Fico um tempo deitada esperando a dor passar para poder voltar ao meu quarto de mãos vazias, e tento pensar em qualquer outro lugar onde o hidratante possa estar. Nada me vem a cabeça. Levanto, me sentindo uma fracassada e resolvo ir comer alguma coisa. A dor não vai me deixar dormir mesmo. Chego na cozinha e começo a procurar qualquer coisa que seja de meu interesse.
_Foi você então!_ ouço uma voz surgir do nada e tomo um susto.
_Caralho, Peter!_ suspiro assustada com a mão no coração assim que me viro.
_Empata foda hein!_ ele fala, porém não parece estar puto ou irritado como sempre que fala comigo. O clima de agora é o mesmo que o de tarde.
_Eu não pude nem ir na festa, me dá um desconto.
_Mas o que você faz acordada a essa hora? Achei que fosse estar roncando igual uma pedra.
_Mal consegui dormir por causa da dor, aí fui procurar o hidratante que a minha mãe colocou na mala de Danny, só que não achei nada.
_Então, quando ficou entediada fez questão de atrapalhar os outros? _ ele pergunta em um tom brincalhão
_Eu já estava irritada e também vocês iam acabar acordando meus tios!
_Eu tinha me esquecido deles!_ ele sorri culpado_ Não achou o hidratante?
_Não_ eu suspiro
_Vamos então!
_Vamos onde?_ pergunto confusa
_Comprar um, ué.
_Peter, são duas horas da manhã! Está ficando doido?
_Você não está com dor?_ ele pergunta e eu confirmo com a cabeça_ Eu não estou com sono, então aproveite a minha boa vontade!_ ele fala e eu começo a ponderar a ideia_ Só troca esse pijama, né!
Eu olho para meu corpo e vejo o pijaminha curto que estava usando, não dava para colocar nada maior com toda essa dor para dormir. Eu subo e me troco, fazendo as coisas sem pensar muito. Até que não é uma má ideia. Digo, o dia hoje com Peter foi até que bem agradável, além do que eu realmente preciso do hidratante. Desço e vejo Peter mexendo no celular sentado no sofá.
_Vamos?_ eu chamo sua atenção e ele me olha rapidamente e se levanta. Peter guarda o celular e nós saímos de casa.
_Tem uma farmácia a 20 minutos daqui.
_A gente vai andando?_ pergunto
_Você quer chamar um uber 2 horas da manhã?_ ele pergunta como se fosse algo absurdo
_Você voltou como?_ ele olha para cima como se estivesse pensando e arregala os olhos
_De uber!_ ele fala e arregalo os olhos surpreso como se tivesse descoberto o mundo.
_Quanto você bebeu?_ pergunto rindo enquanto chamo um uber.
_O suficiente para te aguentar durante a noite_ ele responde e eu reviro os olhos_ Brincadeirinha! Você precisa levar as coisas menos a sério, Jones.
_Você está tranquilo demais.
_Cervejas fazem milagre.
_É, só cerveja, né_ ele dá uma risadinha e eu confiro o meu celular.
_Chega em 6 minutos_ eu falo e nossa conversa parece acabar. Fico parada mexendo no telefone, ou pelo menos fingindo, se eu guardasse ele iria ficar um silêncio estranho. Assim que o uber chega nós entramos e Peter parece voltar a ficar animado, ele estava sorrindo e parecia não conseguir ficar quieto. Ele fica muito engraçadinho bêbado.
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Highway to Hell
RomanceOdeio o jeito que ele sorri. Odeio o jeito que ele me olha. Odeio a voz rouca dele. Odeio o jeito inconsciente que meu corpo responde quando estou perto dele. E odeio ainda mais o fato de que estou apaixonada por ele. Anne é uma garota de 17 anos...