Capítulo 50

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Cinco dias se passaram desde a minha conversa com a bruxa e também que vi minha fadinha. As coisas estão mais leves e até consegui tirar alguns cochilos, além de comer uma quantidade razoável para não desmoronar em qualquer lugar. É o que eu espero.

Não comentei com ninguém sobre o que Katrine me disse, talvez não seja algo certo a sair espalhando por aí. Assim como se revelar que melis existem, pode causar um caos com os humanos, se isso de um soro em fase de teste, se espalhar, geraria um caos entre muitos melis e eu definitivamente não quero fazer parte disso. Talvez alguns melis poderosos também saibam disso e já estão tomando devidas providências.

Eu tentei nos mais diversos livros, achar algo que pudesse me ajudar com o dragão e não ter de ir atrás desse soro, porém nada e nem ninguém tinha uma solução para mim, me fazendo ficar tentado e até convicto de que preciso ir atrás dessa minha única escapatória.

Quando comentei com Dolores sobre o que vimos, ela logo se lembrou de uma lenda, que acabei por saber que não era uma lenda em si e sim uma história real. Disse ela que a muitos anos atrás uma dríade e um humano tiveram uma filha, fazendo assim nascer uma menina, com certas habilidades. Cabelos que acompanham a cor do céu, olhos amarelos como o sol, pele clara com a neve e com a habilidade de se comunicar com a natureza. Ela precisou fugir e se esconder depois que a madrasta passou a caça-la para matar e se livrar de uma maldição. Desde então esses anões magos que protegem ela, sumiram do mapa e ninguém ouviu mais sobre eles durante esses quinze anos de fuga. Enquanto ela procurava informações sobre o paradeiro deles, Aria e eu pesquisamos da maneira que podíamos, através da tecnologia e mapas.

Pelo portal de poder ter um limite, chegamos à conclusão de que a fadinha ainda estaria aqui no país e não em outro. Isso nos limitou a alguns estados onde o horário era um pouco diferente do nosso, onde ainda estava claro, ao invés de noite. Após termos feito uma lista, fomos analisando todas as possíveis florestas que poderiam abrigar alguma casa e que também teriam arvores parecidas com as que vi. Depois de muita análise, chegamos a uma floresta no Colorado, que é um pouco diferente de todas as outras. Uma floresta extensa e aparentemente bem fechada, como se ninguém pudesse entrar e isso nos chamou a atenção, por ser um ótimo lugar para jogar alguém ferido. Quando decidimos que Colorado seria nosso próximo destino, recebi a ligação de Dolores dizendo que havia descoberto o paradeiro dos anões e ficamos bem assustados, além de confiantes quando ela disse que era no Colorado, na mesma floresta que achamos. Isso só fez com que ficássemos confiantes e com a sorte ao nosso favor.

- É aqui - Aria diz parando o carro assim que o GPS marca o local e olho a extensa floresta a minha frente. Aparentemente impossível de adentrar e de sobreviver, talvez isso tenha a ver com o fato dos anões se esconderem aí com a garota, algum tipo de magia que faz ficar inacessível.

- Como iremos entrar? Parece impossível - O pai da fadinha, que veio conosco, diz meio decepcionado. Ele está ficando na casa pequena nos fundos da minha e junto com meu pai, procurando um jeito de tirar toda a fortuna da sua ex-esposa, assim como reverter os documentos que provam sua morte. Parece que a mulher está envolvida até o pescoço com coisas erradas.

Saímos do carro e ficamos lado a lado, encarando os muitos galhos emaranhados e bem espinhosos. Não imaginei que seria tão difícil assim, talvez Dolores possa ajudar com algum tipo de magia.

- Dolores, consegue abrir um caminho até a casa deles? - Pergunto esperançoso.

Mesmo que eu esteja bastante animado com tudo e com certa esperança, estou me sentindo bem cansado. Quando decidimos vir para cá, precisamos vir de carro, pois o pai da fadinha tecnicamente ainda está morto e os documentos provam isso. Ou seja, quase vinte e sete horas de carro, paramos apenas para descansar em um hotel de beira de estrada e para comer, coisa que não fiz com muito fervor. Mesmo que eu saiba que ela está bem, não consegui me recuperar cem por cento.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora