Highway to Hell

capitulo 47

Eu encontrei amor onde não deveria encontrar:
Bem na minha frente
Faça isso ter algum sentido

Amber Run, I Found

Meu estômago se revira. Um encontro com Peter.

É como se até agora nós tivéssemos pulado todas as etapas iniciais de um relacionamento e estivéssemos tentando recuperá-las. Mesmo assim me sinto nervosa e ansiosa.

Tomo um banho e me arrumo, coloco uma roupa casual - uma calça jeans, uma blusa branca com um decote modesto e uma jaqueta preta - já que iríamos apenas no Joe's. Meus pais chegam do trabalho e passam no meu quarto para me cumprimentar.

_Vai sair?_ mamãe me olha curiosa com um sorriso sapeca, como se já soubesse que eu tinha um encontro.

_Vou encontrar Julie e João no Joe's.

_Não volte tarde, amanhã tem aula!_ papai beija minha cabeça e os dois saem do meu quarto sem questionar mais nada. Coloco um perfume e termino de me arrumar, enrolando ao máximo, até que recebo uma mensagem de Peter dizendo que já estava me esperando em seu carro.

Desço ansiosa, me despedindo dos meus pais, que agora assistiam TV no quarto deles, e saio da casa. Consigo avistá-lo escorado no capô de seu carro, virado na minha direção. Ele está simplesmente lindo, usando uma blusa de manga comprida azul marinha, justa nos seus braços definidos, e uma jeans de lavagem escura. Seus cabelos estão úmidos e penteados para trás, formando seu clássico topete bagunçado. Assim que me aproximo, seu perfume invade meu nariz e eu suspiro, sorrindo com o cheiro que eu tanto gosto. Ele me cumprimenta com um selinho e nós entramos no carro em silêncio.

É uma experiência nova para nós dois.

Em 10 minutos chegamos na lanchonete, o caminho fora tranquilo e nós viemos conversando sobre Danny e sua reação exagerada. Eu perguntei se ele estava melhor, já que seu olho estava levemente roxo, mas, segundo ele, estava apenas um pouco dolorido, nada demais.

_Por que você não bateu nele de volta? Até eu teria batido, ele mereceu...

_Eu sei como ele deve estar se sentindo. E ele é meu melhor amigo, não quero bater nele, por mais irritante que ele esteja sendo.

_Mas ele te deu um soco, Peter!

_Exatamente, se eu devolvesse o soco, eu vou apenas estar dando mais motivos pra ele ficar puto comigo.

O olho sem acreditar no que ouço. Ele está certo, eu sei, mas nunca imaginei o Peter sendo racional dessa forma.

_Mas você já foi suspenso inúmeras vezes por brigas no colégio.

_Todos eram idiotas que mereceram.

Ele fecha o rosto, olha para o volante e percebo que havia ficado com raiva por se lembrar dessas situações.

_Okay, vamos mudar de assunto!_ toco seu ombro e vejo sua expressão suavizar_ Estou com fome, podemos entrar?

[...]

_Anne! Quanto tempo, querida!_ Beth, a garçonete que tinha idade para ser minha mãe, me cumprimenta. Ela sempre atendia eu, Julie e João quando nós vínhamos almoçar aqui depois das aulas.

_Estava com saudades, Beth!_ sorrio para ela, eu e Peter nos sentamos frente a frente em uma mesa colada na parede. O ambiente estava tranquilo, poucas pessoas estavam jantando e a música de fundo era agradável.

_Devo colocar mais cadeiras para a Julie e para o João?_ ela sorri atenciosa guardando a caneta e o bloquinho que segurava no bolso do avental.

_Não, obrigada. Hoje seremos só nós dois!