Capítulo 34

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Fungo pela milésima vez e já me sinto bem melhor. Dolores ficou afagando meus cabelos enquanto eu chorava por um tempinho.

— Está melhor? – Pergunta sorrindo e assinto — O que aconteceu?

— Elas rasgaram minha roupa, para eu não ir ao baile – Abro os braços e mostro o estrago no meu vestido que era lindo.

— Isso já passou dos limites – Diz irritada. Observo sua roupa e isso me faz franzir a testa, esquecendo um pouco do meu drama.

— Que roupa é essa, Dolores? – Pergunto estranhando — Vai para alguma festa? – Encaro bem seu vestido longo branco e com alguns brilhinhos bonitinhos — E o que faz aqui? Como sabia?

— Quantas perguntas – Diz se levantando e faço o mesmo — Vamos do início. Eu sou sua guardiã, pense em algo como madrinha – Fico sem entender.

— Que papo é esse, Dolores? Bateu a cabeça?

— Não – Diz rindo — Olha – Arregalo os olhos em uma proporção que parece até que vão explodir.

— Isso é uma varinha mágica – Aponto ainda assustada.

— Sim, é da árvore mágica que cultivamos.

— Dolores, você é uma meli Dolores? Como assim, Dolores? Dolores! – Acho que estou em choque e não to regulando muito bem. Foi o tapa que recebi, to vendo e escutando coisas.

— Eu vou te explicar, meu amor – Diz e vira a varinha para a porta, fazendo a ela fechar assim que uma magia dourada aparece e vai em direção ao objeto de madeira. Ok, eu vou desmaiar. Me apoio na parede recuando um pouco e Dolores me olha sem entender bem.

— O que você é? – Estou assustada. Acho que é uma reação normal ao descobrir que alguém que conhece esconde um grande segredo.

— Uma brytia, querida – Faço a minha típica cara de confusão. Nunca ouvi falar e olha que já li muitos livros — Farei um resumo, pois você precisa ir a esse baile. Muitos acham que somos bruxas, mas não somos. Nossos poderes vem da árvore mágica que cultivamos a séculos e daí que vem a varinha – Me mostra e agora percebo que parece mesmo um galho bem bonito — Nossos poderes só funcionam com a varinha, sem ela nós somos inteligentes, astutas e pecepctivas, mas sem qualquer tipo de magia. Eu quem ajudei sua mãe quando ela desistiu das asas, pois temos contado direto com fadas...

— Perai, você sabe que eu sou ...

— Claro, mesmo antes de você – Já não gostei. Me sentindo enganada.

— Não quero mais saber disso. Só quero ir dormir e esquecer que esse dia existiu – Começo a andar, mas percebo que ando, ando, porém não saio do lugar — Ok, você venceu – Me viro para ela.

— Eu não podia me revelar ainda.

— Mas o que faz aqui? Comigo? Podia ter ido embora quando minha mãe morreu.

— Não funciona assim. Sua mãe confiou sua vida a mim, promessas entre brytias e fadas são muito sérias, não tem como quebrar. A magia que une é muito forte e por isso estou por perto sempre. Eu sou sua madrinha – Cruzo os braços e encaro ela por alguns instantes.

— Você podia ter me levado com você então. Para morar sabe, depois que meu pai morreu.

— Oh, meu amor – Se aproxima e coloca a mão no meu rosto — Não podemos ir contra a lei dos homens, seu pai deixou sua guarda para ela e ela quis. Não pude fazer nada, não tinha nenhum papel que pudesse me ajudar – Vejo que ela está mesmo triste.

— Esquece isso, é meu fardo e não seu. Mas o que faz aqui mesmo?

— Senti sua angústia e vim em um segundo. Você tem um baile para ir, certo?

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora