capitulo 8

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Ouço o som de um carro ser destrancado.

_Calma! Você vai dirigindo?_ pergunto dando meia volta e olho diretamente para suas mãos, que continuam tremendo devido ao seu nervosismo.

_Acho que a resposta é obvia!_ ele fala, porém não sinto a confiança de sempre em sua voz

_Você não pode ir dirigindo assim!_ o contesto. Se ele dirigisse do jeito que ele estava provavelmente iria bater o carro.

_Claro que posso!

_Você está tremendo de nervosismo, Peter, não vai conseguir ter controle sobre o carro.

_E como eu vou?_ ele pergunta ironicamente_ Vou esperar o ônibus passar às 5 horas da manhã no ponto? Ou você vai dirigir?_ ele faz uma pausa_ Ah, espera, você não tem carteira.

Eu bufo irritada. Como ele consegue ficar tão babaca repentinamente?

_Eu dirigiria melhor do que você nesse estado! E eu estou quase acabando a auto-escola.

Que merda que eu estou dizendo? Ele nunca vai aceitar a minha carona e a minha cota de ser legal com ele já passou do limite há muito tempo. Seu telefone toca novamente e eu cruzo os braços enquanto ele atende.

_Oi mãe... Sim, já estou saindo daqui. Escova de dente?_ ele me encara_ Peguei!_ eu sorrio irônica e sibilo um "de nada"_ Ta, ta, mãe, já estou indo. Eu não estou demorando... Não é minha culpa se você queria que eu adivinhe onde estava a Fluoxetina! Ta.. Já to indo, tchau!_ ele desliga e bufa olhando na minha direção. Ele estende a chave do carro e eu arqueio minhas sobrancelhas. Sério isso?

Estendo a mão para pegá-la e ele a puxa de volta na hora dizendo:

_Se você arranhar o meu carro eu te mato. Estou falando sério!

_Ok ok... Para de enrolar!

Pego a chave de sua Land Rover preta e nós vamos para o carro. Abro a porta e me sento no banco do motorista. Aqui é muito espaçoso.

_Porra, qual o tamanho da sua perna?_ pergunto reparando o abismo que fica entre mim e o volante. Peter revira os olhos e aproxima sua do meu banco. Sua mão esbarra na minha coxa e eu prendo a respiração. Mordo meu lábio sentindo minha perna formigar.

_Desculpa_ ele fala baixo e quase não ouço

Peter mexe em algo no banco abaixo de mim e em segundos sinto o banco deslizar para frente como se flutuasse

_Obrigada.

Ele se encosta de novo em seu banco e põe o sinto. Ligo o carro e sinto o motor roncar na minha frente. Nesse momento a realidade me dá um tapa na cara e eu começo a ficar nervosa. Eu cheguei a fazer algumas aulas na auto-escola, mas não cheguei nem na metade! Eu já aprendi a dirigir, não sou a melhor motorista do mundo, mas basicamente consigo fazer baliza. O que eu tinha na cabeça? Minhas mãos começam a suar e meu coração acelera. Nunca dirigi algum carro que não o da auto-escola.

Anne, sua burra!

_Você vai ficar encarando o voltante ou vai dirigir?

Minha bochechas queimam e eu encaro Peter, que está com um sorriso de lado.

_Você não sabe dirigir, né?

_Sei!

Peter me lança um olhar debochado, com suas sobrancelhas levantadas, e seu sorriso aumenta. Ele não acredita em uma palavra que eu falo.

Pelo menos ele está se distraindo.

_É automático, não tem muito mistério! Você tem que...

Highway to HellOnde histórias criam vida. Descubra agora