— Então eu senti aquela sensação ruim, pois você ficou com medo do dragão? – Pergunta e sinto um pouco mais da minha honra inexistente ir embora.
— Não foi medo. Eu aparentemente estou traumatizado com o lance do dragão. Pois eu quase morri e isso não é uma sensação legal.
— Tudo bem então. Iremos evitar dragões daqui para frente – Falo e recebo seu olhar — Agora você não precisa mais ir atrás do Dragão. Sua missão acabou.
— Eu ainda não sei. Irei confirmar quando chegar lá. Estou encarando apenas como um boato, não consigo imaginar um motivo para a Bela fazer isso.
— O Clark pode ter feito algo de muito ruim a ela. Independente dele ser o presidente de vocês, tem coisa que não da para perdoar.
— Isso é verdade. Ele sempre implicou muito com ela. Eles viviam se estranhando – Digo lembrando de todas as brigas que presenciei e fiquei sabendo, além das muitas cantadas horríveis que o Clark fazia para ela. Qualquer um sabia que ele queria ela, muita coisa mudou, não sei bem o que pensar — Para ali – Aponto e ela faz o que pedi. Já estou bem melhor para dirigir, mas ela não quer me dar a chave. Então, vou de carona mesmo — Essa parte é a mais deserta. Os caçadores não vêm muito pra esse lado. Caso tenha algum problema ou veja alguma movimentação, volte pra lanchonete. Que vou dar um jeito de chegar lá.
— Cuidado – Diz apreensiva.
— Sempre. Te amo, fadinha.
— Também te amo, caçador – Do um beijo em sua testa antes de sair e adentrar ao mato espeço da floresta. E lá vamos nós. Se o Clark estiver vivo, minha desculpa precisa ser ótima para estar aqui.
Entro no local que por muito tempo foi minha casa e ai invés de sentir saudades, eu sinto que não pertenço mais ao local, como um estranho em terreno desconhecido. Acho que passei muito tempo longe. Vejo que realmente parece um caos, alguns caçadores sentados em bancos com ferimentos sendo tratados. Pedaços de madeiras, telhados e outras coisas, sendo empilhados em um canto. Parece que a coisa foi real mesmo.
— O que aconteceu aqui? – Pergunto ao primeiro que passa.
— Bela traiu nosso povo e matou o presidente – Diz com certa raiva — Eles foram embora hoje cedo e logo em seguida o novo presidente foi atacado pela loba.
— Sério? Que ousadia, invadir aqui para isso.
— Os caçadores estão feridos, outros arrumando o estrago. Melhor momento para isso, por isso alguns estão de tocaia para caso tenhamos outra retaliação.
— Entendi, onde o Theo está?
— No escritório, no da sede – Aponta para o prédio e assinto.
— Valeu – Começo a andar em direção ao local.
Pelo que posso observar, foi uma batalha caótica e sangrenta. Parece que alguns caçadores perderam a vida, mas tudo continua normal. Claro, não sentir é o que fomos ensinados. Acho que por isso estão agindo tranquilamente, somente mais atentos a algum possível ataque.
Chego próximo ao escritório e vejo que a porta está aberta. Escuto alguem gritando, dando bronca em alguém e olho para dentro. Théo está falando com um caçador e logo manda ele ir resolver direito o que tinha pedido antes. Assim que o caçador sai, entro no escritório, fecho a porta e vejo que o homem nervoso não estava esperando por isso.
— Aaron, o que faz aqui? – Pergunta e se senta, resmungando algo ao encostar o ombro ferido e enfaixado, na cadeira.
— Saber se era verdade a morte do Clark. Pelo visto é sim e realmente foi a Bela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quinze minutos para meia-noite
FantasySiga meu Instagram para saber mais sobre meus livros: @melpimentelautora * Ella, uma jovem que enfrentou a perda de seus pais, encontra razões para seguir em frente nas memórias que a mantêm viva. Vivendo com uma madrasta e suas filhas, Ella se esfo...