Capítulo 33

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Minha pele ainda está queimando do seu toque  
Oh, eu simplesmente não consigo ter o suficiente 
Eu disse que não pediria muito 
Mas seus olhos são perigosos 
Então o mundo continua girando
na minha cabeça 

Maria Arredondo, Burning

_Anne? Por que você subiu correndo?_ Peter me pergunta com curiosidade e diversão nos olhos.

Porque eu achei que fosse você saindo do quarto, idiota!

_Eu estou animada para ir na piscina, ouvi o barulho de água e bom... Está muito quente!_ me abano tentando tornar meu teatro mais real.

Ele me olha com as sobrancelhas franzidas e posso ver que ele não acreditou em uma palavra sequer que saiu de minha boca. Peter estende a mão e eu acabo aceitando sua ajuda para me levantar.

_Sei_ ele cruza os braços e seu sorriso debochado aumenta.

_E você? O que está fazendo nesse andar?_ ele morde seu lábio inferior e me fita por alguns segundos ponderando se me falava a verdade ou não.

_Eu poderia muito bem falar que vim procurar a Julie, ou sei lá, mas nós saberíamos que eu estaria mentindo! Que nem você_ ele arqueia uma sobrancelha, me provocando e completa_ Não quero pagar o mesmo papel de idiota.

Eu bufo, revirando os olhos e passo por ele batendo propositalmente em seu ombro. Antes que eu consiga me livrar do Diabo, entretanto, ele segura minha mão, fazendo con que meu corpo seja freiado bruscamente.

_Olha aqui, Peter, se for para você ficar sendo babaca pode descer, okay? Não estou com cabeça para você hoje! Além do que, por sua culpa meu radinho bluetooth quebrou ontem na chuva! Então não me venha com gracinhas agora._ falo e começo a ficar irritada. Ele me deve um rádio!

Mas obviamente estou cagando para ao rádio depois de uma noite igual a de ontem. Só estou tentando descontar a raiva que sinto e achei essa desculpa. Acho algo bem normal para mim. Quando estou confusa e não sei como me sentir, é a raiva a primeira a ocupar meus buracos emocionais.

Solto minha mão com força e ando até a porta de meu quarto.

_Você sabe que nós precisamos conversar. E não adianta ficar correndo de mim nas escadas porque uma hora a gente se esbarra_ o ouço dizer ironicamente e paro pensativa segurando a maçaneta com força. Talvez ele esteja certo. Além do mais será interessante ouvir o que ele tem a dizer.

Por fim, encosto a lateral do meu corpo no batente da porta e a abro ainda mais. É melhor arrancar o bandaid de uma vez, certo?

_Entra logo! E não me faça ter mais arrependimentos do que já tenho!_ ele apenas me lança um olhar de "aham, sei" bem irônico e passa por mim. Eu fecho a porta e a tranco em seguida.

_Para quem tem tantos arrependimentos você está bem apressadinha!_ ele comenta malicioso.

_Não sei se você pensa em alguma coisa além de sexo, mas eu gostaria de evitar que as pessoas entrassem enquanto nós estamos conversando. Seria desastroso ter que explicar algo sobre nós_ tento ser grossa, porém ele nem se abala com minhas palavras.

_É uma pena que você não pense como eu_ ele para alguns segundos pensativo e outro sorriso brinca em seus lábios_ Você vai mesmo na piscina?

_Não, acordei com dor de garganta e meio resfriada.

_É uma pena, adoraria vê-la se trocando!_ ele fala e solta uma risada. Sinto minhas bochechas queimarem e jogo nele o objeto que estava mais próximo de mim: a nécessaire de maquiagem de Julie. Omg. Espero que nada se quebre ou eu já posso me considerar uma mulher morta. Ele desvia com facilidade e me olha rindo mais ainda.

Highway to HellOnde histórias criam vida. Descubra agora