Capítulo 46

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Aaron

Saio da cozinha para voltar ao quarto, estava com bastante fome e vim em busca de algo para comer. Eu definitivamente não sirvo para trabalhar com outras pessoas de forma civilizada, é um tanto complicado e por ser filho do patrão, acabo sendo alvo dos mais diversos olhares.

Assim que piso no primeiro degrau da escada, paro de imediato ao sentir algo que normalmente não sinto. Um aperto no peito e uma sensação ruim.

— Fadinha, o que está aprontando - Digo enquanto subo as escadas na maior velocidade que consigo, em busca do meu celular. 

Abro a porta com força e quando adentro ao ambiente, meu celular já esta tocando em alto e bom som. Corro até ele e quando vejo o nome dela escrito, já sei que não tem algo bom acontecendo.

— Aaron! - Atendo ainda nervoso o celular e ao ouvir seu grito, me sinto mais ainda.

— O que aconteceu? Por que está com tanto medo? Eu to sentindo! - O nervosismo está presente e a sensação no peito é extremamente desconcertante. 

— O dragão... Céus, Aaron. Tem um dragão querendo me ma... - E sua voz some, assim como a chamada é desligada de repente. 

O celular cai da minha mão e demoro bastante a processar o que acabei de ouvir. Minha mente não consegue fazer o encaixe dessas informações. Por que aquela mulher que vira dragão está atrás dela? Isso não faz sentido algum. Será que aquele monstro descobriu que eu estou vivo e está tentando chegar em mim, começando por quem eu gosto?

— Tudo bem? - Aria aparece na porta e olha para mim, logo para meu celular no chão. Deve ter vindo pelo barulho que fez ao se chocar no porcelanato.

Ignoro totalmente sua presença e corro para pegar a chave, puxo minha jaqueta da cadeira e coloco enquanto ando o mais rápido que posso para meu carro. Não faço ideia de onde ela está, porém conheço alguém que pode saber. Ela tem que saber. Por Richard, se alguma coisa acontecer a minha fadinha, eu não sei mesmo o que vou fazer, como vou reagir. Se irei suportar perder meu ponto de luz.

Entro no carro para seguir em direção a casa daquela Brytia, ela tem que ter algum tipo de magia que possa localizar aquela garota. A culpa disso tudo é minha, claro que é. Eu irritei o maldito dragão e agora ela quer uma retaliação. Um arrepio passa por toda a extensão do meu corpo e percebo que estou suando frio, que sorte que eu esteja conseguindo dirigir com essa agonia enorme no peito. Ela não pode morrer, preciso chegar lá antes que algo ocorra a ela, tomara que ela consiga se defender com os poderes. Tomara.

Pego a estrada que leva a casa da Dolores e aperto o volante com força, sinto que minhas mãos estão formigando e a cada momento elas parecem prestes a explodir. Passo a mão na roupa, bem nervoso e o caminho parece mais longo do que o normal, parece que quanto mais eu acelero, mais distante fica. Os minutos passam e a curva na rua nunca aparece, quando por fim vejo ao longe o local que devo virar, meus olhos brilham.

Nãao - Um grito bem dolorido e estridente sai de minha boca, no momento que sinto um baque em minha barriga, mas não é algo normal, é algo com força, ódio e eu já senti isso antes.

O carro dança na pista enquanto tento me recuperar, sofrer um acidente agora não vai adiantar em nada nisso. A dor assim como apareceu, sumiu e agora só sinto um leve formigar na área. 

Paro o carro de qualquer jeito na rua e corro em direção a casa, nem bato na porta, já abro e entro gritando pelo nome da mulher.

— Você sentiu também? Ela está agoniada, com medo - Diz antes mesmo de mim — Não sei o que está acontecendo. O dono da biblioteca disse que ela saiu mais cedo hoje - Noto o desespero em sua voz e apesar de tudo, isso me faz apreciar um pouco mais ela, por se importar tanto com a fadinha.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora