capítulo 27.

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Pestanejei ao acordar abrindo meus olhos lentamente enquanto a luz do sol ia irritando minhas retinas, aos poucos, fui me acostumando e voltando minha visão normalmente. Olhei em volta e percebi que não reconhecia o local onde me encontrava. Era um quarto grande e luxuoso. Tinha um guarda-roupa no meu canto esquerdo, uma janela logo atrás da cama e uma porta fechado no meu canto direito que deduzir ser do banheiro. O lençol sobre onde eu deitava era de algodão, dele exalava um suave perfume, o colchão macio e aconchegante, nunca havia me deitado em uma cama onde teria o prazer de viver toda minha vida.

Minha cabeça latejava de dor e todas as dores e sensações de uma terrível ressaca estava sobre mim. ''Mas deixando claro que não vou ficar bêbada.'' Estas foram minhas inúteis palavras na noite passada, bebi muito mais do que a primeira vez que me embriaguei e como da primeira vez, não me recordava de muitas coisas.

Coloquei meus pés para fora da cama e levantei da mesma. Ao meu lado, tinha uma pequena mesinha com um relógio em cima que marcava 12:06 da tarde, me assustei com a hora, mas soltei o ar de alívio por não ter trabalho nos domingos. Só havia dois lugares que eu poderia estar, Neverland, na mansão de Michael ou na casa de Ian.

Caminhei até a pequena porta e a abri revelando um banheiro, minha dedução estava certa. O banheiro era pequeno, mas luxuoso como o quarto. Olhei para um espelho que tinha acima de uma pia a minha esquerda e assustei com o meu reflexo. Meu cabelo estava totalmente bagunçado, meus olhos borrados com o lápis preto juntamente com meus lábios borrados com o batom vermelho.
- Meu Deus! – Sussurrei para mim mesmo. Ian ou Michael me colocaram neste quarto, acho que nenhum deles se importariam se eu tomasse um banho. Tirei minhas roupas e entrei para dentro do pequeno box do banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água quente cair sobre meus ombros. Uma sensação de limpeza tomava conta de mim a cada ensaboada sobre meu corpo, meu rosto foi o local onde mais esfreguei o líquido do sabonete cheiroso que tinha ali. Para minha sorte, havia shampoo e condicionador ao lado do sabonete. Lavei meu cabelo e o desembaracei com meus próprios dedos. Enxaguei todo meu corpo, desliguei o chuveiro e sai do box puxando uma toalha branca que tinha sobre um toalheiro.

Me enxuguei, enrolei a toalha sobre meu corpo e me posicionei em frente o espelho novamente, passei minha mão sobre ele para tirar o vapor da água quente. Agora sim, não pareço mais uma mendiga, só falta acabar com o mau hálito, sorri ao pensar isso. Abaixo do espelho, tinha um gaveteiro branco com setes gavetas, abri uma por uma a procura de um creme dental e encontrei na gaveta do meio. Coloquei o creme sobre meu dedo indicador e esfreguei o mesmo em meus dentes. Aquilo não iria limpa-los, mas acabaria com o mau hálito, em casa eu escovaria eles. Enxaguei minha boca, lavei meu dedo e quando abri a porta do banheiro, gritei ao me assustar com Michael parado com as mãos para trás olhando por fora da janela. Vestia uma calça moletom cinza e uma blusa branca, em seus pés, tinham pantufas.

- Boa tarde. – Disse ele entre risadas olhando-me com suas sobrancelhas arqueadas.

- Você me assustou. – Coloquei uma de minhas mãos sobre meu peito sentindo meu coração pulsar mais rápido.

- Desculpe-me, não foi a minha intenção. – Disse ele me encarando de cima a baixo, apertei mais a toalha sobre meu corpo, era capaz dela cair com a olhada que ele havia lançado.

- Sem problemas. – Franzi minhas sobrancelhas, ficamos parados nos encarando por alguns instantes, fiquei aliviada por estar em Neverland e não na casa de Ian.

- Como passou a noite? – Ele perguntou quebrando o silencio.

- Bem, essa cama é bem confortável. – Direcionei meu olhar para a cama. Um clima estranho pairava sobre nós, creio que ele também havia percebido isso. Amava Michael com todas as forças do meu coração e de um tempo para cá, esse sentimento só foi aumentando graças a nosso envolvimento. Mas tinha tantas coisas que precisavam serem resolvidas antes de tudo, e também tinha o pequeno detalhe de não saber de seus sentimentos por mim.

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