Capítulo 33

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Aaron

— Como coloca isso? – Pergunto enquanto olho no espelho e fico tentando entender por onde passa cada parte da gravata, para ficar do jeito que se usa.

— Um ótimo lutador, mas apanha para uma gravata – Meu pai diz se levantando da cama e vindo em minha direção.

— Não gosto de usar essas coisas – Viro para ele que começa a fazer as técnicas difíceis e completamente impossíveis de aprender, de como dar o nó da gravata.

— Do que você gosta? – Pergunta revirando os olhos, mas logo da um sorriso. Eu não deveria ter contado — Você gosta da garota que tem magia – Da uma bela zombada, igual tem feito na última semana.

— Por que eu te contei mesmo?

— Porque eu sou seu único amigo no momento e você não sabia o que fazer – Responde e termina de fazer a mágica com a gravata. Bate com as mãos em meus ombros e se afasta — Aparentemente você estava surtando pois "talvez" ... Com certeza – Finge espirrar e reviro os olhos — Gosta dela.

— Faz sentido – Digo e me olho no espelho — Ela deve estar a ponto de me matar, achando que eu to dando desculpa para não ir lá.

— Sua mãe estava pensando que você poderia fugir, sabe como ela é ...

— Doida.

— Um pouco — Diz rindo.

Fiquei preso durante a semana toda com ela em minha cola. Tentei dar uns perdidos, mas a coroa ainda tem suas táticas de caçadora. No domingo quando cheguei de viagem, vim para casa e já fui recebido pelos seus muitos questionamentos. Acabei me irritando e ela ta pensando que irei fugir, para não participar do baile - talvez eu tenha dito algo como sair e só voltar depois do baile - e assim fazendo ela ficar mal com as pessoas. Acho que ela não confia em mim.

— Você acha que ela vai vir? — Pergunta se olhando no espelho e penteando seu cabelo grisalho para trás.

— Claro, pelo que falei com ela pela manhã. Estava tudo certo, mas ela é imprevisível.

— Eu quero conhecer logo minha nora.

— Não estamos namorando — Lembro e ele faz careta, ele já veio até pedir netos. Ta solitário é quer alguém para mimar.  Tive de lembrar do contrato e ele disse que isso não impedia nada. Que só por eu estar gostando de alguém que tem poderes, era certo e eu já podia confiar. Até parece. As coisas não funcionam assim.

— Por isso quando ela chegar no baile mais tarde. Você vai fazer o pedido – Diz e solto uma risada nasal.

— Dúvido muito disso – Respondo e sento na cama, para colocar o sapato e ai estarei pronto para o baile. Estarei impecável nesse terno exageradamente caro — E já conhece ela, só não sabe que é e se olhar, não vai lembrar – Olho para cima e vejo seu semblante de confusão — Ela veio no baile que teve anteriormente. Só que usou um feitiço para não ser reconhecida – Faço um gesto frente ao rosto e ele entende.

— Eu ainda não gosto dessas trapaças que monstros fazem.

— Nem eu, mas digamos que nesse caso foi necessário. Ela estava de vestido vermelho, se não me engano ela estava na entrada quando você a abordou e conversaram um pouco.

— A garota pálida que falei sobre as pessoas superficiais — Lembro que comentei algo sobre isso e ela disse que foi parecido com o que ele falou — Não queria chamar atenção. Que irônico, eu disse para ela ir atrás do garoto desvirtuando da decoração da festa. Mal sabia eu que já se conheciam. Ela é bonita, bom, se o que eu vi for ela mesmo.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora