Capítulo 35

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— Dolores? – Chamo seu nome assim que empurro a porta de meu 'novo quarto' e olho seu interior.

— Sim? – Pergunta inocentemente.

— Eu achei que você iria trazer algumas coisas minhas, mas em nenhum momento pensei que seria meu quarto inteiro. Literalmente – Adentro ainda assustada em meu antigo novo quarto.

— Eu fiquei confusa em relação ao que trazer. Então, achei que seria legal fazer um bipt bopt bum e trazer tudo de uma vez – Acrescenta e do risada.

— Como explicaremos essa mudança total para cá? Não é normal que em uma noite consiga levar essa mudança toda.

— Não explicaremos – Da de ombros e balanço a cabeça.

— Seu marido e Henrico, o que disseram? – Encaro seu rosto que adquire um tom rosado.

— Que sou exagerada – Diz sorrindo bem fofa — Como sempre.

— Então eles sabem sobre você? – Pergunto curiosa.

— Claro. Por que não saberiam? São minha família.

— Legal – Digo analisando o local, ainda assustada por tudo estar aqui. Cama, guarda-roupa, minha mini geladeira e tudo mais. Surreal, mágia é incrível.

— Acho que o apressadinho está impaciente – Diz assim que um barulho irritante de buzina começa. Reviro os olhos, pois eu disse que poderia demorar um pouco.

— Ele não quis entrar, como prevíamos, resta a ele esperar agora – Dou de ombros — Onde posso tomar banho? Preciso ir, mas prometo que amanhã serei totalmente sua, para explicar tudo.

— Aquela porta ali – Aponta para a outra porta no quarto — Não é o mesmo banheiro, mas os seus produtos que tinham lá. Estão ai – Diz rindo.

— Poxa, vou sentir saudades da minha banheira – Faço bico e dou risada logo em seguida.

— Se quiser eu ...

— Dolores, eu to brincando – Seguro na mão dela desesperada pois ela provavelmente faria o tal bipt bopt bum para trazer minha banheira.

— Tudo bem. Eu vou aprontar o café, qualquer coisa estarei na cozinha. Já que, bom, automaticamente me demiti de lá – Nem parei para pensar nisso.

— Elas devem estar surtando no momento. Atrás de mim e do café da manhã delas, ou do remédio para curar ressaca ou qualquer coisa do tipo que elas não sabiam fazer, pois me tinha lá para preparar.

— Agora não precisa mais se preocupar com isso. Você está segura aqui comigo e acho que com o caçador também – Revira os olhos implicante. Esses dois ainda vão se amar, aposto – Já tem vinte e um, já pode tomar decisões por si própria. Só tente aproveitar e ser feliz, finalmente se livrou das amarras daquele lugar – Aperto sua mão carinhosamente.

— Sim, antes me parecia impossível sair de lá. Agora eu só penso em como consegui suportar tanto tempo. Parece até que quebrei um tipo de controle mental – Digo e ela assente.

— Pois é, ela conseguiu te deixar a mercê delas, mas ainda bem que se deu conta – Solta minha mão e se afasta — Agora vai logo antes que o caçador volte a apertar aquela buzina e acorde a casa toda – Diz apontando pro celular tocando. Aaron consegue ser chato quando quer.

— Obrigada, por tudo – Ela pisca para mim, antes de sair do quarto e me deixar sozinha, respiro fundo e do um sorriso. Tomara que agora tudo de certo.

Poderei ver com Victor se posso trabalhar nos dias de semana para compensar, mesmo que não receba, eu gosto de ajudar e ficar parada não é opção. Ele não vai abrir a biblioteca hoje e nem amanhã, outra viagem em família. Ele prioriza muito essas coisas e isso que acho mais bonito na família deles.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora