- Pelo menos eu não sou babaca a ponto de trair alguém!Assim que as palavras deixam a boca de meu irmão, me viro e saio andando. Um misto de raiva e de mágoa perfuram meu peito, competindo entre si.
Ouço uma gritaria ressoar por cima da música da festa e olho para trás a tempo de ver Daniel se jogar contra Alan.
Garotos idiotas.
Se tem homem envolvido tem que ter algum tipo de briga, ninguém sabe se resolver sem se bater.
Imbecis!
Bato os pés me afastando da briga extremamente irritada.
Sei que Daniel estava tentando me proteger, mas já estou saturada das preocupações dele. Sou completamente capaz de me virar sozinha! Pelo menos eu preciso ser, não quero depender de homem algum nessa vida pra nada.
Homens são estúpidos. O último que eu namorei me traiu, o que posso esperar mais?
Alan é um babaca.
Peter era um babaca.
Ou então ele joga tão bem, manipulando meus sentimentos, que eu, a donzela coitada e indefesa, não consigo enxergar a realidade.
Um menino esbarra em mim e derruba sua bebida em mim, me arrancando da minha linha de pensamentos.
- Caralho!
- Minha bebida! - o garoto me lança um olhar feio.
- Vai se fuder! - esbravejo e o garoto sai de perto me olhando torto.
Chego na varanda da frente da casa, encontrando apenas um garoto jogado no gramado do jardim, ao lado de uma poça de vômito.
- Eca.
- Podemos conversar, Anne?
A voz de Alan me faz bufar e rodar nos calcanhares.
- Eu juro que se você não sumir da minha frente agora, eu...
A medida que falo, Alan se aproxima, ficando quase que colado em mim.
- Vai o que, linda?
Dou dois passos para trás e bato de costas na parede.
- Nunca mais me chame assim - falo autoritária com a voz mais baixa.
- Você só precisa se lembrar do quão bom nós dois éramos juntos e...
- Não preciso me lembrar de bosta nenhuma!
Ele dá um passo na minha direção, acabando com qualquer espaço que havia entre nós.
- Tudo vai voltar a ser como antes, eu prometo! - ele fala com uma voz baixa e grossa, seu tom é estranho. Eu engulo em seco e tento sair de perto, porém ele coloca uma mão de cada lado do meu corpo, me prendendo na sua frente.
- Me deixa ir, Alan.
Peço com a voz falha, começando a ficar nervosa. Tem algo de errado. Alan está sorrindo e apoia com força suas mãos na parede, fazendo ser impossível escapar.
- Por que você está nervosa?
Empurro ele pelo peito, o que o pega de surpresa, e começo a correr. Em segundos ele me alcança e me abraça com força, segurando meus braços juntos ao meu corpo. Alan não me dá tempo para pensar e gruda seus lábios nos meus com força.
O contato repentino e violento faz meus lábios doerem. Sua língua penetra minha boca e eu me sinto paralisada. Meu coração bate com força e eu não consigo pensar em mais nada. É como se meu cérebro tivesse entrado em pane.
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Highway to Hell
RomanceOdeio o jeito que ele sorri. Odeio o jeito que ele me olha. Odeio a voz rouca dele. Odeio o jeito inconsciente que meu corpo responde quando estou perto dele. E odeio ainda mais o fato de que estou apaixonada por ele. Anne é uma garota de 17 anos...