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Michel.

Ela levantou do sofá e mesmo assustava colocou os sapatos novamente, eu já estava de saco cheio de esperar e ver ela com aquela roupa só me fez ter a certeza de tudo que Juliana me disse.

Esperei ela na porta do carro e ela saiu, entrou no carro e eu entrei em seguida ligando o mesmo. Estava controlando todas as palavras que queriam sair naquele momento, eu tinha que me controlar se não eu ia fazer merda!

— Michel pra onde você está me levando? – ela pergunta.

Continuei calado e percebi que ela não desviava os olhos de mim, não dei bola e continuei seguindo pra minha casa.

Chegamos lá e eu abri o portão, vi a mãe da Juliana passar pela rua no mesmo momento e sabia que ela ia correr para contar pra maluca, nem dei bola e entrei para casa junto com a Alanna.

— Por que me trouxe aqui Michel? da pra me responder? – ela pergunta encostada na parede.

Alanna.

Ele ficou parado me olhando e eu engoli o seco sentindo seu olhar queimar meu rosto, ele veio em minha direção e segurou meu braço com força.

— Você brinca muito comigo, eu deveria te dar uma surra pra você aprender o que acontece quando tu se mete com sujeito homem e ainda quer pagar de malandra! – ele diz apertando meu braço e eu sabia que ia ficar a marca.

— Do que você tá falando Michel, tu só pode estar ficando louco! – falo tentando me soltar.

— Tô, tô louco igual a você que tem coragem de beijar um cara no mesmo lugar que eu, qual é o seu problema Alanna? Em?

— Do que você tá falando? eu não estou entendendo nada!

— Quem era aquele cara que tu ficou na quadra?

— Era meu irmão idiota!

— E você costuma beijar seu irmão?

— Claro que não Michel! Você me viu beijando ele por acaso?

— Eu não preciso ver nada pra saber!

— Eu não acredito que estou ouvindo isso, você beijou aquela vagabunda e quer me acusar de beijar alguém pra jogar a culpa em mim? – falo segurando as lágrimas quando lembro da cena.

— ELA me beijou, depois você ter beijado seu irmãozinho! – ele diz irônico.

— Ele é meu irmão de verdade Michel, eu não sei quem inventou isso mais pior ainda é você acreditar!

— A Juliana me falou que ia me arrepender de ter ficado com você e pelo visto ela estava certa! – ele diz me deixando em choque com suas palavras.

— Vai vocês dois se fuder, vocês dois se merecem mesmo!

Quando ia sair dali ele me puxou me fazendo torcer o pé e bater as costas na parede, gemi de dor nas duas partes do meu corpo e ele segurou meus braços colando contra parede.

— Eu não ficar te dando corda não, tu se acha malandra demais, tá achando que é esperta o suficiente né? agora me diz com quem você tava na barra ontem de noite, vai me dizer que era com seu irmão também?

— Eu quero ir embora! – falo com a voz baixa.

— Primeiro me responde!

Antes que eu pudesse falar algo a porta se abriu, Juliana estava com uma sacola nas mãos e ficou parada me olhando. Era só o que me faltava!

— Atrapalho o casal? – ela pergunta se sentando no sofá.

Olhei para Michel esperando que ele tirasse ela dali mais ele não fez isso.

— O que está fazendo aqui? – ele pergunta se afastando de mim.

— Eu vim passar meu aniversário com o meu namorado, ops meu ex, ou ex ficante não sei o que você falou pra ela. Enfim, não quero atrapalhar podem continuar a discussão de vocês que eu quero assistir de camarote! – ela diz cruzando as pernas.

— Eu vou embora! – falo tentando sair dali mais Michel me segura.

— A gente não terminou de conversar Alanna! – ele diz segurando minha mão.

— Eu já te expliquei Michel!

— Explicou o que, que beijou outro no mesmo lugar que o Michel estava? EU VI! – ela diz aumentando o tom de voz.

Então foi ela que inventou essa mentira toda, eu já deveria desconfiar!

Você é muito burra de se meter nesse rolo, é melhor você sair dessa antes que seu lado esquente”

As coisas que Daí me falou a dias atrás surgiram na minha mente no mesmo momento, eu deveria ter escutado!

— Você me viu beijando ele piranha, ou melhor, marmitinha de bandido, a não, esqueci que nem bandido te quer! – falo sorrindo.

— Para vocês duas porra! Juliana vai embora que eu não te chamei aqui! – Michel diz.

— Eu vou, já que você prefere ficar ouvindo mentira dessa vagabunda que já te trocou por outro fica, só não vai atrás de mim quando a favela toda te chamar de corno por causa dessa piranha! – ela diz saindo dali.

Me soltei dele e fiquei do outro lado da sala, eu estava me sentindo humilhada depois daquela vagabunda aparecer e se intrometer aonde não foi chamada, eu estava pior ainda por ser acusada de ter beijado meu próprio IRMÃO e o pior, ele ainda acreditar nas palavras dela!

— Já que você acredita tanto nela por que ainda está perdendo seu tempo comigo? – falo sentindo minha garganta arder de tanto segurar o choro.

— Eu não quero acreditar nela! – ele diz baixo — Eu sou um otario por querer acreditar em você, mas se tu me disser que não beijou aquele cara eu vou acreditar em tu! – ele diz e eu me viro ficando cara a cara com ele.

— Então pode acreditar nela! – falo por fim.

Pego o resto da dignidade que me sobrava e saio dali o mais rápido possível. Já que ele acredita tanto nela, que fique com ela! Não me importo dele ficar achando que eu beijou ou não beijei. Nessa história toda quem vai dormir com a consciência tranquila sou eu!

Alanna | Contramão [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora