Alanna | Contramão [Em Revisão]

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Alanna.

Entrei pra dentro da loja depois do Michel ir embora com a mulherzinha dele, eu não consegui nem disfarçar o meu nervoso quando ele mandou a vagabunda subir na moto dele e ela foi toda feliz.

Antes dele chegar ainda teve a ousadia de perguntar o que estava fazendo aqui, como se o morro fosse dela, Michel chegou bem na hora que eu ia enfiar a mão na cara dela e ela levar a segunda surra do dia, já que ela tinha arrumado confusão com outra mulher por causa do desgraçado do Michel.

— Deus me livre desses dois viu! – minha tia diz entrando na loja junto com Arthur.

— Liga não amanhã eles já estão bem! – Arthur diz e eu respirei fundo me incomodando com aquelas palavras.

— Por que ela falou daquele jeito com você Alanna? – minha tia pergunta.

— Ela cismou comigo no baile, não pode ver minha carinha linda que já fica daquele jeito! – falo revirando os olhos.

— Pensei que estava envolvida com aquele fulano lá! – ela diz se referindo do Michel.

— Meu amigo disse que ela está daquele jeito por que estão dizendo que Michel tava dando umas voltas com uma loira por aqui! – Arthur diz olhando pro celular e eu mordo os lábios nervosa.

— Como que as pessoas sabem disso? – pergunto.

— Essa favela aqui é um ovo minha filha, nada fica escondido por muito tempo! – minha tia diz indo para a parte dos provadores.

Estava nervosa com o fato de alguém descobrir que sou eu que estava com Michel, não estava com medo de Juliana, estava com medo do que as pessoas iriam pensar sobre mim.

— Olha isso menina, acabam de publicar no Facebook sobre o bapho da briga! – Arthur diz me virando o celular.

Ffc complexo da maré

Pelo que parece a mulher de um dos frentes da boca de fumo PRINCIPAL, Juliana Peixoto acabou de descer a porrada em UMA DAS amantes do marido. A briga foi encerrada pelo mesmo que chegou no lugar e a humilhou na frente de todos.

Edit: A briga aconteceu por motivos de discussão entre as duas, porém as boas línguas dizem que Michel chegou a levar uma outra loira (misteriosa) para almoçar algumas horas antes da mulher e a amante brigarem! É muita mulher na vida desse homem, será que temos um Sheik na favela?

Olhei aquilo tudo de boca aberta, estava assustava como as notícias por aqui corriam rápido. Depois de ler aquele negócio tosco fui ao banheiro, sentei na privada e abaixei a cabeça sem saber o que fazer. Para todos Michel é casado com Juliana e qualquer outra mulher que ficasse ou fica com ele não passa de uma amante.

Já estava arrasada com ele por conta de tudo que estava acontecendo e isso só ajudou a abrir ainda mais meus olhos.

(....)

No final do meu expediente Daí apareceu na loja e ficou conversando comigo e com o Arthur, ela disse que já estava sabendo da briga e que queria falar comigo, Arthur foi embora e eu peguei minha bolsa me preparando para sair também.

— Era você né Alanna? – ela pergunta e eu sinto um frio na barriga.

— Tá falando de que? – me faço de sonsa.

— Alanna para de se fazer, era você ou não? – ela insiste.

— Era! – falo olhando para ela que nega com a cabeça.

— Você é muito burra de se enfiar nesse rolo, é melhor você sair dessa antes que o seu lado esquente! – ela diz e eu assenti.

— Vou ficar longe dele! – falo pegando minha bolsa e saindo dali.

Estava cansada, o dia foi longo e as horas pareciam se arrastar, tô louca pra tomar um banho e dormir! Tava distraída descendo o morro quando um carro preto de vidro fume encostou devagarinho no meio fio ficando ao meu lado.

Eu já sabia quem era, e nem dei confiança, apressei os passos e o carro seguia na mesma velocidade que eu.

— Tá se fazendo maluca? – ouvi a voz dele e revirei os olhos sem nem olhar para sua cara – Alanna porra, tô falando contigo!

Empinei o nariz e continuei andando até o desgraçado acelerar o carro e jogar em cima da calçada com tudo. Tomei um susto e coloquei as mãos no meu peito controlando a respiração, esse filho da puta quer me atropelar só pode!

— Tá ficando louco Michel, quer me atropelar é? – falo nervosa e ele sorri de lado.

— Tu que deve tá ficando louca de me ignorar, entra aqui pra gente conversar! – ele pede e eu levanto as sobrancelhas.

— Não vou entrar porra nenhuma! – falo desviando o caminho, tento passar pela parte de trás do carro mas ele da ré me prendendo no mesmo lugar.

— Que inferno Michel, se você me atropelar é bom me matar de primeira por que se eu levantar eu te mato depois! – falo batendo no carro com raiva.

— Entra logo nessa porra Alanna, eu quero conversar com você na moral! – ele diz e percebi que ele estava perdendo a paciência.

Tento ignorar as palavras dele e continuar o meu caminho mas eu fazia menção de andar e ele retraia o carro me impedindo.

— Fala daí, eu não vou entrar no seu carro! – digo cruzando os braços e ele fica parado olhando para minha cara — Pode falar meu filho, não vou entrar! – falo batendo os pés e virando a cara para ele.

— Alanna não me faz sair daqui e te colocar dentro desse carro a força! – ele diz e eu dou uma risada forçada.

— Eu faço sim, quero ver eu entrar nesse carro por vontade própria! – falo negando com a cabeça.

Eu não queria falar com Michel agora, não depois de tudo que eu vi e ouvi sobre ele, o que gente tem não existe forma de dar certo e eu nem quero me prender a um homem que vive entre tapas e beijos com uma maluca.

— Você é um inferno Alanna! – ele diz bufando e abrindo a porta do carro.

Olho para sua cara que não estava nada boa e abro a porta do carro me jogando no banco e fechando a porta rapidamente.

— Você tá brincando com a minha cara? – ele diz nervoso entrando no carro e fechando a porta com força.

— Fala logo o que você quer Michel! – digo olhando em seus olhos.

Me de forças para resistir a esse homem senhor!