Capítulo 55

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Um mês depois

Olho a revista mais uma vez, como sempre faço quando fico tensa, todas as fotos ficaram perfeitas e a história - não tão verdadeira - de como nos conhecemos e nos apaixonamos ficou maravilhosa. Acho que foi a parte boa disso tudo, pois sempre que fico tensa como agora, folheio a revista e olho as fotos do grande dia.

Um mês se passou e nada de minha madrasta aparecer ou surtar, mesmo em casa. Ariela que veio ao noivado e fez questão de ficar de fora de qualquer foto, disse que assim que a mãe olhou a revista, isolou longe e se manteve plena, durante todo esse mês. Como se eu sequer existisse.

Isso parece ser muito bom, mas eu acho isso suspeito. Ela não iria simplesmente me ignorar e seguir em frente, ela tentou me matar e esse ódio não muda de uma hora para outra. Certeza que está planejando algo bem sinistro. Só coisa ruim pode sair da cabeça daquela mulher. Se fosse eu no lugar dela, estaria queimando meus neurônios ao tentar imaginar como a pessoa que achei ter prejudicado, voltou e está plena, posando para revistas e noivando. Sério, ai tem coisa.

Eu estou surtando a cada dia e a cada barulho que escuto, ao contrário dos outros que estão super tranquilos quanto a isso. Como eles podem estar tão convictos de que vão conseguir se livrar dela? Queria ter essa auto confiança que os caçadores tem.

- Ainda não acredito que você comprou um vídeo game para passar o tempo enquanto minha madrasta não aparece. - Falo enquanto levanto e deixo a revista sobre a cama, cruzo os braços e encaro o caçador, ele da de ombros e volta a seu vício.

Perdi meu noivo pro vício em jogos de tiro. Confesso que por duas vezes já me imaginei lançando o console na parede, é algo irritante.

- Tem outra maneira melhor de passar o tempo? - Escuto sua voz e reviro os olhos, ele nem olha para mim, apenas encara a televisão enorme na parede. Ele até comprou uma poltrona bem da confortável para não ficar sentindo dores pelas horas jogando.

- Eu só acho que vocês estão tranquilos demais, deveríamos estar procurando outras possibilidades. Você viu que o advogado disse que o dossiê esta quase completo, precisamos revolver a parte dela meli antes disso. - Ele suspira fundo e me encara, arqueio a sobrancelha direita e o bonito ri.

- Depois a gente continua jogando. - Fala com alguém pelo fone - É, o dever me chama. Vai dar um banho no seu dragão e me deixa em paz. - Diz rindo com o outro e cruzo os braços. Ele retira os fones, desliga o console e me encara.

- Os bonitos já terminaram?

- Tão ciumenta. - Faz um bico e segura em meu quadril - Agora respondendo ao que disse antes. Nós podemos invadir a casa dela. Caso esteja com pressa e não queira esperar ela vir até nós.

- Mas a questão não é essa. É que eu não sei, estou com medo dela está tramando algo além da nossa .. - Fico quieta assim que escuto uma leve agitação no andar de baixo.

- O que foi?

- Espera ... - Peço e fecho os olhos, tentando focar nos sons a minha volta e em um em especial - Seu pai parece estar discutindo com alguém e meu pai está falando também, bem nervoso. - Digo encarando ele e nossa expressão confusa fica notória.

- Vamos ver o que é. - Diz e assinto, seguindo ele.

Vamos em direção ao andar de baixo e quando chegamos a sala, vejo meu sogro andando para lá e para cá com o celular no ouvido, já meu pai está sentado no sofá, com a cabeça entre as mãos, desolado.

- O que aconteceu? - Pergunto me aproximando.

- Ela acabou com tudo que era meu. - Meu pai diz e percebo seus olhos marejados.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora