes pois queria dar forças a ele, mas meu coração estava tão apertado que doía. Chorei até dormir ao seu lado.

Abri os olhos lentamente despertando-me do sono. Logo notei que Michael não estava mais ali em meus braços, senti medo. Era como se longe de mim ele estivesse desprotegido, vulnerável. Levantei da cama e acendi a luz, o relógio marcava 03:26 da manhã. Peguei uma blusa de frio dentro do guarda-roupa e sai do quarto.

Procurei por Michael em todos os cômodos da mansão. Depois que o desespero correu-me por dentro, lembrei de uma certa vez que ele havia perdido o sono e foi para fora encontrando-me nadando em sua piscina. Ele gostava de caminhar lá fora quando perdia o sono. lembrando disso, percorri os cômodos da casa até sair da mansão.

Encontrei Michael no alto de um carvalho no qual ele gostava de ficar. Escalei a grossa e grande árvore com dificuldade e sentei ao seu lado sobre um grosso galho.

- Oi. - Falei olhando-o. O breu quase não permitia-me ver seu rosto. Michael apenas encostou a cabeça levemente na minha. Ficamos ali, esperando o sol nascer na esperança de vir junto com ele algum conforto, porque é como dizem. O choro pode durar uma noite inteira, mas a alegria vem pela manhã.

A fãOnde histórias criam vida. Descubra agora