capítulo 13.

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- Como foi o encontro de ontem? – Sentei no gramado ao lado de Agnes pela manhã de terça, carregava em minhas mãos um pratinho com um pedaço de bolo, alguns biscoitos e um copo com suco de laranja. Agnes me olhou, seus olhos estavam fundos e caídos, a aparência dela não era a das melhores. – Está doente? Está parecendo um zumbi.

- Estou de ressaca. – Ela deu uma golada no líquido que estava dentro de sua xícara que deduzir que fosse café, peguei um pedaço de bolo e comi. – Depois do cinema, eu e Samuel fomos para um bar, bebi todas.

- Você não deveria beber assim, faz mal para saúde.

- Ah Maitê! Até parece que nunca ficou bêbada. – Ela revirou os olhos, encolhi os ombros e murchei os lábios. – Nunca ficou bêbada? – Ela me perguntou incrédula.

- Não.

- Meu Deus! – Ela disse com a boca entreaberta.

- Eu não gosto de bebidas alcoólicas. – Dei uma golada no meu suco.

- Mesmo assim, as pessoas devem ficar bêbadas pelo menos uma vez na vida. – Sua voz saia como se nunca ficar bêbada fosse algum tipo de crime. – Esse próximo domingo você vai ficar bêbada, vou te embebedar. – Agnes disse firmemente, não gostava de bebidas alcoólicas, mas sempre tive uma leve curiosidade de como era ficar bêbada, então não descartei a sua ideia.

Sempre fui uma pessoa conservada e muito presa pelo meus pais, Jack foi meu primeiro namorado firme e eu fui ter meu primeiro beijo no meu aniversário de 15 anos. Foi algo mágico, do jeito que esperava. Meu príncipe, Jensen, era bonito e muito atencioso comigo. Ele me levou para um certo ponto da festa que batia as luzes da boate e a música The Girl is Mine do Michael feat Paul Maccartney chegava ao nossos ouvidos tranquilamente. As curvas do rosto de Jensen apareciam em meio as luzes coloridas da boate, ele levou a mão em meu rosto o tocando suavemente e aproximou lentamente nossos lábios. Foi um pouco desesperador na hora, fiquei com os lábios parados enquanto ele tentava conduzir o beijo, depois fui aprendendo aos poucos, posso dizer que foi ele quem me ensinou a beijar. Me senti segura o bastante com ele para aprender algo que eu não sabia, mas em questão do sexo, nunca havia me sentido segura com ninguém.

Agnes e eu acabamos de tomar o café da manhã e fomos para o ponto de encontro, quando chegamos lá Michael e Alana já estavam esperando as crianças. Já sabia que ele estaria ali, afinal, amava ficar brincando com elas.

Michael conduziu todo o passeio em Neverland, nós ficamos só auxiliando. Alana ficava grudada nele a todo o momento, as vezes ele sorria para mim, mas nada fora do normal, um sorriso casual.

O resto da semana não foi diferente. As vezes Michael conversava comigo sobre algo do dia, ou algo que alguma criança fez e ele achou divertido. Eu era obrigada a ficar vendo Alana grudada em seu pescoço ou distribuindo beijos em suas bochechas. Acabei pegando uma certa magoa de Michael, eu estava lá e parecia que era uma mulher invisível, ele só dava atenção para Alana.

No sábado pela madrugada, perdi o sono e fui caminhar por Neverland a noite, achei ela bem medonha quando não tinha o sol para iluminar sua beleza. Avistei a piscina de longe e uma enorme vontade de pular nela veio sobre mim. Será que alguém me veria? Aproximei mais dela e sentei na beira colocando meus pés na água, olhei para os lados e não tinha uma alma viva. Dei um sorriso enorme, me sentindo nervosa por ter coragem de pular na água. Tirei minha blusa, o short que usava ficando apenas de lingerie e pulei na piscina. Senti a água fria sobre todo meu corpo me fazendo arrepiar, fiquei alguns segundos de baixo da água, subi para a superfície tirando o excesso de água do meu rosto e recuperando o ar. Comecei a rir igual uma louca sozinha, a noite estava abafada fazendo com que meu corpo se acostumasse rapidamente com a água fria. Nadei de um lado para outro, mergulhei e depois fiquei boiando na água enquanto via o céu acima estrelado.

A fãOnde histórias criam vida. Descubra agora