Capítulo 45

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Comentem muitooo e claro, preparem o core. Emoções fortes a seguir 😉
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Tomo fôlego antes de entrar no escritório do advogado. Assim que Victor chegou, perguntei se poderia sair mais cedo e ele disse que sim, pois eu tinha algumas horas extras por chegar bem cedo, mesmo sem ser de fato necessário. Aaron está na fábrica agora e estou me sentindo bem mal, por não ter contado a ele. Por isso, assim que eu sair daqui, irei ligar para ele e contar tudinho. Independente de ter conseguido ou não o carro. Talvez eu esteja me arriscando por algo fútil de mais, mas quando penso melhor. Tudo parece fazer mais sentido que nunca.

Meus pais ainda me fazem tanta falta, meu pai principalmente, que esteve comigo sempre, mesmo quando arrumou outra esposa, nunca me deixou de lado. Eu só quero lembrar dele. Quero entrar naquele carro, fechar os olhos e imaginar a cena de novo. Dele me dizendo que teria uma surpresa, do seu sorriso enorme que quase rasgava a bochecha. Do seu amor por mim, sendo explanado a cada respirada que dava. Sinto falta dos seus abraços quentes e dos beijos na testa, regados de amor. Balanço a cabeça expulsando qualquer vontade de chorar.

Bato na porta e ouço o advogado falar para entrar, tomo mais fôlego e entro. Ele abre um sorriso para mim e posso ver minha madrasta, ela está de costas e não faz menção de que vá se virar para me cumprimentar.

— Boa tarde, senhorita Ella. Se sente, por favor – Aponta para a cadeira e sigo até ela, apertando uma mão contra a outra, devido ao nervosismo presente — Estamos presentes aqui hoje pois a senhorita gostaria de reaver seu antigo carro de volta e como agora já é de maior, esse direito é totalmente seu, pois ele está em seu nome. O carro é seu novamente – Abro um sorriso bem feliz.

— Está satisfeita? – Escuto sua voz e meu sorriso murcha — Primeiro o carro, depois vai querer a casa, depois minha empresa – Começa a se exaltar e fico bem nervosa.

— Eu não quero mais nada disso. Sério, só o carro mesmo. É a única lembrança que tenho dele mesmo, o último presente que me deu.

— Eu não ligo para nada disso. Por mim, eu queimava tudo que pudesse te lembrar eles, só para ver esse seu olhar triste sempre – Vejo que ela está transpirando raiva e isso não é nada bom.

— Senhorita Tremeinne, por favor. Se controle. Estamos tendo uma conversa civilizada.

— Foi um prazer fazer esse negócio. Tchau – E saio correndo, sem sequer dar tempo dele ou dela me impedir, ou até dizer algo.

Saio do prédio e corro em direção ao estacionamento, entrando no carro e saindo em disparada do lugar. Eu realmente não queria ter ficado lá, ela estava prestes a surtar e com certeza coisas iriam voar, em minha direção, claro. Só que eu teria de me defender, e mostrar que posso fazer algo além do normal seria um choque para eles e nada bom para mim, pois poderiam me denunciar para sabe-se lá quem e eu virar a cobaia de testes em laboratório. Definitivamente não quero isso.

Entro na estrada para seguir mei caminho para casa e fico mais aliviada, estou fugindo de mais dramas em minha vida, literalmente. Já tive muitos por ontem, hoje eu não quero mais. Dirijo por alguns minutos e quando vou fazer uma curva acentuada, algo me chama atenção no retrovisor e quase grito, o que é aquilo? Quase fecho os olhos ao tentar enxergar o que me segue ao longe e tenho quase certeza, quase, que é um ... dragão? Faço um semblante de interrogação quando de repente o que penso ter visto some, em uma fumaça, como se nunca tivesse existido. É, eu definitivamente estou ficando louca, só pode. Balanço a cabeça expulsando esses pensamentos.

Penso que tudo está bem, porém o que vem a seguir eu não conseguia prever. Uma sombra enorme fica sobre o meu carro e do nada estou voando, literalmente, sendo jogada para a floresta que fica ao lado da estrada que estou. Quando o carro por fim cai no chão, meu desespero está no auge, porém fico grata por meu escudo ter aparecido e me evitado muitos machucados. Abro o cinto e reprimo um grito quando caio de mau jeito no teto do carro, que agora está virado para o chão. Me apresso para sair, antes que ele fique pior e sei lá, exploda. 

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora