Capítulo 36

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Ainda nervosa, puxo meu casaquinho curto amarelo para baixo e suspiro. Estou surtando.

— Essa foi uma péssima idéia – Digo virando e voltando, mas bato de frente com o caçador que me segura e me arrasta com ele.

— Você disse que eu era obrigado a vir. Então, como minha namorada, você precisa também. Apoio e essas bobagens ai – Do risada, mas saio de sua frente e fico atrás. Ainda sendo puxada, mas escondida.

Ontem fomos para o hotel e isso foi ótimo, pois não aguentava mais aquela roupa molhada. Para completar o dia de aniversário deles, jantamos no restaurante do lugar e depois assistimos filme até cair no sono. Ao acordar vi diversas mensagens de Dolores, super preocupada comigo e até algumas ligações perdidas de minha madrasta.

Liguei para Dolores e pedi mil desculpas, pois ainda não estava acostumada com isso, mas que da próxima iria avisar. Ela riu, pois eu já estava pensando em próximas dormidas fora de casa. Quando nós terminamos de tomar café e ir rumo minha nova moradia, o celular do caçador tocou e o pai dele estava mandando ele ir para casa. Pois teria uma social de comemoração para seu aniversário e queria o Aaron lá. Após o caçador desligar e falar para mim que não estava afim, eu fiz todo um discurso de que era o pai dele e ele precisava ser um filho presente, mas me senti encurralada quando ele disse que eu deveria ir. Pois eu era sua namorada. Confesso que fiquei derretida, como todas as vezes que ele menciona isso e cedi, o que no momento penso ter sido uma péssima idéia.

Fui na casa da Dolores trocar de roupa e acabei percebendo que estou muito esquecida, além de não ter lembrado em momento algum do Bruno - ainda bem que Dolores lembrou dele -, eu não lembrei de entregar o presente do caçador. Só vi isso quando peguei minhas sacolas para levar para dentro, eu discretamente deixei ela no banco de trás do carro e entrei para me ajeitar. Eu to pensando seriamente em fazer como o caçador, levar uma mochila por ai com roupas e essas coisas, facilita tanto com esses contratempos.

Sei que estou de calça, botinha e um casaquinho até bem fechado, mas estou me sentindo tão exposta. Acho que é por não estar mais acostumada a ficar perto de tanta gente e ainda mais de cara limpa. Tomara que tudo de certo, pois eu estou internamente surtando. Acho que até já disse isso, mas a situação está crítica.

— Ai não. Tem muita gente – Tento fugir de novo quando vejo distante algumas pessoas conversando e com copos de bebida na mão. Eles estão nos fundos da casa, próximo de onde o Aaron me pediu em namoro.

— Você consegue ser irritante quando quer – Ele diz e paro, fazendo um bico enorme.

— E se alguém ali me reconhecer. Imagina se minha madrasta souber disso, ela ...

— Eu não estou nem ai para ela. Então, só vamos entregar o presente a ele e quando ele olhar para outro lugar, a gente pode ir embora.

— Promete? Sem muita inteiração?

— Como se eu gostasse de fazer essas coisas – Diz e e bem verdade. Só eu tenho o privilégio de conhecer o lado sociável dele e o pai, claro.

Nos aproximamos mais e seu pai percebe, pois abre um sorriso enorme enquanto se aproxima.

— Pensei que não iria vir – Fala ainda surpreso.

— É ... Toma... Feliz aniversário – O caçador entrega o presente bem sem jeito e fica levemente vermelho. Bem constrangido. Seu pai abre a boca surpreso e me olha, do de ombros e ele sorri.

— Obrigado – Agradece enquanto começa a abrir — Boa – Começa a rir — Gostei muito. Isso foi por ter quebrado o meu? – Pergunta divertido e logo me olha — Ele me deu um chute e quebrou meu relógio preferido. Ta que eu deveria ter tirado ...

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora