— Tem certeza que esse é o único jeito de derrotar ela? Céus! Aaron, deve ter algum outro jeito. - Encaro alarmada o garoto a minha frente - Eu não quero que você se arrisque assim, realmente prefiro que ela pense que me matou e fique por isso mesmo. É mais seguro. - Paro de andar pelo quarto e encaro ele.
— Não, eu não vou deixar você viver presa por causa daquela mulher. - Ele se levanta da cama e vem até mim.
— É muito arriscado. - Choramingo.
— É nossa unica opção e eu faria qualquer coisa por você, só para te ver bem. - Ele segura meu rosto e faço que não, me afastando.
— Você ainda não está bem. Precisa se recuperar, se alimentar bem e não se meter em nenhuma aventura louca, que pode ou não dar certo.
Após o caçador desmaiar no dia que foram ao meu encontro, fiquei desesperada achando que o perderia, mesmo o anão Mestre me dizendo que tudo ia ficar bem. Ele fez um tipo de feitiço que daria disposição ao caçador e que se ele se alimentasse bem, em menos de uma semana já estaria totalmente recuperado.
Fazem três dias desde que tudo isso aconteceu e hoje ele chegou com uma ideia louca que uma bruxa - que só pode ser mais louca ainda - deu a ele. Invadir um laboratório que deve ser altamente protegido para roubar um frasco que pode ser a solução dos nossos problemas, ou não, pois ainda está em fase de teste.
— Eu não irei sozinho, minha irmã vai comigo. Eu vou explicar a ela e tenho certeza que vai querer ajudar.
— Eu não sei, acho muito arriscado. Por favor, não faz isso. - Suplico pesadamente, são tantas coisas acontecendo e mesmo me sentindo melhor, ainda sinto que meu corpo não esta cem por cento. — A gente vai achar uma solução, uma que não nos coloque em risco. Tenho certeza que acharemos algo, só peço um pouco mais de tempo. – Me sinto cansada e o fato de não conseguir dormir direito, ta me deixando pior ainda.
Eu quero que aquela mulher pague por tudo que me fez, mas creio que essa não seja a solução. Uma idéia que pode tirar ele de mim, em nenhum momento pode ser boa. Mesmo que eu saiba que ela não descobriu que tô viva ou até meu pai, eu ainda sinto medo, de a qualquer momento ela invadir o lugar e por tudo abaixo.
— Eu já procurei outra alternativa, mas não achei. Não tem outro jeito. - Afirma firmemente e apenas o encaro, com meus olhos temerosos — Tudo bem, nós vamos achar outra solução. – Diz mudando de assunto e percebendo meu medo.
— Obrigada! - Abro um sorriso enquanto ele acaricia meu rosto, até penso em lhe dar um beijo, mas assim que ele escuta a porta abrir, pula para bem longe de mim.
Pode ser que meu pai esteja sendo bem ciumento e não aceitando muito bem o fato de que sua menininha cresceu.
— Calma, maninho. Não é seu sogrão ciumento. - Aria debocha e Aaron revira os olhos — Eles estão chamando lá na sala. O advogado chegou e tem notícias ótimas, pelo que pude entender.
Seguimos para fora do quarto do caçador, indo em direção ao local que fomos chamados.
Quando voltamos para casa, com um caçador levemente dopado ainda e um carro bem cheio, Dolores perguntou se eu continuaria em sua casa ou se ficaria por aqui. Eu disse que ficaria aqui por enquanto, a luta foi fazer meu pai aceitar que eu ficasse no quarto do meu namorado. Para ele, isso é muito errado, já que não somos casados e não é por que já fizemos o contrato que isso deve virar bagunça. Confesso que na hora fiquei bem envergonhada, mas depois o caçador me explicou a saia justa que o pai pôs ele ao decifrar seus sintomas enquanto eu estava desacordada.
No final ele teve de aceitar pois já sou bem grandinha, mas ele ainda dá umas controladas, por conta do ciúmes. Confesso que senti muita falta disso e que mesmo tendo apenas três dias, eu já sinto como se ele nunca tivesse ido e me sinto feliz por tudo que estou tendo. Mesmo aquela mulher tentando contra minha vida, o que recebi ao acordar foi muito melhor do que eu poderia imaginar.
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Quinze minutos para meia-noite
FantasySiga meu Instagram para saber mais sobre meus livros: @melpimentelautora * Ella, uma jovem que enfrentou a perda de seus pais, encontra razões para seguir em frente nas memórias que a mantêm viva. Vivendo com uma madrasta e suas filhas, Ella se esfo...