Capítulo 38

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Henrico ⬆️
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- Dolores? - Chamo enquanto bato na porta de seu quarto. Acho que o marido dela já foi trabalhar, Henrico eu não vi ainda, talvez dormindo ou saiu cedo também.

Queria ter acordado bem mais tarde, aproveitar que não serei mais escravizada em plena segunda feira. Porém o caçador não colaborou com isso, mandando mensagem dizendo que ficaria off com a irmã e o simples barulho da mensagem chegando me acordou. Gostaria que eles se aproximassem, seria legal ter mais corrompidos do nosso lado. Ele me mandou a foto dela com cabelo rosa e fiquei muito chocada, que mudança radical. Queria eu ter coragem para isso. Ele disse que era para eu salvar, caso ela apagasse do celular dele. Fofos.

- Bom dia, querida - Abre a porta e me oferece um sorriso - Estou arrumando o quarto. Pode entrar - Vai em direção a cama e entro no quarto. Observo bem e acho bem a cara da Dolores. Bem vivo, cheio de cores.

- Precisa de ajuda com algo? Estou me sentindo deslocada - Aperto minha mão contra a outra e do um sorriso constrangido.

- Na verdade já está tudo pronto. Só estou pegando as roupas para lavar, mas isso quem faz a mágica é a máquina de lavar - Diz rindo.

- 'Máquina de lavar estraga as roupas. Lave na mão' - Imito minha madrasta - Acho que não sentirei mesmo falta disso - Comento e ela me oferece um sorriso agradável.

- Finalmente você saiu de lá. Torci tanto para isso, mas eu não podia me intrometer nisso. Não sem antes precisar mesmo de mim, mas agora você está aqui e eu estou amando isso.

- Nem sei o por que demorei tanto para isso. Feliz de ter caído na real.

- Sim, concordo. Agora vamos lá para baixo. Coloco na máquina e podemos tomar café.

Sigo ela até a cozinha e ela vai para a área de serviço, sento na mesa e fico esperando. Quase certeza que ela vai me encher de perguntas sobre o caçador, pois deve estar bem curiosa. Ela volta, pega duas canecas e se senta no outro lado da mesa, de frente para mim.

- Primeiro de tudo. Precisamos conversar sobre de onde vem os bebês? - Meu desespero quase faz com que entorne café na mesa, mas consigo me estabilizar e não derramar nada.

- Dolores! - Falo envergonhada e certeza que estou igual a um tomate.

- Sei que tem vinte e um, mas tenho certeza que seu pai não falou sobre isso com você. Como sua madrinha, agora que você está namorando. Creio que eu deveria explicar - Acho fofa a forma que ela fala, pois parece realmente interessada e preocupada.

- Vai ficar feliz se eu permitir a conversa constrangedora? - Ela assente animada - Vá em frente.

E nessa péssima escolha que faço, passo as meia hora mais constrangedoras de minha vida. Não sabia onde enfiar meu rosto devido a tanta vergonha. Eu quase morrendo e Dolores falando pelos cotovelos. Não teve nada do que eu ainda não soubesse, camisinha e anticoncepcional previnem bebê antes do tempo, mas claro que tem aquele um por cento de falha. Que no caso dela, lhe deu Henrico. Que sorte. E também que eu só devo fazer algo assim, se tiver plena certeza que é o momento certo e também a pessoa certa. Pois ela me conhece e sabe como sou toda sentimental. Dei sorte quando Henrico finalmente acordou e invadiu a cozinha, morrendo de fome. O que foi a poucos minutos atrás.

- Imagina quando ela teve essa conversa comigo quando completei quatorze anos. Foi bem pior, acredite - Diz e logo morde um pedaço do pão, ficando de boca cheia e fazendo careta, parecendo lembrar da fatídica conversa.

- Mas foi eficiente, não é? - Se levanta e da um tapinha nas costas dele.

- Claro, rainha da minha vida - Faz um charme e ela revira os olhos, levantando e indo em direção a pia - Ela ainda não aceitou meu relacionamento novo. Está se fazendo de difícil perto de mim - Comenta enquanto dou um gole em meu café.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora