Alanna | Contramão [Em Revisão]

26

Michel.

Acordei no dia seguinte com o cabelo da Alanna todo na minha cara, enchi a mente dela pra ela dormir aqui comigo e já tinha me arrependido de deixar ela dormir na minha cama, estava na beiradinha e ela com metade do corpo em cima do meu, folgada e espaçosa pra caralho. Dei um sorriso de lado enquanto gravava cada parte do seu rosto na minha mente, parecia até um anjo dormindo, acordada era o próprio Satanás!

Levantei devagar e fui tomar um banho pra despertar, sai e enrolei a toalha na minha cintura, meu radinho logo tocou aluado, essas horas.

— Da o papo!

— E aí gostosão, Juju tá aqui na boca querendo trocar um lero cntg! – ouço a voz do Gabriel. Essa mulher ainda vai me deixar maluco, não sai da minha bota de jeito nenhum!

— Manda ela ir embora que depois eu converso com ela, vou tomar café e já encosto aí!

— É isso! – ele diz.

Deixo meu radinho na cômoda perto da cama e vou me trocar. Desço pro andar de baixo e vejo que não tem nada que eu quero pra comer, passo um radio pro Pedrinho e mando ele trazer bolo, pão, mortadela e mussarela, vou surpreender meu loirão deixar ela amarradona!

Agradeci minha coroa em pensamento por ter me ensinado a fazer café, quando morava com ela, ela não me dava moleza por isso meti o pé e vim morar sozinho, descobri que é pior mas agora não tem jeito, se eu não fizer ninguém faz. Escutei a buzina e fui buscar as coisas no portão.

— Tá tudo aí chefe! – Pedrinho diz me entregando as sacolas.

— Valeu muleque! – tiro uma nota de 50 do bolso e dou pra ele.

— Que isso em, tá de patroa é, bonzinho pra caralho! – ele diz rindo e eu dou um peteleco em sua orelha.

— Se liga moleque! – falo entrando pra casa.

Deixei tudo arrumado na mesa e meu celular começou a tocar, peguei e vi o nome da Juliana estampado.

— Qual foi?

— Tô indo aí na sua casa pra gente conversar, tô levando as coisas pra gente tomar café juntinhos! – ela diz e eu bufo.

— Não precisa vir não, depois a gente conversa!

— Não Michel, fui lá na boca e você não tava. Já tô indo pra i!

— Se tu aparecer aqui.. aí Pedrinho vou desligar depois te passo um radio! – falo e desligo o celular quando Alanna para na minha frente.

— Pedrinho? – ela pergunta com as mãos na cintura.

— Sim, ta mandando eu ir pra boca! – minto.

— Hum, que cheiro bom, quem fez café? – ela pergunta entrando na cozinha.

— O gostosão aqui né branquela! – falo chegando por trás dela e dando um tapa em sua bunda.

— Branquela é seu cu, tô bronzeada tá! – ela diz mostrando sua marquinha.

— Que diferença! – falo irônico e ela me da um cotovelada.

— Perdi a hora da faculdade, dormi que nem uma princesa! – ela diz sorrindo enquanto sentava e prendia o cabelo. Linda pra caralho!

— Só você por que eu dormi feito um condenado, quase caindo da casa! – falo me sentando ao seu lado e ela ri me dando um selinho demorado.

— Sei que você ama dormir comigo! – ela diz sorrindo e eu dou um beijo nela.

Tomamos café juntos e quando terminamos ela pediu pra mim deixar ela na casa da prima dela, deixei ela lá e liguei a moto partindo pra boca. No meio do caminho vi Juliana no bar da dona Célia junto com uma outra garota e estacionei a moto no meio fio.

— Oi Michel, antes de mais nada só quero saber essa história de me chamar de Pedrinho. Tenho cara de idiota agora? – Juliana diz de braços cruzados e eu segurei a risada.

— Tava falando com ele no radinho, confundi os nomes tudo! – meto dessas.

— Não foi o que me pareceu!

— Mais é isso po! – falo, se eu mandasse a real ela surtava ali mrm — O que tu tava querendo falar comigo?

— Assim, tá tudo pronto pra mim ir viajar com você, já comprei mala e hoje eu vou com a Lorena comprar comprar uns biquínis... e uma langeri vermelha que eu sei que você gosta! – ela diz no meu ouvido.

Passo a mão na cabeça e olho para seu rosto, como que eu vou me livrar dessa mulher pra mim poder viajar com minha loira meu deus!

— Depois tenho que acertar as coisas dessa viajem, não precisa se empolgar! – falo e ela me olha confusa.

— Como assim Michel?

— Caralho Juliana eu tô indo nessa porra pra pegar arma e droga, tu acha que é lazer? – meto dessas.

— O Pk vai levar a Thais, por que você não pode me levar? – ela pergunta cruzando os braços. Já não tinha mais paciência pras crises dela a muito tempo!

— Ela vai por que é mulher dele!

— E eu sou o que Michel? uma puta que está com você a três anos? – ela diz aumentando o tom.

— Aqui não é lugar porra, tu abaixa esse tom aí e se aquieta nessa favela. Se eu disser que tu não vai, tu não vai e acabou! – falo ligando a moto, posso nem dar lado pra essa aí. Ainda dou uma moral por consideração se não tava fudida!

— Tu vai com aquela biscate né? – ela pergunta.

— Isso não importa! – falo ligando minha moto e saindo dali.

Deus me livre, mulher maluca cara!