capítulo 32

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No dia seguinte, acordo com alguém batendo na porta. Julie se levanta e a abre, nos revelando um sorridente Ryan que nos convida para tomar café da manhã. Sinto minha cabeça doer, dor na garganta e meu nariz está entupido, o que me faz relembrar a noite de ontem.

Eu e Peter ficamos nos beijando por um tempo maior do que o recomendado ontem debaixo de um temporal. Foi bem clichê, mas depois de tudo consigo entender porque é algo romantizado. Foi maravilhoso, tirando o meu resfriado, eu não mudaria nada. Depois que finalmente decidimos voltar para dentro de casa, reparei que Peter estava com outro ânimo, o que fez com que tudo tivesse valido a pena, então tomei um banho e fui me deitar. Agora estou aqui sentada olhando Julie fechar a porta, doente e confusa.

Passo uma água no rosto e desço para tomar café. Surpreendentemente o único que não está juntos dos meninos é Peter. Sintam a minha ironia.

_Ele tá bem resfriado, não quis nem levantar_ Josh comenta de boca cheia.

_A Anne também acordou assim_ Julie me olha desconfiada.

_Ele, assim como eu, deve ser sensível a mudança de tempo_ finjo dar de ombros e eles parecem comprar minha desculpa. Por sorte - se é que esse tempo é sinal de sorte - o céu está nublado e está garoando, e Rafa havia acordado meio resfriado também.

Durante o café, não consigo desviar meus olhos da cadeira vazia e deixar de pensar na noite de ontem. Não ouço nenhuma conversa na mesa e não consigo me concentrar o suficiente para comer. Me levanto dando uma desculpa qualquer, troco de roupa e saio para espairecer. Não consigo pensar direito com a remota possibilidade de Peter aparecer na minha frente. Como vou agir agora? Será que algo mudou? Quer dizer, mudar mudou, mas essa falta de controle sobre como as coisas serão me assusta. Além do que estamos falando de Peter! Eu odeio ele. Ou pelo menos passei a minha vida achando que o odiava.

Não me culpem, não sei como me sentir agora e estou completamente confusa.

Por que esse desgraçado tinha que me beijar na maldita cozinha da minha casa? E ser tão gostoso? Antes daquele dia era mais fácil ignorar o belo rostinho dele, já que suas atitudes eram babaca. Mas depois de provar seu beijo e sentir sua mão, por segundos, em minha calcinha naquele dia a minha curiosidade e o meu desejo aumentam cada dia mais. E agora ele tem mostrado outro lado seu. Ele não é um completo idiota, no final das contas.

Quando percebo, já estou na frente de uma padaria pequena e o cheiro delicioso de pão fresco faz minha barriga roncar. Lambo meus lábios e entro sem pensar duas vezes indo diretamente ao balcão, onde peço, em um português bem enrolado, um pão na chapa. O padeiro faz uma cara estranha e fala algo, porém acho que ele entendeu. Enfim, com a fome por não ter tocado no café da manhã como o que ele me trouxer.

Como bem tranquila um delicioso pão com manteiga e sorrio para o padeiro. Isso ele entende e ainda retribui. Agora, enquanto sacio minha fome, começo a reparar melhor no ambiente em que estou. A padaria é bem aberta, com portas de vidros que fazem o espaço ser bem iluminado e parecer maior do que é. Algumas poucas mesinhas estão distribuídas dentro do estabelecimento, o que me faz perceber que os brasileiros preferem comer no balcão mesmo, como em um bar. O movimento agora de manhã é grande, porém nada excepcional, apenas poucas mesas estão livres. As paredes possuem um to. claro de bege, enquanto as mesas e as cadeiras são forradas com materias vermelhos, criando um ambiente bem aconchegante.

Após terminar minha refeição, vou na direção do caixa e espera uma mãe pagar as balas que seu filhinho escolhe. Sorrio o vendo emburrar quando a mae nega os chicletes e isso me faz sentir falta da minha mãe. Mesmo tendo falado com ela nos últimos dias sinto sua falta. Era pra eu estar acostumada, devido ao fato dela passar boa parte de cada mês viajando, mas eu simplesmente não consigo me acostumar e de vez em quando bate a bad.

Highway to HellOnde histórias criam vida. Descubra agora